9. Aparições de Kibeho

Em Kibeho, de um modo mais veemente, a Virgem Santíssima nos falará que não estamos ouvindo aos seus apelos e da necessidade da conversão.

Nome da Aparição: Nossa Senhora de Kibeho, Mãe do Verbo, Nossa Senhora das Dores

País: Sul da Ruanda, África Central

Cidade: Kibeho

Tipo de fenômeno: aparições, mensagens e pedidos

Número de Aparições: dezenas de Aparições com mensagens, com e sem êxtases, e fenômenos sobrenaturais

Quem visita as videntes: Nossa Senhora a Mãe do Verbo, “Nyina Wa Jambo”

Início dos fenômenos: 28 de novembro de 1981, com a Alfonsine

Fim dos fenômenos: acabaram no dia 28 de novembro de 1989 com Alfonsine; em seguida ela disse que não iria ter mais Aparições públicas. A partir de 1983 já tinham diminuído muito a frequência das Aparições.

Veja aqui um documentário sobre as Aparições de Kibero

Dados biográficos das videntes:

Nome da vidente: Alfonsine Mumureke

Data de nascimento: 21 março de 1965

Data da morte: ainda está viva

Início dos fenômenos: 28 de novembro de 1981

Idade na data da 1ª Aparição: 15 anos

Estado civil: Solteira

Nome da vidente: Nathalie Mukamazimpaka

Data de nascimento: 1964

Data da morte: ainda está viva

Início dos fenômenos: 12 de janeiro de 1982

Fim dos fenômenos: 3 de dezembro de 1983

Idade à data da 1ª Aparição: 18 anos

Estado civil: Solteira

Nome da vidente: Marie Claire Mukangango (ficou especialmente conhecida pela mensagem do rosário das Sete Dores da Virgem Maria, associada ao chamamento da Virgem Maria de um urgente arrependimento: “Arrependei-vos, Arrependei-vos, Arrependei-vos”!)

Data de nascimento: 1961

Data da morte: morreu durante a guerra civil na Ruanda

Início dos fenômenos: 2 de março de 1982

Idade na data da 1ª Aparição: 21 anos

Estado civil: Solteira

Estado do Processo Canônico: as Aparições, bem como o seu valor profético, foram aprovadas pelo bispo de Gikongoro, Dom Augustin Misago, em 29 de junho de 2001 durante a celebração da Santa Missa na catedral junto com outros bispos do país e o núncio apostólico em Kigali, Mons. Salvatore Pennacchio. No mesmo dia o Vaticano publicou a notícia da aprovação, dando assim respaldo à declaração episcopal (Radio Vaticana, 30-6-01).[1]

No dia 6 de abril de 2014, no Angelus, o Papa Francisco, disse as seguintes palavras:

Queridos irmãos e irmãs, amanhã, na Ruanda, recorda-se o vigésimo aniversário do início do genocídio contra os tutsis em 1994. Nesta ocasião, desejo expressar a minha proximidade paternal ao povo ruandês, encorajando-o a prosseguir com determinação e esperança o seu processo de reconciliação, que já tem mostrado frutos, e o compromisso de reconstrução humana e espiritual do país. A todos eu digo: não tenham medo! Na rocha do Evangelho construam a sua sociedade, no amor e na harmonia, pois só assim se gera uma paz duradoura! Invoco sobre toda a amada nação de Ruanda a proteção materna de Nossa Senhora de Kibeho. Lembro-me com afeto dos bispos ruandeses que estiveram aqui no Vaticano na semana passada. E a todos vocês eu convido, agora, a rezar à Virgem Maria, Nossa Senhora de Kibeho.

Sites, Locais e Contatos Oficiais:

https://www.kibeho-cana.org/

http://kibeho-sanctuary.com/en/

Principais Objetivos: alertar para a situação do mundo e convidar à penitência, jejum e sacrifícios.

Notas históricas:

Na Ruanda, o vandalismo era avassalador por todo o país entre 1980 e 1981. Quase todas as imagens da Virgem Maria, que estavam na entrada das aldeias, foram mutiladas, destruídas ou roubadas. Foi uma época muito triste para o catolicismo ruandês, pois Nossa Senhora foi quase esquecida, e já não se rezava mais para ela. Muitos sacerdotes já não rezavam mais o terço, influenciados pela propaganda de falsos teólogos que diziam que esta devoção estava ultrapassada. Os católicos eram humilhados; o clero começava a sucumbir. Foi neste contexto que Nossa Senhora resolveu aparecer em Kibeho. De 1981 a 1989 falou-se da Virgem Maria como nunca antes.

Kibeho está localizado no sul da Ruanda, na região mais pobre. A presença, neste lugar, de dois padres muito bons, fez com que a população voltasse ao fervor.

