1. ORAÇÃO PARA ANTES DA COMUNHÃO
2. ORAÇÃO PARA DEPOIS DA COMUNHÃO
3. AS MAIS BELAS PALAVRAS ESCRITAS SOBRE A SANTA MISSA
4. MILAGRES EUCARÍSTICOS
5. HISTÓRIAS RELACIONADAS COM A SANTA MISSA E A EUCARISTIA
6. CATECISMO DA SANTA MISSA

1. ORAÇÃO PARA ANTES DA COMUNHÃO

Oração de S. Tomás de Aquino
Ó Deus eterno e todo-poderoso, eis que me aproximo do sacramento do vosso Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo. Impuro, venho à fonte da misericórdia; cego, à luz da eterna claridade; pobre e indigente, ao Senhor do céu e da terra. Imploro, pois, a abundância da vossa liberalidade, para que Vos digneis curar a minha fraqueza, lavar as minhas manchas, iluminar a minha cegueira, enriquecer a minha pobreza, vestir a minha nudez. Que eu receba o Pão dos Anjos, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, com o respeito e a humildade, a contrição e a devoção, a pureza e a fé, o propósito e a intenção que convém à salvação da minha alma. Dai-me que receba não só o sacramento do Corpo e do Sangue do Senhor, mas também o seu efeito e a sua força. Ó Deus de mansidão, fazei-me acolher com tais disposições o Corpo que o vosso Filho único, Nossos Senhor Jesus Cristo, recebeu da Virgem Maria, que seja incorporado ao seu Corpo Místico e contado entre os seus membros. Ó Pai cheio de amor, fazei que, recebendo agora o vosso Filho sob o véu do sacramento, possa na eternidade contemplá-lo face a face. Amém.

Oração de Santo Ambrósio
Senhor Jesus Cristo, eu, pecador não presumindo dos meus próprios méritos, mas confiando na vossa bondade e misericórdia, temo entretanto e hesito em aproximar-me da mesa do vosso doce convite. Pois meu corpo e minha alma estão manchados por muitas faltas, e não guardei com cuidado o meu espírito e a minha língua. Por isso, ó bondade divina e temível majestade, na minha miséria recorro a Vós, fonte de misericórdia; corro para junto de Vós a fim de ser curado, refugio-me na vossa proteção, e anseio ter como Salvador Aquele que não posso suportar como Juiz. Senhor, eu Vos mostro as minhas chagas e Vos revelo a minha vergonha. Sei que os meus pecados são muitos e grandes, e temo por causa deles, mas espero na vossa infinita misericórdia. Olhai-me, pois, com os vossos olhos misericordiosos, Senhor Jesus Cristo, Rei eterno, Deus e homem, crucificado por causa do homem. Escutai-me pois espero em Vós; tende piedade de mim, cheio de misérias e pecados, Vós que jamais deixareis de ser para nós a fonte da compaixão. Salve, Vítima Salvadora, oferecida no patíbulo da Cruz por mim e por todos os homens. Salve, nobre e precioso Sangue, que brotas das chagas do meu Senhor Jesus Cristo crucificado e lavas os pecados do mundo inteiro. Lembrai-Vos, Senhor, da vossa criatura resgatada por vosso Sangue. Arrependo-me de ter pecado, desejo reparar o que fiz. Livrai-me, ó Pai Clementíssimo, todas as minhas iniquidades e pecados, para que, inteiramente purificado, mereça saborear dignamente o Santo dos santos. E concedei que o vosso Corpo e o vosso Sangue, que eu, embora indigno, me preparo para receber, sejam perdão para os meus pecados, a completa purificação das minhas faltas. Que eles afastem de mim os meus maus pensamentos e despertem os bons sentimentos; tornem eficazes as obras que Vos agradam, e protejam meu corpo e minha alma contra as ciladas dos meus inimigos. Amém.

Ao Espírito Santo
Ó Deus clementíssimo, escutai com piedade as nossas súplicas e iluminai o nosso coração com a graça do Espírito Santo, para que mereçamos servir com dignidade os vossos mistérios e amar-Vos com caridade eterna. Ó Deus, que conheceis o nosso coração e a nossa vontade, e que não ignorais nenhum segredo: purificai os nossos pensamentos infundindo-nos o Espírito Santo, para que mereçamos amar-Vos com perfeição e louvar-Vos dignamente. Senhor, inflamai as nossas entranhas e o nosso coração com o fogo do Espírito Santo, para que Vos sirvamos com um corpo casto e Vos agrademos com um coração limpo. Nós Vos pedimos, Senhor, que o Paráclito que procede de Vós ilumine o nosso entendimento e nos leve a conhecer a verdade, como o vosso Filho nos prometeu. Nós Vos pedimos, Senhor, que nos assista o poder do Espírito Santo, para que purifique com clemência os nossos corações e nos defenda de todos os perigos. Ó Deus, que instruístes os corações dos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos amar, no mesmo Espírito, o que é reto, e gozar sempre a sua consolação. Nós Vos pedimos, Senhor, que purifiqueis as nossas consciências para que, ao vir o nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, encontre preparada em nós a sua mansão. Ele que vive e reina convosco pelos séculos dos séculos. Amém.

À santíssima virgem
Ó Mãe de bondade e de misericórdia, Santíssima Virgem Maria, eu, miserável e indigno pecador, a Vós recorro de todo o coração e com todo o amor; e Vos suplico que, assim como estivestes de pé junto ao vosso amabilíssimo Filho pendente da Cruz, me assistais também a mim, mísero pecador, e a todos os sacerdotes que hoje na Santa Igreja oferecem o Santo Sacrifício. Auxiliados pela vossa graça, possamos nós apresentar à suprema e indivisível Trindade a Vítima verdadeiramente digna de lhe ser oferecida.

A S. José
São José, varão feliz, que tivestes a dita de ver e ouvir o próprio Deus, a quem muitos reis quiseram ver e não viram, ouvir e não ouviram; e não só ver e ouvir, mas ainda trazê-lo em vossos braços, beijá-lo, vesti-lo e guardá-lo!
– Rogai por nós, bem-aventurado São José.
– Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos: Ó Deus, que nos concedestes o sacerdócio real, nós Vos pedimos que, assim como São José mereceu cuidar e trazer em seus braços com carinho o vosso Filho unigênito, nascido da Virgem Maria, façais que nós Vos sirvamos com coração limpo e boas obras, de modo que hoje recebamos dignamente o sacrossanto Corpo e Sangue do vosso Filho, e na vida futura mereçamos alcançar o prêmio eterno. Amém.

Ato de fé
Ó Jesus, Deus e homem verdadeiro, creio firmemente que, por nosso amor e para ser o alimento da nossa alma, estais no Santíssimo Sacramento do Altar, tão real e perfeitamente como estais no Céu.

Ato de adoração
Ó Jesus, adoro-Vos profundamente neste diviníssimo Sacramento, em que Vos reconheço oculto debaixo das espécies sacramentais, como Deus e homem verdadeiro, meu Criador, Senhor, Redentor, sumo e único Bem.

Ato de esperança
Ó Jesus, espero que, recebendo-Vos neste diviníssimo Sacramento, usareis comigo de misericórdia e me dareis todas as graças necessárias e até abundantes para me santificar e alcançar a minha eterna salvação.

Ato de amor
Ó Jesus, amo-Vos com todo o coração sobre todas as coisas, porque sois o meu Deus, infinitamente amável, meu Pai, meu Redentor e meu tudo; e por amor de Vós, amo o próximo como a mim mesmo e perdôo de todo o coração os que me têm ofendido.

Outra oração
Ó Deus clementíssimo, escutai com piedade as nossas súplicas e iluminai o nosso cora cão com a graça do Espírito Santo, para que mereçamos servir com dignidade os vossos mis­térios e amar-Vos com caridade eterna. Ó Deus, que conheceis o nosso coração e a nossa vonta­de, e que não ignorais nenhum segredo: purificai os nossos pensamentos infundindo-nos o Espíri­to Santo, para que mereçamos amar-Vos com perfeição e louvar-Vos dignamente. Senhor, in­flamai as nossas entranhas e o nosso coração com o fogo do Espírito Santo, para que Vos sir­vamos com um corpo casto e Vos agrademos com um coração limpo.
Nós Vos pedimos, Senhor, que o Paráclito que procede de Vós ilumine o nosso entendimen­to e nos leve a conhecer a verdade, como o vos­so Filho nos prometeu.
Nós Vos pedimos, Senhor, que nos assista o poder do Espírito Santo, para que purifique com clemência os nossos corações e nos defenda de todos os perigos. Ó Deus, que instruístes os co­rações dos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos amar, no mesmo Espírito, o que é reto, e gozar sempre a sua consolação.
Nós Vos pedimos, Senhor, que purifiqueis as nossas consciências para que, ao vir o nosso Se­nhor Jesus Cristo, vosso Filho, encontre prepa­rada em nós a sua mansão. Ele que vive e reina convosco pêlos séculos dos séculos. Amém.

PARA OS SACERDOTES

Oração em honra do santo cuja missa se celebra
Ó NN, eu, miserável pecador, confiando nos teus méritos, ofereço agora para a tua honra e glória o santíssimo sacramento do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Rogo-te humilde e devotamente que intercedas hoje por mim, para que ofereça digna e aceitavelmente este sacrifício, e possa louvar eternamente Deus contigo e com todos os seus eleitos e reinar junto dEle: Que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.

Fórmula da intenção da Missa
Quero celebrar o Santo Sacrifício da Missa e consagrar o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o rito da Santa Igreja Romana para louvor de Deus onipotente e de toda a Igreja triunfante, para meu bem e o de toda a Igreja militante, por todos os que se encomendaram às minhas orações em geral e em particular e, enfim, pelo feliz estado da Santa Igreja Romana. O Senhor onipotente e misericordioso nos conceda, alegria e paz, emenda de vida, tempo de fazer sincera penitência, graça e consolação do Espírito Santo, perseverança nas boas obras. Amém.

Santo Alfonso Maria de Ligório
Considerações e afetos para a preparação da santa missa

Introdução

Não pode um homem fazer uma ação mais Santa, maior e mais sublime do que celebrar uma missa (1) Deus mesmo não pode fazer que exista uma ação mais santa e mais grande do que celebrar-se uma missa. todos os sacrifícios antigos só foram uma sombra uma figura do nosso sacrifício. O sacrifício das vidas de todos os santos, de todos os anjos e da própria divina Mãe certamente não daria a Deus a honra que lhe dá uma só missa porque esta somente rende a deus uma honra a infinita. assim a missa é uma ação um que rende a maior honra que pode dar-se a deus o maior sufrágio às almas do purgatório: é a ação que abate a força do inferno, que mais a placa a ira do senhor contra os pecadores e que nos obtém com um maior abundância as as divinas graças. (2) na missa Deus sacrifica o seu próprio filho, e se doa a nós no santíssimo sacramento, que é toda a bontade e a beleza da igreja; pois, segundo diz santo Tomás, quase todos os outros sacramentos tem por fim a Eucaristia:

2. ORAÇÃO PARA DEPOIS DA COMUNHÃO

Anima Christi
Alma de Cristo, santificai-me. Corpo de Cristo, salvai-me. Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo, lavai-me. Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-me. Dentro de vossas chagas, escondei-me. Não permitais que me separe de Vós. Do espírito maligno, defendei-me. Na hora da minha morte, chamai-me. E mandai-me ir para Vós, para que vos louve com os vossos santos, por todos os séculos dos séculos. Amém (Indulgencia parcial, Ench. indul. n. 10).