As Aparições começaram com uma menina, Alfonsine, aluna na escola de Kibeho.

Eis como ela relata a primeira Aparição:

Teve lugar num sábado, 28 de novembro de 1981 às 12:35. Eu estava na sala de jantar da escola, servindo as minhas colegas. De repente, eu ouvi uma voz me chamando.

Virgem Maria: Minha filha.

Alfonsine: Estou aqui.

Eu fui para o corredor e vi uma senhora muito bonita. Ajoelhei-me, fiz o sinal da cruz e perguntei: Quem sois?

Virgem Maria: Ndi Nyina Wa Jambo (na linguagem local, ‘Eu sou a Mãe do Verbo’). O que você mais gosta na religião?

Alfonsine: Eu amo Deus e a sua mãe, que nos deu uma criança que nos redimiu.

Virgem Maria: Se é assim, eu vim para te acalmar, porque ouvi as tuas preces. Eu gostaria que os teus amigos tivessem fé, porque eles não acreditam muito.

Alfonsine: Mãe do Salvador, se sois realmente vós que nos veio dizer isso aqui, nós temos pouca fé, vós nos amais. Eu estou realmente cheia de alegria que vós me tenhais aparecido.

Alfonsine relata: A Virgem não era branca como ela é geralmente vista nas imagens sagradas. Eu não poderia determinar a cor da sua pele, mas ela era de uma beleza incomparável. Ela estava descalça e tinha um vestido branco sem costura, e também um véu branco na cabeça. Suas mãos estavam entrelaçadas sobre o peito, e seus dedos apontavam para o céu. Mais tarde, disseram-me que eu estava na sala de jantar. Meus colegas disseram-me que eu estava falando em várias línguas: francês, inglês, kinyarwanda, etc.

Quando a Santíssima Virgem estava prestes a partir, eu disse três “Ave-marias” e a oração “Vinde, Espírito Santo”. Quando ela partiu, eu vi a sua ascensão ao Céu como Jesus.

No final da Aparição, a vidente permaneceu imóvel durante um quarto de hora, como se estivesse paralisada, e todos os esforços para tirá-la do êxtase foram em vão.

Quando Alfonsine comentou a Aparição, nem as freiras, nem os professores, lhe deram crédito. Ao invés disso, falaram que estava doente.

O fenômeno ocorreu novamente no dia seguinte, no dia 29 de novembro de 1981. Em dezembro, as Aparições ocorreram quase todos os sábados.

Eufóricas e curiosas, as alunas e as professoras fizeram testes para ver se os êxtases eram verdadeiros. Elas colocaram um fósforo aceso junto da pele de Alfonsine, espetaram-na com um alfinete, mas a vidente não tinha reações.

Alfonsine sofreu perseguição neste período. Ao vê-la, diziam: aí vem a vidente!

Dada a descrença sobre as Aparições, por parte de todos que a rodeavam, Alfonsine pediu a Nossa Senhora que aparecesse também a outras colegas da escola. Correspondendo ao seu pedido, Nossa Senhora também começou a aparecer a duas outras meninas que eram suas colegas, Nathalie e Marie Claire.

Durante a Aparição de 8 de maio de 1982, Alfonsine queixou-se com a Virgem Maria: As pessoas dizem que somos loucas. Nesse dia, sua mãe esteva presente pela primeira vez.

As Aparições eram caracterizadas pela abundância de palavras, pela duração dos êxtases, canções, orações de intercessão, bênçãos (especialmente por meio da água), quedas repetidas (a partir de 15 de agosto de 1982 até o final da quaresma em 1983), e penitências. A quaresma de 1983 foi caracterizada por um jejum extraordinário de Alfonsine, que foi acompanhada de perto por uma equipe de médicos da Universidade Nacional da Ruanda.

Alfonsine disse ter feito, nos dias 20 e 21 de março de 1982 uma “viagem mística” com Nossa Senhora, de várias horas, ao Inferno, Purgatório e Céu.

Antes deste acontecimento, ela informou à irmã diretora e às suas colegas com antecedência: Vou parecer morta, mas não tenham medo. Não me enterrem!

A viagem durou dezoito horas. Sacerdotes, enfermeiros, religiosos e o assistente médico da Cruz Vermelha, todos puderam ver Alfonsine mergulhada num sono profundo, o corpo hirto e muito pesado. Eles não conseguiram levantá-la nem separar as mãos que estavam unidas. Os investigadores perceberam que a vidente permanecia como morta. Sinais mínimos eram detectados pelos médicos. A princípio, tomaram medidas severas para despertar a vidente comatosa. Mas nenhuma surtiu efeito. Os médicos da comissão de inquérito, juntamente com padres, freiras, enfermeiras e outras testemunhas puderam comprovar que ao recobrar a consciência, voltou sem apresentar nenhum sinal de desidratação ou fraqueza, embora tivesse permanecido sem comer e beber durante o período de coma.