Oração do Papa Clemente XI
Senhor, creio em vós, fazei que creia com mais firmeza; espero em Vós, fazei que espere com mais confiança; amo-vos, aumentai o meu amor; arrependo-me, avivai minha dor. Adoro-vos como primeiro princípio; desejo-vos como último fim; exalto-vos como benfeitor perpétuo; invoco-vos como defensor propício. Dirigi-me com a vossa sabedoria; atai-me com a vossa justiça; consolai-me com a vossa clemência; protegei-me com o vosso poder. Ofereço-vos os meus pensamentos, para que se dirijam a vós; minhas palavras, para que falem de vós; minhas obras, para que sejam vossas;
minhas contrariedades, para que as aceite por vós. Quero o que quereis, quero porque o quereis,
quero como o quereis, quero enquanto o queirais. Senhor, peço-vos que ilumineis a minha mente, inflameis a minha vontade, limpeis o meu coração, santifiqueis a minha alma. Que me afaste das faltas passadas, rejeite as tentações futuras, corrija as más inclinações, pratique as virtudes necessárias. Concedei-me, Deus de bondade, amor por vós, ódio por mim, zelo pelo próximo, desprezo pelo mundano. Que saiba obedecer aos superiores, ajudar os inferiores, acolher os amigos, perdoar os inimigos. Que vença a sensualidade com a mortificação, a avareza com a generosidade, a ira com a bondade, a tibieza com a piedade. Fazei-me prudente nos conselhos, constante nos perigos, paciente nas contrariedades, humilde na prosperidade. Senhor, fazei-me atento na oração, sóbrio na comida, perseverante no trabalho, firme nos propósitos. Que procure ter inocência interior, modéstia exterior, conversa exemplar, vida ordenada. Que lute por dominar a minha natureza, fomentar a graça, servir a vossa lei e obter a salvação. Que aprenda de vós como é pouco o terreno, como é grande o divino, como é breve o tempo, como é duradouro o eterno. Fazei-me preparar a morte, temer o juízo, evitar o inferno, e alcançar o Paraíso. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Oração de S. Tomás de Aquino
Eu vos dou graças, ó Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, porque, sem mérito algum de minha parte, mas somente pela condescendência de vossa misericórdia, vos dignastes saciar-me, a mim pecador, vosso indigno servo, com o sagrado Corpo e o precioso Sangue do vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. E peço que esta santa comunhão não me seja motivo de castigo, mas salutar garantia de perdão. Seja para mim armadura da fé, escudo da boa vontade e libertação dos meus vícios. Extinga em mim a concupiscência e os maus desejos, aumente a caridade e a paciência, a humildade e a obediência, e todas as virtudes. Defenda-me eficazmente contra todas as ciladas dos inimigos, tanto visíveis quanto invisíveis. Pacifique inteiramente todas as minhas paixões, unindo-me firmemente a vós, Deus uno e verdadeiro, feliz consumação de meu destino. E peço que vos digneis conduzir-me a mim pecador àquele inefável convívio em que vós, com vosso Filho e o Espírito Santo, sois para os vossos Santos a luz verdadeira, a plena saciedade e a eterna alegria, a ventura completa e a felicidade perfeita. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Oração de São Boaventura
Trespassai, dulcíssimo Se­nhor Jesus, a medula de minha alma com o suave e salutar dardo do vosso amor, com a verdadeira, pura e santíssima caridade apostólica, a fim de que a minha alma desfaleça e se desfaça sempre só com o amor e o desejo de Vos possuir; que por Vós sus­pire, e desfaleça por achar–se nos átrios da vossa casa; deseje separar-se do corpo para se unir a Vós. Fazei que minha alma te­nha fome de Vós, Pão dos anjos, Alimento das almas santas, Pão nosso de cada dia, cheio de força, de toda a doçura e sabor, e de todo o suave deleite. Ó Je­sus, a quem os anjos dese­jam contemplar, tenha sempre o meu coração fo­me de Vós, e o interior de minha alma transborde com a doçura do vosso sa­bor; tenha sempre sede de Vós, fonte de vida, manancial de sabedoria e de ciência, rio de luz eterna, torrente de delícias, abun­dância da Casa de Deus. Que Vos deseje, Vos pro­cure, Vos encontre; que para Vós caminhe e a Vós chegue; que em Vós pen­se, de Vós fale, e todas as minhas ações encaminhe para a honra e glória do vosso nome, com humilda­de e discrição, com amor e deleite, com facilidade e afeto, com perseverança até o fim; para que só Vós sejais sempre minha espe­rança, meu gozo, meu des­canso e minha tranquilida­de, minha paz, minha sua­vidade, meu perfume, mi­nha doçura, minha comi­da, meu alimento, meu re­fúgio, meu auxílio, minha sabedoria, minha herança, minha posse, meu tesouro, no qual estejam sempre fixos e firme e inabala-velmente arraigados a mi­nha alma e o meu coração. Amém.

Ó Sagrado Banquete
Ó sagrado banquete de que somos os convivas, no qual recebemos Cristo em comunhão! Nele se re­corda a sua paixão, o nos­so coração se enche de graça e nos é dado o pe­nhor da glória que há de vir.
V. Vós sois o Pão que des­ceu dos Céus. (T.P. Ale­luia)
R. Para dar vida ao mun­do. (T.P. Aleluia)
Oremos: Deus, que neste admirável sacramento nos deixastes o memorial da vossa Paixão, dai-nos ve­nerar com tão grande amor o mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue, que possamos colher con­tinuamente os frutos da vossa Redenção. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. R. Amém.

Adoro te devote
Adoro-Vos com devoção, Deus escondido, que sob estas aparências estais presente. A Vós se submete meu coração por inteiro, e ao contemplar-Vos se rende totalmente.
A vista, o tato, o gosto enganam-se sobre Vós, mas basta o ouvido para crer com firmeza. Creio em tudo o que disse o Filho de Deus; nada de mais verdadeiro que esta palavra de verdade.
Na Cruz estava oculta a divindade, mas aqui se esconde também a humanidade; Creio, porém, e confesso ambas as coisas, e peço o que pediu o ladrão arrependido.
Não vejo as chagas, como Tomé, mas confesso que sois o meu Deus. Fazei que eu creia mais e mais em Vós, que em Vós espere, que Vos ame.
ó memorial da morte do Senhor! ó Pão vivo que dais a vida ao homem! Que a minha alma sempre de Vós viva, que sempre lhe seja doce o vosso sabor.
Bom pelicano, Senhor Jesus! Limpai-me a mim, imundo, com vosso Sangue, com esse Sangue do qual uma só gota pode salvar do pecado o mundo inteiro.
Jesus, a quem agora contemplo escondido, rogo-Vos se cumpra o que tanto desejo: que, ao contemplar-Vos face a face, seja eu feliz vendo a vossa glória. Amém (Indulgencia parcial, Ench. indul. n. 4).

Eis-me aqui (a Jesus crucificado)
Eis-me aqui, Senhor, ó bom e dulcíssimo Jesus! De joelhos me prostro em vossa presença e vos suplico com todo o fervor da minha alma que vos digneis gravar no meu coração os mais vivos sentimentos de fé, esperança e caridade, verdadeiro arrependimento de meus pecados e firme propósito de emenda, enquanto vou considerando, com vivo afeto e dor, as vossas cinco chagas, tendo diante dos olhos aquilo que o profeta Davi já vos fazia dizer, ó bom Jesus: Trespassaram minhas mãos e meus pés e contaram todos os meus ossos (Sl 21, 17) (Concede-se indulgência plenária, nas sextas-feiras da Quaresma, ao fiel que recitar piedosamente esta oração, diante de uma imagem de crucificado, depois da comunhão; e indulgência parcial nos outros dias do ano, Ench. Indul. n. 22).

Dominus Iesus Christus
Senhor Jesus Cristo,
esteja junto de mim, para que me defenda
dentro de mim, para que me conserve
diante de mim, para que me conduzas
atrás de mim, para que me guardes
sobre mim, para que me abençoes e santifique. Amém.

Oferecimento de si mesmo
Tomai, Senhor, e recebei, toda a minha liberdade, a minha memória, o meu entendimento e toda a minha vontade. Tudo quanto tenho e possuo de Vós o recebi. Por isso a Vós, Senhor, o entrego e restituo para que disponhais de tudo segundo a vossa vontade. Concedei-me somente o vosso amor e a vossa graça, que isto me basta, e não desejo outra coisa da vossa misericórdia infinita. Amém.

Oração à Santíssima Virgem Maria
Ó Maria, Virgem e Mãe Santíssima, eis que recebi vosso amadíssimo Filho, a quem concebestes no vosso seio imaculado, criastes e alimentastes em vosso peito, e abraçastes amorosamente. Eis que Vos apresento e ofereço com amor e humildade Aquele que Vos alegrava contemplar e que Vos enchia de delícias, para que o aperteis em vossos braços, o ameis em vosso coração e o ofereçais em supremo culto de adoração à Santíssima Trindade, para vossa honra e glória e pelas minhas necessidades e pelas de todo o mundo. Suplico-Vos, piedosíssima Mãe, que me alcanceis o perdão de todos os meus pecados e graça abundante para servir o Senhor desde agora com maior fidelidade; e por último a graça da perseverança final, para que possa louvá-lo convosco pelos séculos dos séculos. Amém.

Oração a São José
Ó glorioso São José, Pai e protetor das virgens, guarda fiel a quem Deus confiou Jesus, a própria inocência, e Maria, Virgem das virgens! Em nome de Jesus e de Maria, este duplo tesouro que vos foi tão caro, vos suplico que me conserveis livre de toda a impureza, para que, com alma pura e corpo casto, sirva sempre fielmente, a Jesus e a Maria. Amém.

À Sagrada Família
Aos que nutristes com os vossos celestes Sacramen­tos, Senhor Jesus, fazei que sigam sempre os exemplos de vossa santa Família para que à hora da morte ve­nham ao encontro a glorio­sa Virgem vossa Mãe, com São José, e mereçam ser recebidos por Vós nos ta­bernáculos eternos. Vós que viveis e reinais com o Pai, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.

Cântico dos três jovens
1. Obras do Senhor, ben­dizei todas o Senhor; lou­vai-O e exaltai-O para sempre.
2. Céus, bendizei o Se­nhor; Anjos do Senhor, bendizei o Senhor.
3. Águas que estais por cima dos céus, bendizei to­das o Senhor; todos os po­deres bendigam o Senhor.
4. Sol e lua, bendizei o Senhor; estrelas dos céus, bendizei o Senhor.
5. Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor; e vós, todos os ventos, bendizei o Senhor.
6. Fogo e calor, bendizei o Senhor; frio e calor, ben­dizei o Senhor.
7. Orvalhos e geadas, bendizei o Senhor; gelo e frio, bendizei o Senhor.
8. Gelos e neves, bendizei o Senhor; noites e dias, bendizei o Senhor.
9. Luz e trevas, bendizei o Senhor; relâmpagos e nu­vens, bendizei o Senhor.
10. Que a terra bendiga o Senhor; louve-O e exalte–O para sempre.
11. Montes e colinas, ben­dizei o Senhor; plantas que brotais da terra, bendizei o Senhor.
12. Mares e rios, bendizei o Senhor; fontes, bendizei o Senhor.
13. Cetáceos e animais que viveis nas águas, ben­dizei o Senhor; pássaros todos do céu, bendizei o Senhor.
14. Animais selvagens e rebanhos, bendizei o Se­nhor; filhos dos homens, bendizei o Senhor.
15. Bendiga Israel o Se­nhor; louve-O e exalte-O para sempre.
16. Sacerdotes do Se­nhor, bendizei o Senhor; servos do Senhor, bendi­zei o Senhor.
17. Espíritos e almas dos justos, bendizei o Senhor; santos e humildes de cora­ção, bendizei o Senhor.
18. Ananias, Azarias e Misael, bendizei o Senhor; louvai-O e exaltai-O para sempre.
19. Bendigamos o Pai, o Filho e o Espírito Santo; louvemo-lO e exaltemo-1O para sempre.
20. Senhor, Vós sois ben­dito no firmamento dos céus; sois digno de louvor e glória para sempre.

Oração de São Francisco
Senhor,
Fazei de mim um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz!
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar que ser consolado.
Compreender que ser compreendido.
Amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado e
é morrendo que se vive para a vida eterna!

Ladainha da humildade
O Jesus, manso e humilde de coração, ouvi-me.
Do desejo de ser estimado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser amado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser conhecido, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser honrado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser louvado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser preferido, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser consultado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser aprovado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser humilhado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser desprezado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de sofrer repulsas, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser caluniado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser esquecido, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser ridicularizado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser difamado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser objeto de suspeita, livrai-me, ó Jesus.
Que os outros sejam mais amados do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros sejam mais estimados do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuído, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser escolhidos e eu posto de lado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser louvados e eu desprezado, Je­sus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser preferidos a mim em todas as coisas, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser mais santos do que eu, embo­ra me torne o mais santo quanto me for possível, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Oração a São Miguel Arcanjo
São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate; cobri-nos com vosso escudo contra os embustes e ciladas do demônio. Subjugue-o Deus, instantemente o pedimos; e vós, Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.

PARA OS SACERDOTES

Que vos seja agradável, Senhor (Pláceat)
Que vos seja agradável, ó Santíssima Trindade, o obséquio da minha servidão; e fazei que o sacrifício, que, sendo indigno, apresentei diante dos olhos da vossa Majestade, seja propício, pela vossa Misericórdia, para mim e para todos aqueles por quem o ofereci. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Oração para levar uma vida santa
Amabilíssimo Jesus, que por especial benevolência me escolhestes entre milhares de homens para que Vos seguisse, e me chamastes à dignidade excelsa do sacerdócio: peço-Vos que me concedais a Vossa ajuda divina para cumprir com fidelidade os meus deveres. Suplico-Vos, Senhor Jesus, que hoje e sempre aviveis em mim a Vossa graça, que recebi pela imposição das mãos episcopais. Ó poderosíssimo Médico das almas, curai-me de modo que não recaia nos vícios, evite todos os pecados e Vos agrade até à hora da minha morte. Amém.

3. AS MAIS BELAS PALAVRAS ESCRITAS SOBRE A SANTA MISSA

Se conhecêssemos o valor da Santa Missa, morreríamos de alegria (São João Maria Vianney).

Se soubéssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa, que esforço tão grande faríamos para assisti-la (São João Maria Vianney).

A Missa é a devoção dos santos (São João Maria Vianney).

Como fica feliz o Anjo da Guarda quando acompanha uma pessoa que vai à Missa (São João Maria Vianney).

Estais na Missa com as mesmas disposições com que a Virgem Santíssima estava no Calvário, tratando-se da presença do mesmo Deus e da consumação do mesmo sacrifício? (São João Maria Vianney, Sermão sobre o pecado).

O santo abade Nilo nos refere que seu mestre São João Crisóstomo lhe disse um dia em confidência que, durante a Santa Missa, via uma multidão de anjos descendo do céu para adorar a Jesus sobre o altar, enquanto muitos deles percorriam a igreja para inspirar aos fiéis o respeito e o amor que devemos sentir por Jesus Cristo presente no altar. Momento precioso, momento feliz para nós, aquele em que Jesus está presente sobre os nossos altares! Ah, se os pais e as mães compreendessem bem isto e soubessem aproveitar esta doutrina, seus filhos não seriam tão miseráveis nem se afastariam tanto dos caminhos que ao céu conduzem. Meu Deus, quantos pobres junto a um tesouro tão grande! (São João Maria Vianney, Sermón sobre la Santa Misa).

Não há momento tão precioso para pedir a Deus nossa conversão do que na Santa Missa (São João Maria Vianney, Sermón sobre la Santa Misa).

A Santa Missa alegra toda a corte celestial, alivia as pobres almas do purgatório, atrai sobre a terra toda a sorte de bênçãos, e dá mais glória a Deus do que todos os mártires juntos, do que as penitências de todos os homens, do que todas as lágrimas derramadas pelos homens desde o princípio do mundo e do que tudo o que possam fazer até o final dos séculos (São João Maria Vianney).

Agradeçamos, pois, ao Divino Salvador por ter-nos deixado este meio infalível de atrair sobre nós as ondas da Divina Misericórdia” (São João Maria Vianney).

A Santa Missa é uma embaixada à Santíssima Trindade de inestimável valor; é o próprio Filho de Deus que a oferece (São João Maria Vianney).

Quantas almas sairiam do pecado se assistíssemos a Missa com boas disposições. Não nos estranhe, pois, que o demônio procure neste tempo sugerir-nos tantos pensamentos alheios à devoção (São João Maria Vianney).

Vale mais assistir devotamente uma Missa do que jejuar um ano inteiro de pão e água (São Leonardo).

Saiba, ó cristão, que vale mais assistir devotamente uma Missa do que distribuir todos os bens aos pobres e passar a viver como um mendigo por toda a terra (São Bernardo).

Obtemos mais méritos assistindo a uma Santa Missa com devoção do que repartindo tudo o que temos aos pobres e viajando por todo o mundo em peregrinação (São Bernardo).

Na hora da morte, as Missas, às quais tiveres assistido, serão a tua maior consolação. Um dos fins da Santa Missa é alcançar para ti o perdão dos teus pecados. Em cada Missa, pois, podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados, pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor. Será ratificada no céu a bênção, que do sacerdote receberes na Santa Missa. Assistindo-a com devoção, prestas a maior das honras à Santa Humanidade de Jesus Cristo (Santo Agostinho).

Eu te asseguro que quem ouve devotamente a Santa Missa, eu mandarei nos últimos momentos da sua vida, tantos santos, para confortá-lo e protegê-lo, quanto foram as suas Missas bem assistidas (Santa Gertrudes).

O Martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor (São Tomás de Aquino).

Cada Missa à que assistires, alcançar-te-á no céu maior grau de glória. Serás abençoado em teus negócios pessoais e obterás as graças, que te são necessárias (São Jerônimo).

Sinto-me abrasado de amor até o mais íntimo do coração pelo santo e admirável Sacramento da Santa Missa e deslumbrado por essa clemência tão caridosa e tão misericordiosa de Nosso Senhor, a ponto de considerar grave falta, para quem, podendo a assistir a uma missa, não o faz (São Francisco de Assis).

Deves lutar por conseguir que o Santo Sacrifício do Altar seja o centro e a raiz da tua vida interior, de modo que todo o teu dia se converta num ato de culto – prolongamento da Missa a que assististe e preparação para a seguinte -, que vai transbordando em jaculatórias, em visitas ao Santíssimo Sacramento, em oferecimento do teu trabalho profissional e da tua vida familiar… (São Josemaria Escrivá, Forja, 69).

Ajudar-te-á aquela consideração que fazia um sacerdote apaixonado: é possível, meu Deus, participar da Santa Missa e não ser santo? (São Josemaria Escrivá).

Não revelo nada de novo se digo que alguns cristãos têm uma visão muito pobre da Santa Missa, que muitos a encaram como um mero rito exterior, quando não como um convencio­nalismo social. É que os nossos corações, tão mesquinhos, são capazes de acompanhar rotineiramente a maior doação de Deus aos homens. Na Missa, nesta Missa que agora celebramos, intervém de um modo especial, repito, a Trindade Santíssima. Para correspondermos a tanto amor, é preciso que haja da nossa parte uma entrega total do corpo e da alma, pois ouvimos o próprio Deus, falamos com Ele; nós o vemos e saboreamos (São Josemaria Escrivá, Es Cristo que pasa, 87).

O maior louco que já houve e haverá é Ele. É possível maior loucura do que entregar-se como Ele se entrega, e àqueles a quem se entrega? Porque, na verdade, já teria sido loucura ficar como um Menino indefeso; mas, nesse caso, até mesmo muitos malvados se enterneceriam, sem atrever-se a maltratá-Lo. Achou que era pouco: quis aniquilar-se mais e dar-se mais. E fez-se comida, fez-se Pão.
– Divino Louco! Como é que te tratam os homens?… E eu mesmo? (São Josemaria Escrivá, Forja 824).

Diz ao Senhor que, daqui por diante, de cada vez que celebres ou assistas à Santa Missa, e administres ou recebas o Sacramento Eucarístico, o farás com uma fé grande, com um amor que queime, como se fosse a última vez da tua vida.
– E sente dor pelas tuas negligências passadas (São Josemaria Escrivá, Forja 829).

Todas as Missas tem um valor infinito, pois são celebradas pelo próprio Jesus Cristo com uma devoção e amor acima do entendimento dos anjos e dos homens, constituindo o meio mais eficaz, que nos deixou Nosso Senhor Jesus Cristo, para a salvação da humanidade (Santa Matildes).

Nenhuma língua humana pode exprimir os frutos de graças, que atrai o oferecimento do Santo Sacrifício da Missa (São Lourenço).

No podemos separar la Sagrada Eucaristía de la Pasión de Jesús (San Andrés Avellino).

Jamais o sacerdote poderá celebrar a Missa com a devoção que lhe é requerida (Santo Alfonso Maria de Ligório, A Missa atropelada).