Nathalie Mukamazimpaka teve também uma experiência semelhante no dia 30 de outubro de 1982, e foi observada de perto por uma equipe da comissão teológica do bispo.

Como é de praxe, todos as videntes principais foram inquiridos e submetidos a testes, juntos e separados, para ver se viram a mesmas coisas. Com algumas ligeiras diferenças nas descrições sobre o aspecto de Maria, quer juntos ou separados, todos, unânime e ardorosamente, concordaram sobre um ponto incomum em outras aparições: durante as aparições eram arrebatados para uma paisagem maravilhosa, bem diferente da desolada região de Kibeho e Butare, que é quase inteiramente despojada de vida vegetal. Nessa paisagem havia flores por toda parte, radiosas e resplandecentes. A Virgem flutuava acima das videntes, razão pela qual todos inclinavam a cabeça para trás e olhavam bem para cima. Sem exceção, todos as videntes descreveram de maneira idêntica essa mesma paisagem maravilhosa.

As videntes, durante os êxtases, também foram feridos com canetas e pontas de faca. Aproximaram fósforos e velas das suas mãos e espetavam debaixo das suas unhas. Lanternas eram focadas em seus olhos que ficavam arregalados, mas as pupilas não se contraíam nem se dilatavam. Alguns recebiam tapas no rosto, sem esboçar a mínima reação. Uma rigidez incomum tomava seus corpos. Não se conseguia mover-lhes os braços e as pernas. As colegas de classe de Alfonsine testemunharam-na falando em línguas diferentes: francês, inglês, kinyarwanda (sua língua nativa) entre outras desconhecidas.

A Mãe do Verbo repetiu incessantemente que tinha vindo para renovar todo o mundo:

Se eu vim a Kibeho, é para me dirigir a todo o mundo. Eu vim porque vejo que vocês precisam de ajuda.

Mini resumo das mensagens:

No dia 29 de junho de 2001, o bispo de Gikongoro, Dom Augustin Misago, fez uma declaração resumida das mensagens de Nossa Senhora em Kibeho:

Como bispo do lugar das revelações, transmito o resumo das mensagens de Nossa Senhora:

1 – O apelo urgente ao arrependimento e à conversão dos corações.

Arrependei-vos. Arrependei-vos. Arrependei-vos.

2 – A avaliação do estado moral do mundo.

O mundo está muito mal.

O mundo apressa a sua ruína e vai cair no abismo.

O mundo é rebelde contra Deus, comete demasiados pecados, não tem nem amor, nem paz.

Se não se arrependerem e se seus corações não se converterem, vocês cairão no abismo.

3 – A profunda tristeza da Mãe de Deus.

As videntes afirmam ter visto Maria chorando no dia 15 de agosto de 1982. A Mãe de Deus estava muito triste por causa da incredulidade das pessoas e da falta de arrependimento.

4 – A fé e a incredulidade serão como nunca antes vistas.

Estas palavras misteriosas foram repetidamente ditas pela Virgem Maria a Alfonsine no início das revelações. Ela foi convidada a repeti-las a outras pessoas.

5 – O sofrimento que salva.

Em 15 de maio de 1982 a Virgem Maria disse às videntes, especialmente à Nathalie:

Ninguém chegará ao Céu sem sofrimento.

Um filho de Maria não rejeita o sofrimento.

As videntes foram convidadas a aceitar o sofrimento por meio da fé no Amor, mortificando-se e negando-se aos prazeres pela conversão do mundo.

6 – Rezai sempre de todo o coração.

As pessoas não estão rezando, e aqueles que rezam, não rezam como deveriam. A Virgem Maria pede às videntes para rezarem muitíssimo por todo o mundo, para ensinar os outros a rezar, e rezar por aqueles que não rezam. A Virgem Maria pede-nos para rezar com maior zelo e pureza de coração.

7 – Devoção à Virgem Maria.

Essa devoção deve ser expressa através da sincera e regular oração do terço.

8 – O terço das Sete Dores da Mãe de Deus.

A vidente Marie Claire Mukangano afirma ter recebido revelações quanto a este terço. Este terço agrada à Mãe de Deus. Foi bem conhecido, mas agora foi esquecido. A Mãe de Deus de Kibeho deseja que possa ser relembrado e se espalhe na Igreja. No entanto, esta oração não substitui o santo rosário.

9 – A Virgem Maria quer que uma capela seja construída para ela.