O homem não pode levar a cabo ação mais sublime e mais santa (Santo Alfonso Maria de Ligório).

Afirma o Concílio de Trento: “Não duvidamos confessar que é impossível aos servos de Cristo (sacerdotes) executar ação tão santa e divina como este tremendo mistério (…) Quantas honras tributaram e tributarão todos os anjos com suas homenagens e todos os homens com suas obras, penitências e martírios, nunca poderão jamais tributar a Deus tanta glória como a que tributa uma só Missa” (Santo Alfonso Maria de Ligório).

(A Santa Missa) é a obra que mais abate as forças do Inferno (Santo Alfonso Maria de Ligório).

(A Santa Missa) obtém o mais poderoso sufrágio às almas do purgatório. A que mais apazigua a cólera de Deus contra os pecadores e a que proporciona aos homens na terra um maior cúmulo de bens (Santo Alfonso Maria de Ligório).

4. MILAGRES EUCARÍSTICOS

1. A Hóstia transforma-Se em carne sangrenta Roma (séc. VI-VII)

Este milagre, cuja Relíquia está guardada até os dias de hoje em Andechs, Alemanha é confirmado por numerosos documentos. Aconteceu em Roma no ano de 595 durante uma Celebração Eucarística presidida pelo Papa São Gregório Magno. Uma nobre dama romana, assaltada pela dúvida sobre a presença real do Senhor no pão consagrado, deu uma gargalhada no momento em que ia receber a Comunhão. O Pontífice, perturbado, não permitiu que ela comungasse e nesse mesmo instante as espécies se transformaram em Carne e Sangue.


Relicário que contém a Hóstia do Milagre e que ainda hoje se conserva em Andechs.

Entre as obras mais importantes que mencionam este milagre que aconteceu em Roma no ano de 595, está a Vita beati Gregorii Papae (787) de autoria do Diácono Paulo.
Era costume naquele tempo que o pão utilizado para a Celebração Eucarística fosse preparado pelos próprios fiéis. O Papa São Gregório Magno foi testemunha direta deste Milagre. Quando o Papa celebrava a missa dominical na antiga igreja dedicada a São Pedro, no momento de dar a Comunhão, viu que uma das senhoras que havia preparado o pão estava na fila dando gargalhadas. O Pontífice perplexo, repreendeu-a duramente e perguntou porque ela se comportava daquele jeito. Ela se justificou dizendo que não conseguia acreditar que naquele pão que ela mesma tinha preparado estivesse o Corpo de Cristo. São Gregório, então, não permitiu que a mulher comungasse e implorou a Deus que a iluminasse. Assim que o Papa terminou de rezar, o pedaço de pão que a mulher preparou tinha se transformado em Carne e Sangue. A mulher arrependida, se ajoelhou e começou a chorar. Ainda hoje, uma parte da Relíquia está guardada em Andechs, Alemanha, no Mosteiro Beneditino local.

2. O Milagre de Lanciano (séc. VIII)

Na Igreja de São Francisco, uma inscrição do século XVII, feita em mármore narra o
Milagre Eucarístico ocorrido na cidade de Lanciano (750): “Um monge sacerdote duvidou que na Hóstia consagrada estivesse realmente presente o Corpo de Cristo e no Cálice, o seu Sangue. Celebrou a missa e depois de pronunciar as palavras da consagração, viu que a Hóstia tinha se transformado em Carne e o vinho em Sangue. Tudo isso foi mostrado ao povo. Até hoje a Carne está inteira e o Sangue, divido em cinco partes desiguais, possui o mesmo peso estando as partes unidas ou separadas.


Ostensório que contém a Sacra Relíquia (esquerda)

Relíquia do vinho que se transformo em Sangue (direita)

Em 1970, o Arcebispo de Lanciano e o Provincial dos Frades Conventuais de Abruzzo, autorizados por Roma, pediram ao doutor Edoardo Linoli, diretor do hospital de Arezzo e professor de Anatomia, Histologia, Química e Microscopia Clínica, uma minuciosa análise científica das Relíquias de um Milagre de doze séculos atrás. No dia 4 de março de 1971, o professor apresentou um relatório detalhado dos estudos realizados. Eis as conclusões:
1. A “Carne milagrosa” é verdadeiramente carne do tecido muscular fibroso do miocárdio.
2. O “Sangue milagroso” é verdadeiro sangue, demonstrado, com certeza absoluta, pela análise cromatográfica.
3. O estudo imunológico manifesta seguramente que a carne e o sangue são humanos e a prova imunológica revela com segurança que ambos pertencem ao grupo sangüíneo AB, o mesmo grupo do homem do Santo Sudário e característico das populações do Oriente Médio. Esta identidade do grupo sangüíneo indica ou que a Carne e o Sangue são da mesma pessoa ou que pertencem a dois indivíduos do mesmo grupo sangüíneo.
4. As proteínas contidas no Sangue estão normalmente distribuídas numa percentagem idêntica às de um sangue fresco normal.
5. Nenhuma sessão de histologia revelou traços de infiltrações de sais ou de conservantes utilizados nas antigas civilizações para mumificar corpos.
O professor Linoli descarta também a hipótese que alguém, no passado, quisesse realizar uma fraude.
O seu relatório foi publicado nos “Quaderni Sclavo in Diagnostica (fasc. 3, Gráfica Meini, Sena, 1971) e causou um grande interesse no mundo científico.
Em 1973 o Conselho Superior da Organização Mundial da Saúde, organismo da ONU, nomeou uma comissão científica para verificar as conclusões do médico italiano. Os trabalhos duraram 15 meses e foram feitos 500 exames. Realizaram-se as mesmas pesquisas feitas pelo professor Linoli e outras complementares.
Os exames confirmaram que os fragmentos retirados em Lanciano não são semelhantes a tecidos mumificados. A comissão declarou que a Carne é um tecido vivo porque responde a todas as reações clínicas próprias dos seres vivos. A Carne e o Sangue milagrosos de Lanciano têm as mesmas características de carne e sangue recém extraídos de um ser vivo. Esse relatório confirma as conclusões do professor Linoli. As conclusões do pequeno resumo dos trabalhos científicos da Comissão Médica da OMS e da ONU, publicado em dezembro de 1976 em Nova York e em Genebra declaram que a ciência, consciente dos seus limites, não é capaz dar uma explicação natural ao fenômeno.

3. O Milagre de Ferrara (ano de 1171)

Este Milagre Eucarístico aconteceu em Ferrara, na Basílica de Santa Maria de
Vado. Num domingo de Páscoa (28 de março de 1171), Padre Pietro da Verona, Prior da Basílica, estava celebrando a Missa e no momento em que ele partiu o Pão Consagrado, jorrou um fluxo de Sangue que tingiu a pequena abóbada que estava acima do altar. A abóbada tingida de Sangue foi encerrada num pequeno templo construído em 1595 e ainda hoje é possível vê-la na monumental Basílica de Santa Maria de Vado.

 

A pequena abóboda
manchada de Sangue.

Detalhe da pequena
abóboda manchada de
Sangue

No dia 28 de março de 1171, o P. Pietro da Verona, prior dos Cônegos Regulares Portuenses, celebrava solenemente a Missa Pascoal, ajudado por três irmãos (Bono, Leonardo e Aimone). No momento em que ele partiu a Hóstia consagrada, saiu dela um fluxo de Sangue que se dividiu em grandes gotas por toda a pequena abóbada da capela. As narrações falam do “sagrado terror do celebrante e da imensa maravilha do povo apinhado na Igrejinha”. Muitas testemunhas afirmaram ter visto a Hóstia adquirir uma cor sangüínea e tiveram a impressão de ter visto nEla a figura de um menino. O Bispo de Ferrara, Dom Amato e o Arcebispo de Ravena, Dom Geraldo foram avisados imediatamente e eles viram com os seus próprios olhos o Sangue do Milagre, “O Sangue de um vermelho vivíssimo que estava na pequena abóbada do altar”. A Igreja que virou rapidamente meta de romarias, a partir do ano de 1495 foi reestruturada e ampliada por ordem do Duque Ercole I d’Este.
Os testemunhos históricos e autorizados sobre o Milagre são numerosos: o documento mais antigo é de Geraldo Cambrese (1197); quase da mesma época do Milagre e que foi reencontrado pelo historiador Antônio Samaritani numa obra intitulada “Gemma Ecclesiastica”. O manuscrito é conservado na Biblioteca Lamberthiana de Canterbury. Outro documento, do dia 6 de março de 1404 é a Bula do Cardeal Migliorati, na qual se concede indulgência a “todos que visitem a igreja e rendam homenagem ao Sangue Prodigioso”. Mas, o documento que tem maior autoridade é a Bula do Papa Eugênio IV, do dia 30 de março de 1442. Na Bula, o Pontífice fala do Milagre referindo-se aos testemunhos dos fiéis e a antigas fontes históricas. O aniversário é comemorado de diversas maneiras: todos os dias 28 de cada mês na Basílica se faz a Adoração Eucarística e todos os anos, para preparar a Festa de Corpus Christi, se celebram as solenes 40 horas. No ano de 1971 foi celebrado o oitavo centenário do Milagre.

O Milagre de Santo António em Rímini (ano de 1227)

Este Milagre Eucarístico foi realizado por Santo Antonio depois de que um tal Bonovillo o desafiou a demonstrar a verdade sobre a presença real de Jesus na Eucaristia. A biografia mais antiga de Santo Antônio, A Assidua, traz as palavras exatas que Bonovillo disse ao santo: “Padre! Eu te digo diante de todos: acreditarei na Eucaristia se a minha mula, que farei jejuar durante três dias, coma a Hóstia que tu oferecerás e não o feno que eu darei”. A mula, ainda que estivesse esfomeada por causa do jejum, inclinou-se diante da Hóstia consagrada e rejeitou o feno.

 

Santo Antonio e o Milagre da mula.

Em Rímini é possível visitar a Igreja edificada em memória do Milagre Eucarístico realizado por Santo Antônio de Pádua no ano de 1227. Esse episódio também é citado na Benignitas, uma das obras mais antigas sobre a vida de Antônio: “Este santo homem discutia com um herege que era contra o sacramento da Eucaristia. Ele já estava quase conduzindo-o à fé católica quando o herege, depois de escutar inumeráveis argumentos, declarou: se tu, Antônio, consegues com um milagre convencer-me que na Comunhão está realmente o Corpo de Cristo, então, depois de abjurar totalmente da heresia, me converto imediatamente à fé católica. Proponho um desafio: eu vou amarrar uma das minhas bestas e fazê-la passar fome. Depois de três dias, eu a soltarei e colocarei comida diante dela. Tu ficarás na sua frente, com isso que tu pensas que é o Corpo de Cristo. Se a besta, deixando de lado os víveres, adora o teu Deus, eu compartilharei a fé da tua Igreja”. Santo Antônio, iluminado pelos Céus, aceitou o desafio. O encontro foi marcado na Praça Grande (atual praça “Tre Martiri”) e atraiu uma multidão de curiosos. No dia fixado e na hora marcada, os protagonistas desse estranho desafio apareceram na praça seguidos pelos seus simpatizantes. Santo Antonio, seguido por fiéis católicos, apresentou-se com a Hóstia Consagrada dentro de um Ostensório e Bonovillo (assim se chamava o herege cátaro) seguido pelos seus aliados na incredulidade, com a sua mula esfomeada. O Santo milagroso, depois de ter pedido e obtido silêncio, virou-se para a mula e disse: “Em virtude e em nome do teu Criador que, por mais que eu seja indigno, tenho nas minhas mãos, te ordeno: avança rapidamente com o devido respeito e rende homenagem ao Senhor; para que os malvados e os hereges compreendam que todas as criaturas devem humilhar-se diante do Criador que está nas mãos dos sacerdotes sobre o altar”. O animal, rejeitando o alimento, aproximou-se imediatamente e com docilidade do religioso e diante da Hóstia dobrou reverentemente as patas dianteiras.
Antônio não tinha se enganado sobre a sinceridade do seu adversário, ele se jogou aos seus pés e abdicou publicamente dos seus erros, convertendo-se daquele dia em diante num dos mais zelosos cooperadores do Santo taumaturgo.

5. O Milagre de Alatri (ano de 1228)

A Catedral de São Paulo em Alatri guarda a Relíquia do Milagre Eucarístico ocorrido em 1228 quando uma Hóstia se transformou em Carne. Uma jovem que queria reconquistar o amor do seu namorado procurou uma feiticeira. A maga mandou que a jovem roubasse uma Hóstia Consagrada para fazer um feitiço de amor. Durante a Missa a moça conseguiu pegar a Hóstia e escondê-la num pedaço de pano. Quando ela chegou em casa viu que a Hóstia tinha se transformado em Carne ensangüentada. Numerosos documentos falam sobre esse Milagre, entre eles uma Bula do Papa Gregório IX.


O testemunho mais fidedigno desse Milagre é a Bula Fraternitas tuae escrita pelo Papa Gregório IX (13 de março de 1228), na qual o Pontífice responde às perguntas do Bispo de Alatri, Giovanni V. Eis o texto da Bula Pontifícia: “Gregório, Bispo, servo dos servos de Deus ao venerável irmão e Bispo de Alatri, saúde e benção Apostólica. Nós recebemos a tua carta, caríssimo irmão, na qual nos informas sobre uma certa jovem que, influenciada pelo mau conselho de uma mulher malvada, depois de ter recebido do sacerdote o Sagradíssimo Corpo de Cristo, reteve-o na boca até achar o momento propício para escondê-lo num pedaço de pano. Nos informas também que três dias depois, o Corpo do Senhor, que tinha sido recebido em forma de pão, foi encontrado em forma de Carne e que até hoje qualquer pessoa pode vê-la com os seus próprios olhos.
Já que as duas mulheres humildemente confessaram tudo, desejas o nosso parecer sobre qual punição infligir às culpadas. Em primeiro lugar, devemos agradecer com todas as nossas forças Àquele que, sempre obrando de maneira maravilhosa em cada coisa, algumas vezes repete milagres e provoca novos prodígios, para que, fortificando a fé na verdade da Igreja Católica, sustentando a esperança e despertando a caridade, chame os pecadores, converta os pérfidos e confunda a maldade dos hereges.
Por tanto, caro irmão, por meio desta carta apostólica, dispomos que tu dês uma punição mais leve à jovem, que cremos ter agido delinqüentemente mais por debilidade que por maldade, especialmente porque acreditamos que está suficientemente arrependida já que confessou o seu pecado. À instigadora, que com a sua perversão, levou a jovem a cometer este sacrilégio, depois de que tenhas aplicado, a teu critério, as medidas disciplinares oportunas, impõe que ela visite e confesse humildemente o seu reato aos Bispos mais próximos e implore o perdão deles com devota submissão”. O Sumo Pontífice interpretou o episódio como um sinal contra as heresias sobre a presença real de Jesus na Eucaristia e perdoou as duas mulheres arrependidas. Por ocasião do 750º aniversário do Milagre, mandou-se cunhar uma medalha comemorativa. A medalha mostra, de um lado, a fachada da Catedral sobreposta ao Relicário da Hóstia Encarnada e do outro o busto do Papa Gregório IX com a Bula Pontifícia.

6. O Milagre de Santa Clara de Assis (ano de 1240)

A “Legenda de Santa Clara” conta vários milagres realizados pela santa:
multiplicação de pães, aparição de garrafas de óleo que não existiam no convento, etc. Mas entre os milagres que realizou, o mais famoso é o milagre ocorrido em 1240. Numa sexta-feira, Santa Clara afugentou alguns soldados sarracenos que invadiram o claustro do convento de São Damião mostrando-lhes a Hóstia Santa.

 

A fé de Clara no filho de Deus e de Maria, escondido na pobreza do Pão Eucarístico, derrotou a força dos inimigos.

Este Milagre é narrado na obra “A Legenda de Santa Clara”, de autoria de Tomás de Celano; o texto conta como Santa Clara de Assis conseguiu expulsar as tropas sarracenas do Imperador Frederico II de Suécia com o Santíssimo Sacramento. Assim diz o texto:
“Pelotões de soldados e bandos de arqueiros sarracenos, sombrios como harpias, estavam acampados naquele lugar por ordem imperial, com a finalidade de devastar os acampamentos e conquistar a cidade. Um dia, durante um ataque
do feroz exército dos sarracenos contra Assis, cidade particular do Senhor, eles irromperam nas adjacências de São Damião, mais propriamente no claustro das virgens. Os corações das monjas se contraíram pelo terror e trêmulas de medo,
dirigiram os seus prantos à Madre Superiora (Santa Clara), quem, com o coração intrépido, ordenou que a pusessem, embora estivesse doente, diante da porta, bem na frente dos inimigos, trazendo uma caixinha de prata e marfim, na qual estava guardado com suma devoção o Corpo do Santo dos santos.
Prostrada em oração, entre lágrimas, falou com o seu Senhor: “Ó Meu Senhor, queres colocar as tuas servas indefesas nas mãos dos pagãos, as mesmas, que por amor a Ti, eu eduquei? Senhor, eu te peço, protege estas tuas servas, porque eu sozinha não posso salvá-las”. Imediatamente uma voz de criança, vinda do Tabernáculo, sussurrou aos seus ouvidos: “Eu as custodiarei sempre!”. “Meu Senhor”, acrescentou, “protege também, se é a tua vontade, esta cidade, que nos sustenta pelo teu amor”. E Cristo lhe diz: “Terá que sofrer duras penas, mas a minha proteção a defenderá”.
Então a virgem, ergueu o rosto banhado em lágrimas e consolou as irmãs que estavam aos prantos: “Eu garanto, minhas filhas, que não sofrereis nenhum mal; somente tendes fé em Cristo!” Não demorou muito e a audácia dos agressores se transformou em espanto; e abandonando apressadamente os muros que tinham
escalado, foram derrotados pela força daquela mulher que rezava. Imediatamente Clara advertiu as irmãs que tinham ouvido a voz: “Enquanto eu estiver viva, cuidem-se bem, queridas filhas, de comentar com qualquer pessoa sobre aquela voz”.

7. O Milagre de Bolsena (ano de 1263)

Um sacerdote de Praga que viajava pela Itália, um dia estava celebrando a Missa na Basílica de Bolsena, quando no momento da consagração ocorreu um Prodígio: a Hóstia transformou-se em Carne. Este Milagre robusteceu a fé do sacerdote que duvidava da presença real de Cristo na Eucaristia. O Papa Urbano IV e Santo Tomás de Aquino examinaram as Sacras Espécies e o Pontífice decidiu estender a festa de Corpus Christi a toda a Igreja “para que este excelso e venerável Sacramento seja para todos peculiar e insígne memorial do extraordinário amor de Deus por nós.”

 

 

Recentes pesquisas estão de acordo com os testemunhos de antigas fontes históricas que dizem que o Milagre de Bolsena ocorreu no verão de 1264.
Um sacerdote Boemo, Pedro de Praga, esteve na Itália para ter uma audiência com o Papa Urbano IV, quem naquele verão estava em Orvieto acompanhado por Santo Tomás de Aquino e vários outros teólogos e cardeais.
Depois que o Papa recebeu o sacerdote, ele regressou a Boêmia, mas no meio do caminho se deteve em Bolsena e celebrou uma Missa na igreja dedicada a Santa Cristina. No momento da consagração, quando ele pronunciou as palavras que permitem a transubstanciação, ocorreu o Milagre cuja descrição está gravada numa lápide: “De repente, naquela Hóstia apareceu claramente uma carne verdadeira banhada em Sangue, exceto a partezinha que estava entre os dedos do sacerdote: o que não ocorreu sem mistério, mas para que fosse mais evidente a todos que a carne era realmente aquela Hóstia elevada acima do cálice pelas
mãos do celebrante”.
Com esse Milagre, o Senhor reforçou a fé de Pedro de Praga, um sacerdote
de grandíssima piedade e retidão moral, mas que infelizmente duvidava da presença de Cristo sob as espécies do pão e do vinho, isto é sob as aparências sensíveis do pão e do vinho. A notícia difundiu-se rapidamente e o Papa e Santo Tomás de Aquino puderam ver imediatamente o Milagre. Depois de un exame minucioso Urbano IV aprovou a sua autenticidade e decidiu que o Santíssimo Corpo do Senhor deveria ser adorado através de uma festa particular e exclusiva
e foi assim que estabeleceu que a festa de Corpus Christi, uma festa da diocese de Liégi, fosse estendida a toda a Igreja Universal. O Papa também pediu a Santo Tomás que escrevesse a liturgia que acompanharia a Bula “Transiturus de hoc mundo ad Patrem” que expõe as razões pelas quais a Eucaristia, quer dizer, a Presença Real de Cristo é tão importante.

8. O Santíssimo Milagre de Santarém (ano de 1274)

O Milagre Eucarístico de Santarém é, com o de Lanciano, considerado um dos mais importantes. A Hóstia se transformou em Carne ensangüentada que espirrava Sangue. A Relíquia sofreu numerosos exames e investigações canônicas.
As duas Relíquias (Carne e Sangue) estão conservadas até hoje em Santarém na
igreja de Santo Estevão.

Interior do Santuário do Santíssimo
Milagre de Santarém.