Quer esta capela como um sinal da memória de suas revelações em Kibeho. Este assunto surge nas revelações de 16 de janeiro de 1982 e repete-se muitas vezes ao longo do ano com novas sugestões.

10 – Rezai sempre pela Igreja.

Pois muitos problemas estão para acontecer nos tempos que estão para vir. Assim, a Virgem Maria disse a Alfonsine em 15 de agosto de 1983 e 28 de novembro de 1983:

O que eu digo não é dirigido apenas a uma pessoa nem diz respeito apenas aos tempos atuais; é dirigido a todos em todo o mundo.

Profecia do genocídio em Ruanda

A Virgem Maria predisse e mostrou às videntes, no meio de lágrimas, as cenas dramáticas do genocídio que veio a ocorrer em 1994: os assassinatos, as cabeças cortadas, as valas comuns… Disse ser o prenúncio de um destino de ódio que poderia atingir o mundo todo, por ter voltado as costas a Deus e estar “à beira do abismo”.

Introdução feita pelo padre ruandês Edouard Sinayobye, ao seu livro sobre Kibeho:

O padre ruandês Edouard Sinayobye, que exerce o seu ministério a poucos quilômetros de Kibeho, escreveu e publicou o livro “Eu sou a Mãe do Verbo”. Ele testemunhou as aparições e deve a elas a sua vocação. Sinayobye, que tem um profundo conhecimento das videntes e da mensagem da Virgem Maria, escreveu como introdução do seu livro o texto a seguir:

“Foi a própria Mãe do Verbo quem repetiu incessantemente que tinha vindo para renovar todo o mundo contemporâneo: Se eu vim a Kibeho, é para me dirigir a todo o mundo. Eu vim porque vejo que vocês precisam de ajuda.

As Aparições são um carisma para o nosso tempo. Através delas, a mãe do Verbo, desvivendo-se com um coração cheio de generosidade materna, vem nos dizer que o Evangelho do seu Filho foi esquecido, e nos animar à conversão. Através do presente trabalho, eu tenho a felicidade de apresentar ao povo de Deus este carisma de Kibeho, capaz de iluminar a escuridão da nossa vida e de incentivar um despertar espiritual de acordo com o desejo de Nossa Senhora.

A Providência me fez testemunha ocular dos eventos extraordinários de Kibeho. Sou ruandês, nativo de uma região próxima do local das Aparições. Vou a Kibeho desde o início dos acontecimentos. Cresci na atmosfera de reavivamento espiritual originada pelas Aparições. Também tenho de reconhecer que o caminho vocacional que me levou até ao sacerdócio foi nutrido substancialmente por essa atmosfera espiritual.

(…) As aparições de Kibeho são repletas de fatos, sinais e símbolos de uma mensagem preciosa.

(…) No primeiro momento mostrará que o mundo está em perigo e corre o risco de cair no abismo, como anunciado nas aparições. A Mãe do Verbo lembra que os homens de hoje estão vivendo em rebelião contra Deus e denuncia vigorosamente a hipocrisia presente no culto cristão.

(…) A exposição do estudo da mensagem termina com outro tema recorrente nas aparições de Kibeho: a perspectiva escatológica da vida cristã. A Mãe do Verbo nos lembra que este mundo acabará e convida a Igreja a preparar-se seriamente para a vida eterna.

O livro reflete os resultados da pesquisa, que eu condensei e reforcei sob a luz teológica, numa exposição de estilo espiritual. Fui a fontes diretas: os diários e cadernos das videntes, os relatórios das comissões de inquérito, bem como a outros documentos privados aos quais o bispado de Gikongoro, generosamente, me concedeu livre acesso. Analisei com cuidado todos esses documentos.

Algumas das mensagens e as ocorrências mais importantes:

Aparições para Alfonsine:

Alfonsine: Quem é Você?

Nossa Senhora: Eu sou a Mãe da Palavra. O que você mais gosta na religião?

Alfonsine: Eu amo a Deus e sua Mãe que nos deu Seu Filho que nos salvou.

Nossa Senhora: Se é assim, eu vim para te acalmar, porque ouvi as tuas preces. Eu gostaria que os teus amigos tivessem fé, porque eles não acreditam muito.

Nossa Senhora: Embora eu seja a Mãe de Deus, sou simples e humilde. Sempre estou no lugar onde estais. Amo-vos como sois. Eu nunca rejeito meus filhos. Quando um filho está diante de sua Mãe sem receio, ele conta tudo o que está em seu coração. Sou grata pelo filho que se alegra comigo. A alegria é um sinal da mais bela confiança e amor. Poucos compreendem os mistérios do amor de Deus. Deixai vossa Mãe abraçar todos os seus filhos com amor, para que possam ter confiança em seus anseios mais profundos. Saibais que levo todos os vossos desejos para o meu Filho Jesus.