 

Os Papas Pio IV, San Pio V, Pio VI e Gregório XIV concederam Indulgência Plenária a quem visitasse as preciosas Relíquias do Milagre Eucarístico de Santarém que ainda hoje é possível ver na igreja de Santo Estevão.
Conforme a data registrada na cópia do Documento do ano de 1346, emanado pelo Rei Afonso IV; no dia 16 de Fevereiro de 1266 em Santarém, uma jovem que tinha muito ciúmes do marido procurou uma feiticeira que a ajudasse. A feiticeira sugeriu que ela fosse à igreja e roubasse uma Hóstia consagrada para fazer um feitiço de amor.
A jovem, então, roubou a Hóstia e escondeu-a num lenço de linho que imediatamente se manchou de Sangue. Aterrorizada, correu à casa para ver o
que tinha acontecido e viu maravilhada que o Sangue saia da Hóstia. A mulher, atordoada, guardou a Partícula dentro de um móvel do seu quarto, mas de noite, um facho de luz saiu do móvel e tudo ficou iluminado como se fosse de dia; o marido vendo isso começou a perguntar à esposa o que estava acontecendo e ela se viu obrigada a contar tudo.
No dia seguinte, o casal informou tudo ao pároco e ele foi na casa deles para pegar
a Hóstia e levá-la para a igreja de Santo Estevão. Organizou-se uma solene procissão conformada por muitos religiosos e leigos para acompanhar o regresso da Hóstia à igreja.
A Hóstia sangrou durante três dias consecutivos e foi colocada num magnífico relicário feito com cera de abelhas.
No ano de 1340 verificou-se outro Milagre: quando um sacerdote abriu o Tabernáculo viu que o Copão de cera estava todo espedaçado e que um Copão de cristal tinha tomado o seu lugar. O Sangue estava ali dentro misturado com
a cera.
Hoje, a Sagrada Hóstia está guardada num Trono Eucarístico do século XVIII sobre o Altar Maior.
A igreja de Santo Estevão é atualmente conhecida como o Santuário do Santo Milagre.
Em diversas ocasiões, no decorrer dos séculos, a Hóstia espirrou Sangue e nela apareceu a imagem de Nosso Senhor Jesus impressa; São Francisco Xavier, apóstolo da Índia, foi testemunha desse Prodígio quando visitou o Santuário antes partir em Missão.
Desde que ocorreu o Milagre, todos os anos, no segundo domingo de abril, a Relíquia sai em Procissão da antiga casa do casal até a igreja de Santo Estevão. Essa casa foi transformada em capela no ano de 1684.

9. O Milagre de Cássia (ano de 1330)

Em 1330, na cidade de Cássia, um camponês que estava muito doente, mandou
chamar o sacerdote para receber a Comunhão.
O sacerdote, por descuido e apatia, ao invés de levar ao doente a Hóstia no cibório,
levou-a, sem nenhuma reverência, dentro do Breviário.
Quando chegou na casa do camponês o sacerdote abriu o livro e assombrado viu que a Hóstia tinha se transformado num grumo de sangue e as páginas do livro estavam manchadas.

 

Relíquia do Milagre Eucarístico
Na cidade de Cássia, perto de Sena, na Basílica dedicada a Santa Rita, se conserva a Relíquia de um insigne Milagre Eucarístico ocorrido em 1330. Um camponês doente mandou chamar um sacerdote que lhe trouxesse a Comunhão. O sacerdote, pegou uma Hóstia consagrada e colocou-a entre as páginas do seu Breviário e foi à casa do camponês. Depois de confessá-lo, abriu o livro para pegar a Hóstia, mas
para a sua surpresa, viu que a Partícula estava tingida de tanto sangue que chegou a molhar as duas páginas entre as quais a Hóstia estava colocada. O sacerdote, confuso e arrependido, foi imediatamente a Sena, ao convento agostiniano para pedir um conselho ao padre Simão Fidati oriundo de Cássia, conhecido por ser um santo varão. Depois que o padre escutou o relato do sacerdote, concedeu-lhe o perdão e pediu para ficar com as duas páginas manchadas de sangue.
Muitos Papas promoveram o culto da Relíquia concedendo inclusive indulgências.
Em 1687, ocorreu o ato de reconhecimento da Relíquia do Milagre Eucarístico de
Cássia. Para essa ocasião trouxeram do Convento de Santo Agostinho o texto de um antigo Códice que contém várias notas sobre o Prodígio. Além desse códice, o episódio é mencionado nos Estatutos Municipais de Cássia do ano de 1387, onde entre outras coisas, se ordenava que “cada ano, na festa de Corpus Christi, o Prefeito, os Conselheiros e todo o povo de Cássia, se reunissem na Igreja de Santo
Agostinho e seguisse o clero que deveria levar a venerável Relíquia do Santíssimo Corpo de Cristo em procissão pela cidade”. No ano de 1930, por ocasião do sexto centenário do evento, foi celebrado um Congresso Eucarístico para toda a
diocese de Norcia, foi então que inauguraram um precioso Ostensório e publicaram toda a documentação histórica encontrada sobre o Milagre.

10. O Milagre de Bagno de Romagna (ano de 1412)

Em 1412, o Padre Lázaro da Verona, naquela época Prior da Basílica de Santa Maria de Bagno di Romagna, enquanto celebrava a Santa Missa duvidou da Presença Real de Jesus no Santíssimo Sacramento. Mal tinha terminado de pronunciar sobre o vinho as palavras da Consagração, ele se transformou
em sangue vivo e começou a ferver saindo do Cálice e derramando-se sobre o
corporal. O Padre Lázaro, profundamente comovido e arrependido, confessou a sua falta de fé aos fiéis presentes e o grande Milagre que o Senhor tinha feito diante dos seus olhos.

 Relíquia do Corporal manchado de Sangue

Em Bagno di Romagna, na Basílica de Santa Maria Assunta, se conserva a Relíquia do Milagre Eucarístico do “Sacro Linho empapado de sangue”. O historiador Fortunio descreve o Milagre na sua célebre obra Annales
Camaldulenses: “Era o ano de 1412 e a Abadia camaldolese de Santa Maria in Bagno (naquela época Priorado) era governada pelo padre Lázaro, oriundo de Veneto. Enquanto ele celebrava o divino Sacrifício, a sua mente foi ocupada,
por obra do demônio, por uma forte dúvida sobre a Presença Real de Jesus no Santíssimo Sacramento; quando eis que viu que as sagradas espécies do vinho começaram a ferver e a sair do Cálice e espalhar-se sobre o Corporal em forma
de vivo e pulsante sangue, ensopando dessa forma o Corporal. Podemos imaginar a emoção e a confusão do sacerdote naquele momento diante de um acontecimento assim grandioso. Chorando, ele se dirigiu aos presentes, confessando a sua falta de fé e o Milagre que tinha sido realizado diante dos seus olhos”.
O padre Lázaro foi transferido a Bolonha para ser capelão do mosteiro feminino
camaldolese de Santa Cristina, e ficou lá até 1416, ano da sua morte. Os Camaldoleses, com muitos problemas, se encarregaram da paróquia de Bagno até a supressão napoleônica no ano de 1808; desde aquela época a Paróquia-Basílica de Santa Maria Assunta, depois de ser dirigida por um breve tempo pela diocese de Sansepolcro, no ano de 1975 passou definitivamente a fazer parte da diocese
de Cesena. Em 1912 o Cardeal Giulio Boschi, Arcebispo de Ferrara, mandou celebrar o V centenário do Milagre com uma reunião de estudos Eucarísticos. No ano de 1958, S.Exª. Domenico Bornigia, mandou analisar as manchas do Corporal do Milagre na Universidade de Florença onde se confirmou que eram de natureza hematológica. Na Basílica se encontra uma xilogravura, colorida e muito
particular, do ano de 1400 chamada “Nossa Senhora do Sangue”. A imagem está situada na terceira capela à direita e é conhecida com esse nome porque, como refere o P. Benedetto Tenaci, abade de Bagno e testemunha ocular do Prodígio,
no dia 20 de maio de 1498, do braço direito do ícone saiu sangue. Cada ano, durante a festa de Corpus Christi, o Corporal sai em procissão pelas ruas da cidade e é exposto todos os domingos de março a novembro, na missa das 11 da manhã.

11. O Milagre de Turim (ano de 1453)

Na Basílica de Corpus Christi em Turim, encontra-se uma grade de ferro que protege o lugar onde ocorreu o primeiro Milagre Eucarístico de Turim em 1453. No chão, atrás da grade, está escrito como o Milagre ocorreu: “Eis o lugar onde caiu prostrado o jumento que transportava o Corpo Divino – o lugar onde a Sacra
Hóstia saindo de uma bolsa elevou-se sozinha – onde desceu clementemente nas
mãos dos cidadãos de Turim – eis o lugar santificado pelo Milagre – recordando-o
e rezando ajoelhado venera-o com santo temor”. (6 de junho de 1453)

 

Entrando na Basílica do Corpus Domini em Turim, vê-se claramente sobre o altar um quadro, do pintor Bartolomeo Garavaglia, discípulo do grande Guercino. Este quadro mostra o grande Milagre Eucarístico de 1453.

No Alto Val Susa, na vila de Exilles, as tropas de Renato d’Anjou lutaram contra as milícias do duque Ludovico de Savóia que saquearam o vilarejo e entraram na Igreja. Um dos soldados da milícia, forçou a porta do Tabernáculo e roubou o Ostensório com a Hóstia consagrada; envolvendo o furto numa bolsa e montando num jumento dirigiu-se à cidade de Turim. Na Praça principal, perto da Igreja de São Silvestre, hoje Igreja do Espírito Santo, lugar que futuramente seria erguida a Igreja do Corpus Christi, o jumento empacou e caiu no chão. Então a bolsa se abriu e o Ostensório com a Hóstia se elevou sobre as casas vizinhas para a maravilha do povo. Entre os presentes, estava o padre Bartolomeu Coccolo, quem foi correndo avisar o Bispo Ludovico do marquesado de Romagnano. O Bispo, acompanhado por um cortejo formado pelo povo e pelo clero, se dirigiu à praça,
prostrou-se em adoração e rezou com as palavras dos discípulos de Emaús “Permanece conosco, Senhor”. Naquele mesmo momento se verificou outro milagre: o Ostensório caiu no chão deixando livre a Hóstia consagrada que reluzia como o sol. O Bispo elevou o Cálice que tinha nas mãos e lentamente a Hóstia consagrada começou a descer e pousou dentro Cálice.
A devoção ao Milagre Eucarístico de 1453 foi imediatamente difundida por toda a cidade que promoveu a construção de um nicho no lugar onde ocorreu o Milagre. Posteriormente, o nicho foi substituído pela Igreja dedicada ao Corpo de Cristo. Mas a expressão mais significativa foram as festas organizadas pela ocasião do cinqüentenário e do centenário do Milagre (1653-1703-1753-1853- e em parte 1903). Os documentos que relatam o Milagre são muitos: os mais antigos são três Atos Capitulares dos anos de 1454, 1455 e 1456 e alguns documentos da municipalidade de Turim. No ano de 1853 o Beato Papa Pio IX celebrou solenemente o IV centenário do Milagre, cerimônia na qual participaram São João Bosco e Padre Rua. Pio IX para essa ocasião, aprovou o Ofício e a Missa própria do Milagre para a diocese de Turim. No ano de 1928 Pio XI elevou a Igreja do Corpus Christi à dignidade de Basílica Menor. A Hóstia do Milagre foi conservada até o século XVI, momento em que a Santa Sé ordenou consumir a Hóstia “para não forçar Deus a fazer um Milagre eterno mantendo incorrupta, como estiveram até aquele momento, as mesmas espécies eucarísticas”.