Nossa Senhora convidou Alfonsine a caminhar com ela num belo campo com muitas flores diferentes. Algumas flores estavam murchas ou mortas. Nossa Senhora disse: Algumas podem se tornar exuberantes se alguém as regar. As flores significam as pessoas em sua situação espiritual.

Nossa Senhora mostrou a Alfonsine um lugar com pessoas em desespero e luta, outro com pessoas sofrendo, mas felizes, e outro com pessoas em suma felicidade, numa bela paisagem cheia de luz. Nossa Senhora explicou: Este é o lugar daqueles que têm um coração cheio de luz (Céu). O lugar onde as pessoas sofrem, mas olham piedosamente para cima é o daqueles que serão contados entre os eleitos (Purgatório). No entanto, vistes as pessoas que estão em desespero e lutam, são aqueles que experimentarão os tormentos eternos, sem a esperança de obter o perdão (Inferno). Agora que vistes estes três caminhos, espero que façais o melhor possível para atrair as pessoas para o caminho certo. Além disso, eu mostrei estas realidades para que aprendais que podeis ter uma vida bela depois da morte e, que viver confortavelmente nesta vida sem se preocupar com o Criador e com sua vontade, pode comprometer a vida eterna.

Nossa Senhora: Se choro é porque as pessoas estão num estado crítico e eu não posso conter as lágrimas de compaixão por vós. Eu abri a porta, mas as pessoas não têm vontade de entrar. Vi que o mundo estava quase moribundo e quando venho em seu socorro, recusais minha ajuda. Não vos preocupeis, minha filha! Eles desejarão ouvir aquilo que te digo quando for muito tarde e não terão nada para se salvar. E todos aqueles que não tratam de escutar a mensagem que eu transmito, o que ainda aguardam? O que aguardam? Não se dão conta que o tempo é breve?

Nossa Senhora: O mundo está para chegar ao fim. A volta de Jesus está muito próxima. Venho aconselhar-vos para vos preparardes para a vinda de meu Filho. Deveis sofrer com Jesus, rezar e ser apóstolos para preparardes sua vinda.

Aparições para Marie-Claire:

Nossa Senhora: Quando apareço a alguém e falo com ele, quero dirigir-me ao mundo inteiro. Se me volto para Kibeho, não significa que me preocupe apenas com Kibeho ou com a diocese de Butare ou com a Ruanda, ou com toda a África. Estou preocupada e me dirijo para o mundo inteiro. O mundo está mal e corre para a sua ruína. Está prestes a cair no abismo. O mundo está em rebelião contra Deus. Muitos pecados estão sendo cometidos. Não há amor nem paz. Se vocês não se arrependerem e não converterem seus corações, todos vocês cairão no abismo.

Nossa Senhora: Arrependei-vos! Arrependei-vos! Arrependei-vos!

Marie Claire: Mas eu faço!

Nossa Senhora: Quando eu vos digo isto, eu não falo só para vós, mas falo também para todos os outros. Os homens deste tempo esvaziaram todas as ações más do seu verdadeiro significado: aquele que comete uma falta não reconhece que agiu errado.

Marie Claire: Nós somos fracos, sem força. Dá-nos a força para reconhecer nossas faltas e pedir perdão por elas.

Nossa Senhora: O que eu vos peço é arrependimento. Se vós recitardes o terço, meditando-o, então vós ireis ter a força para vos arrependerdes. Hoje, muitas pessoas não sabem mais como pedir perdão. Pregam novamente o Filho de Deus na cruz. Por isso, eu queria vir e vo-lo relembrar, especialmente aqui na Ruanda, porque aqui ainda encontrei gente humilde, que não está ligada à riqueza e ao dinheiro.

Nossa Senhora: Eu falo para vós que sois os detentores do poder, e que representais a nação: salvem o povo, em vez de serem os seus algozes. Não roubem o povo; compartilhai com os outros. Tende cuidado para não perseguirdes, para amordaçar aqueles que querem denunciar os vossos erros.

Marie Claire caiu nuns espinhos e Nossa Senhora lhe disse: Vossos corações estão endurecidos. O mundo vai mal, meus filhos. É preciso que vos mortifiqueis para ajudar Jesus a salvar o mundo.

Um dia Nossa Senhora apareceu a Marie Claire chorando e mostrou “um rio de sangue, pessoas que matavam umas às outras, cadáveres abandonados sem sepulturas, árvores em chamas, corpos sem cabeças”. E disse: Virá um tempo em que desejareis rezar, arrepender-vos e obedecer sem a possibilidade de fazê-lo, a menos que comeceis a fazê-lo agora neste momento, arrependendo-vos e fazendo tudo aquilo que vos peço.