12 O Milagre de Sena (ano de 1730)

223 Hóstias estão conservadas intactas na Basílica de São Francisco em Sena faz 276 anos. O Arcebispo Tibério Borghese mandou lacrar, por 10 anos, numa caixa de lata algumas Hóstias não consagradas. A comissão científica encarregada do caso, quando abriu a caixa encontrou somente vermes e fragmentos putrefatos. O fato contradiz todas as leis físicas e biológicas, o cientista Enrico Medi manifestou-se da seguinte forma: “Esta intervenção direta de Deus, é o Milagre…Milagre no sentido estrito da palavra, realizado e mantido milagrosamente pelos séculos, dando testemunho da presença permanente de Cristo no Sacramento Eucarístico”.

 

As Sagradas Partículas no Sua Santidade Papa João Paulo II
Ostensório Processual adorando as Hóstias do Milagre -1980

Entre os documentos mais importantes que descrevem o Milagre, está um diário escrito por um tal Macchi no ano de 1730. Nele se narra que no dia 14 de agosto de 1730, alguns ladrões conseguiram entrar na Igreja de São Francisco em Sena e roubar a píxide que continha 351 Partículas consagradas. Depois de três dias, no dia 17 de agosto, na caixinha da esmola do Santuário de Santa Maria em Provengano, no meio do pó, encontraram as 351 Hóstias intactas. Todo o povo correu para festejar a recuperação das santas Hóstias que foram imediatamente levadas, numa solene procissão, à Igreja de São Francisco. Com o passar dos anos as Partículas não apresentaram nenhum sinal de alteração. Mais de uma vez, homens ilustres as examinaram com todos os recursos científicos e as conclusões foram sempre as mesmas: “As Sagradas Partículas estão ainda frescas, intactas,
fisicamente incorruptas, quimicamente puras e não apresentam sinais de início de corrupção”. No ano de 1914, o Papa São Pio X autorizou uma análise da qual participaram professores de bromatologia, higiene, química e farmacologia, entre os quais, estava também o célebre professor Siro Grimaldi.
A conclusão final do relatório dizia: “As santas partículas de Sena são um clássico
exemplo de perfeita conservação de partículas de pão ázimo consagradas no ano de 1730, e constituem um fenômeno singular, que suscita atualmente um grande interesse, que inverte as leis naturais da conservação da matéria orgânica (…) É estranho, é surpreendente, é anormal: as leis da natureza se inverteram, o vidro virou sede de mofo e o pão ázimo ficou mais refratário que o cristal (…). É um fato único consagrado nos anais das ciências”. Outras análises foram realizadas no ano
de 1922, quando as Partículas foram transferidas a um cilindro feito de puro cristal extraído das rochas, no ano de 1950 e em 1951. O Papa João Paulo II, quando fez uma visita pastoral a Sena no dia 14 de setembro de 1980, diante das Hóstias Prodigiosas, se expressou desta maneira: “É a Presença!”. O Milagre permanente das Santíssimas Partículas é custodiado na capela Piccolomini
durante o verão e na capela Martinozzi durante o inverno. Muitas são as iniciativas dos cidadãos de Sena em honra das Santas Hóstias: a homenagem
dos bairros, os presentes das crianças da Primeira Comunhão, a Solene Procissão na festa de Corpus Christi, o Setenário Eucarístico no final do mês de setembro, a jornada de Adoração Eucarística no dia 17 de cada mês em memória da recuperação das Hóstias no dia 17 de agosto de 1730.

13. A Eucaristia e a Imaculada de Lourdes (ano de 1888)

Em Lourdes (França), trinta anos depois das aparições de Nossa Senhora a Santa Bernardete, a 22 de Agosto de 1888, quando um sacerdote francês da Peregrinação Nacional propôs realizar uma procissão com o Santíssimo Sacramento, ocorreu uma cura prodigiosa. Desde então, os doentes que vão a Lourdes em peregrinação são abençoados com o Santíssimo Sacramento e são incalculáveis as curas milagrosas ocorridas durante a passagem do Santíssimo. O Santuário de Lourdes é um exemplo luminoso da fé na presença real de Jesus na Eucaristia.

Estátua de Nossa Senhora na Gruta

O corpo incorrupto de Santa Bernardete

Onde apareceu à Bernardete

No dia 22 de agosto de 1888 às 4 horas da tarde, realizou-se por primeira vez em
Lourdes a procissão com a bênção dos enfermos com o Santíssimo Sacramento. Foi um sacerdote quem propôs esta iniciativa piedosa e desde então não foi nunca deixada. Nesse mesmo dia, quando os doentes foram abençoados com o Santíssimo diante da gruta das aparições da Virgem, Pedro Delanoy, que durante anos vinha sofrendo de ataraxia (doença que impede a coordenação dos movimentos voluntários e que conduz seguramente à morte), ficou curado instantaneamente quando o Ostensório passou. Era o primeiro Milagre Eucarístico que ocorria em Lourdes. Daquele dia em diante, nunca mais deixou-se de realizar a procissão Eucarística para os doentes.

14. O rosto em relevo na Hóstia em Santo André da Ilha da Reunião
(ano de 1902)

No dia 26 de Janeiro de 1902, na igreja da cidade de Saint-André, na ilha da
Reunião (colônia francesa), o Abade Henry Lacombe, pároco daquela igreja deu
um testemunho do Milagre que ele mesmo presenciou.
O religioso falou para milhares de pessoas no Congresso Eucarístico de Angoulême (1904) e para um grupo de sacerdotes em retiro espiritual na cidadezinha de Périgueux. O rosto de Jesus apareceu durante horas na Hóstia e esse fenômeno foi visto e contado por milhares de pessoas.

Vejamos o relato do Abade Lacome: “26 de Janeiro de 1902; dia da festa da Adoração Perpétua (40 horas). O Santíssimo Sacramento estava exposto no Tabernáculo e eu comecei a celebrar a Missa. Depois da consagração, mais
precisamente na hora do Pai Nosso, os meus olhos se alçaram em direção da Hóstia e vi uma auréola brilhante ao redor dos raios do Ostensório.
Continuei celebrando a Missa, mas com uma grande perturbação em minh’alma que, contudo, tratei de dominar. Quando chegou o momento da comunhão olhei novamente o Ostensório e dessa vez vi na Hóstia um rosto humano com os olhos fechados, os cílios eram longos e grossos e tinha uma coroa de espinhos na cabeça; mas o que mais me comoveu foi a dor estampada no rosto. Procurei disfarçar a minha agitação interior e ao final da celebração entrei na sacristia e chamei imediatamente os rapazes mais velhos do coro e lhes disse que olhassem atentamente o Ostensório.
Os rapazes regressaram dizendo: “Padre, vimos a cabeça de um homem na Hóstia, é o Bom Deus que se manifesta!” Entendi então que a visão era autêntica. Nesse momento, chegou um rapaz de 16 anos, Adam Villiers, que tinha estudado num colégio na França e eu lhe disse: “Vai na igreja e vê se tem alguma coisa de extraordinário no Tabernáculo”. O jovem estudante foi na igreja e quando regressou me disse: “Padre, é o bom Deus que aparece na Hóstia, vejo o seu
Divino rosto”. A partir daquele momento as minhas dúvidas desapareceram e pouco a pouco toda a cidade foi entrando na igreja para ver o Milagre.
Vieram também jornalistas e gente de Saint Dennis. De repente, o rosto na Hóstia pareceu ganhar vida e a coroa de espinhos desapareceu. Usei todos os meios de precaução possíveis, porque temia que fosse um efeito da luz, assim que mandei apagar todas as velas e fechar todas as janelas. O fenômeno era agora mais claro ainda e na escuridão os traços daquele rosto eram mais resplandecentes. Alguns
visitantes tinham lentes de aumento para ver melhor, mas não era necessário.
Muitas pessoas vieram ver o Milagre, entre elas uma jovem pintora que retratou fielmente o rosto impresso na Hóstia.
Horas mais tarde a imagem mudou outra vez e apareceu um crucifixo que cobria a Hóstia completamente. “Depois da Bênção Eucarística e da recitação do Tantum Ergo a imagem desapareceu”.

15. O Anjo da Paz (ano de 1902)

Um Anjo apareceu três vezes aos pastorzinhos de Fátima (Portugal) para preparar as futuras aparições de Nossa Senhora e para elevá-los com a Comunhão a um estado sobrenatural.
Durante a terceira aparição o Anjo deu a Comunhão a Lúcia com uma Hóstia que gotejava Sangue que foi recolhido num cálice. Francisco e Jacinta, que não tinham feito ainda a Primeira Comunhão, receberam- na com o conteúdo do cálice. O Anjo disse nesta aparição: “Tomai e Bebei o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor
Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o Vosso Deus”.

Francisco, que não ouviu as palavras do Anjo e tampouco ouvirá Nossa Senhora, perguntou à Lúcia: “O Anjo e deu a Sagrada Comunhão, mas a mim e a Jacinta que coisa deu?” “Foi a Santa Comunhão – respondeu Jacinta com uma alegria imensa – Não viste o Sangue que caiu da Hóstia?” “Senti que Deus estava em mim, mas não tinha idéia de como fosse”. “E caindo por terra ficou muito tempo com a sua irmã recitando a oração do Anjo: “Santíssima Trindade etc…”Entre todas as aparições com as quais o Céu os favoreceu, esta foi a que mais influenciou a boa alma de Francisco. As palavras do Anjo pedindo consolar Deus, triste por causa de tantos ultrajes e pecados, marcaram profundamente o seu sensível coração. Daquele dia em diante o seu ideal será o de consolar o Senhor. Enquanto Jacinta quis ser o apóstolo dos pecadores, Francisco quis ser o consolador de Jesus.

Primeira Aparição do Anjo
“Vimos uma luz mais branca que a neve, com a forma de jovem transparente, mais brilhante que um cristal, atravessado pelos raios do sol… enquanto ele se aproximava foi possível distinguir os seus traços: um jovem de 14 ou 15 anos, muito belo. Estávamos surpresos, não emitíamos uma palavra, aproximando-se de nós disse: “”Não tenham medo. Eu sou o anjo da Paz. Rezem comigo”. Depois ajoelhou-se, inclinando-se até tocar o seu rosto no solo e rezou: “Meu Deus, eu
creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam” E disse esta oração três vezes.
Quando parou, disse às crianças “Rezem assim. Os corações de Jesus e Maria estão atentos à voz de suas súplicas”. A atmosfera sobrenatural que nos envolvia era intensa que quase não percebíamos, durante um longo espaço de tempo, a
nossa própria existência.