Nossa Senhora: Por que alguns não acreditam que eu vim para converter o mundo? Estou pedindo-vos para vos corrigirdes, mas vos recusais a fazê-lo.

Aparições para Nathalie:

Nossa Senhora: Eu falo convosco, mas vós não me ouvis. Eu quero levantar-vos, mas vós permaneceis caídos. Eu chamo-vos, mas vós fazeis ouvidos surdos. Quando ireis fazer o que eu vos peço? Vós ficais indiferentes a todos os meus apelos. Quando ireis entender? Quando ireis dar atenção ao que quero vos dizer? Eu dou-vos sinais, mas vós permaneceis incrédulos. Quanto tempo vós ireis fazer ouvido surdos aos meus apelos?

Nossa Senhora: Meu desejo é que rezeis sem cessar, com todo o vosso coração, e que me queirais chamar. Então, realmente vos tornareis meus filhos.

Nossa Senhora: O mundo vai mal. Se não fizerdes nada para vos arrependerdes e renunciar vossos pecados, ai de vós! É exatamente isto que continua a me fazer mal, pois desejo salvar-vos de um abismo, para que não caiais nele. Mas recusais minha ajuda. Por isso, redobrai o zelo pela oração em favor do mundo para que os pecados diminuam e sejam, para aqueles que desejarem, perdoados. Como posso ficar contente quando vejo meus filhos brincarem a ponto de caírem num abismo e se perderem? Venho até vós para vos comunicar uma mensagem que vos chama novamente àquilo que esquecestes, mas recusais acolhê-la. Neste momento eu sofro muito, mas suporto tudo com paciência.

Nossa Senhora: O caminho para o Céu passa sempre através do sofrimento. Um verdadeiro filho de Maria não pode ser separado do sofrimento. Aceitar as cruzes é andar de mãos dadas com a paciência, com a coragem, com a humildade e a docilidade e, também, com o amor e a alegria.

Nossa Senhora: Cada vez que te faço ver as flores, saiba que estou querendo falar das pessoas. Estas flores multicoloridas que vedes agora, são como as pessoas. Isto significa que todos as pessoas são diferentes segundo as suas obras. Cada um segue o seu próprio caminho e tem uma cruz para levar. Naturalmente, todos são guiados por Jesus e por mim. Saiba que quando morrem, as almas que agiram bem se unem, mas se distinguem umas das outras pelo caminho que seguiram sobre a terra. Por isso, eu te mostrei as flores de várias cores, que vivem no jardim de meu Filho. Deves, portanto, amar o caminho no qual te conduzo, porque será este que te levará até aquele campo de flores, a fim de que te tornes uma delas. Frequentemente te mostro como aparece o lugar onde descansam aqueles que agiram bem e o lugar onde estarão aqueles que agiram mal. A vós cabeis escolher!

Nossa Senhora: Cada um será recompensado segundo as suas obras. Se acolheis sempre a minha vontade, sereis recompensados e vos alegrareis mais do que os outros! Para os restantes, cada um tem uma recompensa que lhes reservei. Portanto, reze muito pelo mundo, porque ele está morrendo. Reze sem cessar. Este é o trabalho que te confio na sua condição de sofrimento.

Nossa Senhora: O mundo vive atualmente numa péssima situação moral. Os homens não rezam o bastante e aqueles que rezam, muitos não rezam como deveriam. É preciso rezar para que se convertam, para que mudem de vida e recorram aos Sacramentos, em particular ao Sacramento da Confissão. Que se desapeguem dos bens da terra e procurem os bens do Céu. Que se humilhem diante de Deus e que entre vós reine a paz, a misericórdia e a caridade fraterna.

Nossa Senhora:

Não existe riqueza maior do que um coração puro. Não existe nada mais belo do que um coração puro que oferece seus sofrimentos a Deus. Ofereçais, ofereçais vossos corações. Que o corpo não vos faça esquecer a vida espiritual. Vós que tendes todo o tipo de dificuldades na vida: se elas persistem, é necessário saber apresentá-las como oferecimento. Um sacrifício é pedido a cada cristão. Vós que encontrais dificuldades em vossas famílias, pensai na Sagrada Família de Nazaré que viveu numa extrema pobreza. Sem se beneficiar da atenção das pessoas em vossas penas diárias, colocai a Sagrada Família como vossa padroeira.

Sacerdotes: ofereçais vós mesmos, ofereçais o Sacrifício de Jesus. Eu vos amo, eu vos amo, eu vos amo muito. Nunca vos esqueçais que o amor que tenho por vós me fez vir até vós.

Jovens: levai a vida à sério. Sois o futuro. Não estragueis o vosso futuro. Vós jovens que rezais, um dia tereis vossa recompensa. Rezai, rezai, rezai e sigais o Evangelho do meu Filho que está entristecido com aqueles que zombam dele.

Governantes: tendes o poder de representar tantas pessoas. Não mateis, mas salveis. Não sejais cobiçosos, saibais dividir com os outros. Não sejais infiéis à palavra dada, traindo aqueles que vos apoiaram.

Meus filhos, na verdade não pretendo permanecer convosco longamente como de costume, porque já vos comuniquei o essencial daquilo que vos espero. Como vos disse, desejo repetir mais uma vez que estou contente convosco! Estou contente com os frutos que se produzem pouco a pouco desde que vim a Ruanda.

Quanto às desgraças que se abatem sobre vós, não vos preocupeis, porque nada é mais forte que o próprio Deus. O importante é saber aceitar o sofrimento sem se lamentar.

Agora, meus filhos, também escuto todas as vossas orações. Sei que vos preocupais em fazer longas viagens vindo até mim. Então, neste breve momento em que estamos juntos, digais todas as vossas necessidades para mim.

Meus filhos, estou para vos dizer adeus. Eu vos amo, vos amo, vos amo muito! Mas ai de quem se mostra indiferente a este amor que agora vos prometi e expressei. Vim por vós! Porque tínheis necessidade disto. Adeus.

Algumas profecias cumpridas:

Uma das principais razões que levou as autoridades eclesiásticas competentes ao reconhecimento das Aparições de Kibeho como autênticas, foi a visão antecipada do genocídio de Ruanda, que aconteceu 12 anos mais tarde, em 1994. A 19 de agosto de 1982, as videntes viram “um rio de sangue, pessoas que se estavam matando uns aos outros, cadáveres abandonados sem ninguém para enterrá-los, uma árvore toda em chamas, corpos sem cabeças”. Esta profecia parecia à primeira vista impossível, mas cerca de uma década mais tarde, na primavera de 1994, uma horrorosa guerra civil eclodiu na Ruanda, e, em apenas três meses, cerca de 500.000 a um milhão de pessoas foram mortas, muitos decapitados à machadada e jogados no rio Kagea (“rio de sangue”).

Alguns milagres:

Os peregrinos em Kibeho testemunharam vários fenômenos extraordinários nos locais das Aparições públicas:

– A dança do sol da esquerda para a direita e para cima e para baixo, por dezenas de minutos;

– O desaparecimento do sol, substituído por uma lua esverdeada;

– Uma dança de estrelas;

– Cruzes luminosas no céu.

– Mas o maior Milagre em Kibeho, segundo os responsáveis pelo site de Kibeho, foi uma onda de conversões e orações que resultaram das Aparições. A Virgem Maria, chamou especialmente os seus consagrados e a juventude, esses pobres jovens dos nossos tempos, que vão para as escolas, e que ficam, não só sem Deus, mas contra Deus!

Segue uma declaração de Dom Augustin neste dia:

Declaração do Bispo de Gikongoro, Dom Augustin Misago, fazendo um julgamento final sobre os fatos conhecidos como as “aparições de Kibeho”, 29 de junho de 2001.

Aos meus irmãos no sacerdócio, aos homens e mulheres religiosos, a todos os fiéis leigos;

Graça e paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo, sua Palavra encarnada (cf. 1 Coríntios 1, 3). Vinte anos já se passaram desde que os chamados eventos “Aparições de Kibeho” começaram e são objeto de uma investigação canônica. Muitos de vocês, sem dúvida, tiveram a oportunidade de visitar o site para testemunhar pessoalmente o desdobramento desse tipo de fenômeno; muitos outros os seguiram pela mídia. Na época de seus primeiros desenvolvimentos, Kibeho fazia parte da diocese de Butare cujo bispo era então bispo Jean-Baptiste Gahamanyi. Ele teve que administrar a situação por cerca de dez anos antes da fundação das Diocese de Gikongoro em 1992. Ele não poupou esforços para acompanhar esses eventos incomuns muito de perto. Assim, foram criadas duas comissões de estudo para este fim. Em 15 de agosto de 1988, considerou adequado aprovar um serviço público em relação a esses eventos. Mas, embora reconhecendo este culto, ele voluntariamente deixou em aberto pelo menos duas questões importantes, a solução que é crucial para o futuro:

Será que a Virgem Maria ou Jesus apareceram em Kibeho como dizem as supostas videntes? Se assim for, que vidente poderia ser reconhecido, dado o grande número de pessoas que, ao longo dos dias, começaram a alegar ser favorecidas por visões e aparições?

Creio que chegou a hora da autoridade eclesiástica competente tomar uma decisão final sobre este assunto. (…)

Eu, Agostinho Misago, pela vontade de Deus e pela autoridade da Sé Apostólica, o primeiro Bispo da Diocese de Gikongoro, o lugar onde ocorreram eventos chamados “Aparições de Kibeho”:

– Tendo em conta os diversos relatórios apresentados pelas comissões de estudo médico e teológico, que estão trabalhando desde sua criação, em 1982;

– Levando em conta também o resultado das minhas próprias investigações pacientemente conduzidas, especialmente desde a minha ordenação episcopal em junho de 1992 como o novo Ordinário do lugar;

– Atento às diretrizes dadas pela Santa Sé neste campo;

– Considerando o fato de que um culto público no local das aparições foi oficialmente aprovado em 15 de agosto de 1988 pelo meu antecessor Bispo Jean-Baptiste Gahamanyi, Bispo da Diocese de Butare, da qual Kibeho era então membro, e que este culto já foi exercido sem interrupção por treze anos, embora em condições dificultadas pela guerra e insegurança da qual o país sofreu muito desde outubro de 1990;

– Considerando que nenhuma objeção decisiva foi feita desde o início contra as aparições; que, pelo contrário, os argumentos a favor de seu caráter sobrenatural parecem muito sérios, e que o retrospecto dos anos só tornou esses argumentos mais impressionantes;

– Considerando acima de tudo o conteúdo do que pode ser chamado de mensagem de Kibeho, bem como os frutos espirituais que ele já despertou no povo de Deus;

– Considerando ainda mais o desenvolvimento pessoal dos diversos videntes presumidos, listados em 28 de novembro de 1983 e que foram examinados pelos comitês de uma forma ou de outra;

– Querendo responder à impaciência legítima de tantos cristãos que há muito tempo reivindicaram uma decisão da autoridade eclesiástica, cujas razões de prudência e conveniência me fizeram atrasar;

– Tendo rezado ao Espírito Santo para me ajudar, e invocado a Virgem Maria, a mãe de Jesus nosso Salvador e a mãe dos crentes;

– Depois de consultar os comitês ad hoc, e informar a Conferência Episcopal;

– Declaro o seguinte, na minha qualidade de Ordinário do lugar:

1°. Sim, a Virgem Maria apareceu em Kibeho no dia 28 de novembro de 1981 e nos meses que se seguiram. Há mais boas razões para acreditar do que negar.

A este respeito, apenas as três videntes do início merecem ser mantidos como autênticos: são Alfonsine Mumureke, Nathalie Mukamazimpaka e Marie Claire Mukangango. A Virgem manifestou-se a eles sob o nome de “Nyina wa Jambo”, ou seja, “Mãe da Palavra”: que é sinônimo de “Umubyeyi w’Imana”, ou seja, “Mãe de Deus”, como ela explicou. Estes videntes de Maria dizem que a veem às vezes com as mãos juntas, às vezes com os braços estendidos. (…)

2°. Entre os sinais de credibilidade das aparições, podemos citar, entre outros, fatos como:

– a boa saúde mental, o equilíbrio humano, a lucidez e a sinceridade das videntes atestadas pelas conclusões da comissão de médicos, incluindo um psiquiatra;

– a atmosfera verdadeiramente piedosa e sincera em que esses eventos ocorreram;

– a falta de busca de sensacionalismo das videntes, o que poderia significar que as aparições não ocorreram automaticamente ou teleguiadas;

– a não contradição dos visionários quanto às mensagens e comportamentos;

– a realidade dos êxtases que não têm nada de doente ou histérico, de acordo com os diversos testes e exames realizados pelas comissões;

– a naturalidade, coerência e simplicidade dos “diálogos” com a Aparição;

– o fato de que algumas das palavras que foram ditas manifestaram um nível mais elevado do que a cultura e a formação religiosa das pessoas que as disseram;

– o fenômeno das “jornadas místicas” para Alfonsine primeiro (20 de março de 1982) e depois para Nathalie (30 de outubro de 1982);

– o dia de 15 de agosto de 1982, que foi marcado, contra todas as probabilidades, por visões terríveis, que continuaram a se mostrar proféticas tendo em vista as tragédias humanas vividas na Ruanda e em todos os países da nossa região dos Grandes Lagos nos últimos anos;

– o extraordinário jejum de Nathalie durante a Quaresma de 1983, rigorosamente supervisionado pela comissão médica, cujos membros não eram todos católicos ou católicos praticantes;

– mas, sobretudo, a mensagem de Kibeho, cujo conteúdo permanece coerente, relevante e ortodoxo, e os frutos espirituais já despertados por esses eventos em todo o país e até no exterior.