Segunda Aparição do Anjo
O Anjo nos disse: “Que fazeis? Orai! Orai muito! Os corações de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios”. – “Como nos havemos de sacrificar?” – perguntei.
“De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores. Atraí, assim, sobre a vossa Pátria, a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos
enviar”. E desapareceu… Aquelas palavras do Anjo marcaram o nosso espírito, como uma luz que nos fazia compreender quem era Deus: como nos ama e quer ser amado; o valor do sacrifício e como lhe é agradável e como por meio dele,
converte os pecadores”.

Terceira Aparição do Anjo
Vimos o Anjo se apresentar com um Cálice na mão esquerda e uma Hóstia na mão direita sobre o Cálice e da qual caíam gotas de sangue. O Anjo ajoelhou-se ao lado dos Pastorzinhos, deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar e convidou-os a
repetir por três vezes a seguinte oração: “Santíssima Trindade, pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente, e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido.
E, pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores”. Em seguida, o Anjo ergueu-se, tomou de novo o cálice e a hóstia, que tinham ficado suspensos no ar e deu a Hóstia à Lúcia e o que continha o cálice ao Francisco e à Jacinta, dizendo ao
mesmo tempo: – “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o Vosso Deus” e desapareceu.

16. O Milagre de Avignon (ano 1433)

A cidade de Avignon no dia 30 de Novembro de 1433, viu-se alagada pelas águas
do rio Ródano. Este rio, que atravessa a cidade, transbordou porque tinha chovido
muito. Nesse mesmo dia o Santíssimo Sacramento estava exposto para os fiéis na capela de uma Confraria conhecida como dos “Penitentes cinzas” e dois dos seus membros conseguiram com um barco chegar à capela, pois o Santíssimo exposto tinha ficado sozinho. Quando entraram viram que as águas estavam divididas em duas, à direita e à esquerda do Altar e do Ostensório, que estavam completamente secos.

 

Altar onde ocorreu o Milagre

O Milagre Eucarístico de Avignon ocorreu na capela da Santa Cruz, sede da Confraria conhecida como dos “Penitentes cinzas”, cuja instituição vem do tempo do pio Rei Luis VIII, quem, para festejar a vitória sobre os hereges albigenses que negavam a presença real de Jesus na Eucaristia, havia organizado um solene ato de reparação no dia 14 de setembro de 1226, festa litúrgica da exaltação da Santa Cruz.
No relatório oficial, que ainda hoje está guardado na capela dos “Penitentes cinzas”, está escrito que no dia 30 de novembro de 1433, enquanto o Santíssimo estava exposto na pequena capela, a cidade de Avignon viu-se alagada pelas
águas do rio Ródano. Este rio, que atravessa a cidade, transbordou porque tinha chovido muito. Armand e Jehan de Pouzilhac-Farure, naquela época responsável pela Confraria, pegaram um barco para ir à capela e salvar o Ostensório com
o Santíssimo Sacramento, mas a confusão era tanta, que eles demoraram muito para chegar lá. Assim que chegaram, olharam desde o portão para ver em que estado estava o Ostensório. As águas superavam a altura de seis pés, mas estavam
divididas e formavam dois muros, um à direita e outro à esquerda do Altar e do Ostensório; os dois estavam secos e protegidos.
A notícia difundiu-se rapidamente e todo o povo e as autoridades foram ao lugar do Milagre agradecendo e cantando louvores ao Senhor. Centenas de pessoas testemunharam esse acontecimento. A Confraria decidiu então que todos os anos,
nessa mesma capela, se celebrasse o aniversário do Milagre no dia de Santo André Apóstolo. Até hoje no dia 30 de novembro, os irmãos se reúnem para celebrar o Milagre e antes da benção do Santíssimo Sacramento, cantam o “Cantemus
Domino”, o cântico de Moisés composto depois da passagem do mar vermelho: “Eu cantarei a Iahweh, porque se vestiu de glória(…) Ao sopro das tuas narinas as águas se amontoam, as ondas se levantam qual uma represa(…) Quem é igual a
ti, Ilustre em santidade? Levaste em teu amor este povo que redimiste” (Ex 15, 1.8.11b.13a)”.

17. São João Bosco – Itália (1848)

São João Bosco foi sempre muito devoto da Eucaristia e numerosos são os escritos
em que o santo fala da importância desse Sacramento. Uma vez, tendo sobrado somente oito Hóstias na píxide, começou a multiplicá-la e assim pôde dar a Comunhão aos 360 rapazes que assistiam a sua Missa.

Os biógrafos contam que em 1848, durante uma Missa celebrada em homenagem à
Festa da Anunciação, Dom Bosco percebeu que só tinham oito Hóstias na píxide que estava no Tabernáculo, na hora de dar a Comunhão aos 360 rapazes que assistiam à Missa. Todo mundo se deu conta disso e começaram a perguntar-se que coisa ia fazer Dom Bosco. Giuseppe Buzzeti, que seria um dos primeiros sacerdotes salesianos, servia na Missa e quando viu Dom Bosco multiplicar as Hóstias e dar a comunhão aos 360 rapazes, passou mal com tanta emoção.
Dom Bosco uma vez contou que sonhou com uma terrível batalha marítima, desencadeada por uma grande frota de pequenas e grandes embarcações que
lutava contra uma barca majestosa, símbolo da Igreja. A barca foi atingida muitas vezes, mas saía sempre vitoriosa e o Papa a conduzia para ancorar-se segura
entre duas colunas que saíam do mar. Na primeira, elevava-se uma grande Hóstia com a inscrição “Salus credentium”, sobre a outra, mais baixa, ficava a estátua da
Imaculada com a inscrição “Auxilium Crhistianorum”.

18. O Milagre Eucarístico de Bettbrunn-Alemanha (1125)

O Milagre Eucarístico de Bettbrunn, conta a história de um camponês muito piedoso, que movido por um zelo excessivo, roubou uma Hóstia consagrada e levou-a à sua fazenda de Viehbrunn. Um dia a Hóstia caiu na terra e ninguém conseguia recolhê-la. Tentaram de tudo e nada, finalmente o Bispo de Regensburg conseguiu recolher a Partícula mas só depois de ter prometido ao Senhor construir uma igreja em sua homenagem. A notícia do Prodígio difundiu-se velozmente e atraiu numerosos peregrinos.

A construção do vilarejo de Bettbrunn e da atual igreja de São Salvador se deve a um Milagre Eucarístico ocorrido no ano de 1125.
Atualmente, onde é o povoado e a igreja, antes era somente um sítio chamado Viehbrunn, porque aí por perto havia um poço que era usado para dar de beber aos animais. O proprietário era um homem profundamente devoto ao Santíssimo
Sacramento, mas como ele morava a uma hora e meia de distância da paróquia de Tholling nem sempre conseguia ir à missa. Para solucionar essa situação decidiu então roubar uma Hóstia consagrada e levá-la para casa. O camponês pegou
o bastão que tinha sempre consigo, fez um furo na ponta superior e aí colocou a Hóstia. Cada dia na hora do descanso dos animais, o camponês afundava o bastão no terreno e se ajoelhava diante do Santíssimo durante horas.
Essa situação durou meses, mas um dia, o camponês, sem querer, lançou
impulsivamente o bastão que continha a Hóstia para deter um animal que estava afastando-se.
A Hóstia, então caiu no chão e o pastor, profundamente dolorido, inclinou-se para recolhê-la. Todas as tentativas foram inúteis e não sabendo mais o que fazer, foi chamar o pároco de Tholling, mas nem ele conseguiu pegar a Hóstia; decidiram então chamar o Bispo de Regensburg, Hartwich, quem imediatamente foi ao local do Prodígio com todo o clero. Somente quando o Bispo prometeu construir
naquele lugar uma capela, é que conseguiu tirar a Hóstia do chão.
No mesmo ano de 1125 o Bispo mandou construir a capela e a Relíquia foi conservada naquele lugar até 1330, ano em que um incêndio destruiu tudo. A capela foi reconstruída e dentro colocou-se uma das pilastras que se salvou
do incêndio.

19. O Milagre Eucarístico de Caravaca de La Cruz-Espanha (ano 1231)

O Milagre Eucarístico de Caravaca de la Cruz nos apresenta a história da celebração de uma Missa milagrosa na qual Jesus apareceu dentro da Hóstia
e um crucifixo que desceu dos céus.
Graças a essas aparições, o rei muçulmano de Murcia e toda a sua família se converteram ao catolicismo.

Entre os documentos que relatam este Milagre o mais fidedigno é um testemunho
da época, fornecido pelo franciscano historiador do rei São Ferdinando, o padre
Gilles di Zamorra.
Sabemos com certeza que um sacerdote católico, o padre Gines Pérez Chirinos de Cuenca, foi viver entre os mouros do reino de Murcia com a intenção de pregar o Evangelho. Ele, porém, foi capturado e conduzido à presença do rei mouro Zeyt-Abu-Zeit quem interrogou-o sobre alguns aspectos da religião cristã. Particularmente o rei queria saber mais sobre o significado da Missa. O
sacerdote explicou detalhadamente a importância da Missa e o rei, fascinado com a pregação do frade, ordenou-lhe celebrar uma. Mas, como o sacerdote não tinha os materiais necessários para a celebração, o rei mouro mandou que alguns dos
seus homens os trouxessem de Cuenca, um povoado vizinho e território cristão. Porém, os homens esqueceram da Cruz que deve estar sobre o altar durante a celebração e o sacerdote sem dar-se conta da sua ausência, começou a Missa, mas quando ele percebeu que faltava a Cruz parou a celebração perturbado.
O rei perguntou qual era a razão daquela perturbação e o sacerdote respondeu
que faltava a Cruz; o rei disse imediatamente: “Não será aquela?” Naquele momento, dois anjos colocavam uma Cruz sobre o altar e o sacerdote comovido, deu graças ao Senhor e continuou a celebração com alegria. Mas o Milagre não acabou! Na hora da consagração o rei viu que no lugar da Hóstia estava um belíssimo Menino que olhava para ele com doçura.
Depois de ter presenciado esse evento milagroso o rei e toda a sua família se converteram ao cristianismo e foram batizados. Zeit-Abu-Zeyt passou a chamar-se Vicente e a sua mulher Helena.
Daquele dia em diante, 3 de maio de 1231, o povoado passou a chamar-se Caravaca de la Cruz. Recentemente a Santa Sé concedeu o Ano Jubilar a Caravaca de la Cruz, que significa que ela é a quinta cidade do mundo, depois de Santiago de Compostela, Santo Toribio de Liébana, Roma e Jerusalém, que pode celebrar o Jubileu Perpétuo (um Ano Santo cada sete anos in perpetuum) no
Santuário onde a “Vera Cruz” é custodiada.

20. O Milagre Eucarístico de Chirattakonam – Índia (2001)

Este Milagre Eucarístico ocorreu recentemente, no dia 5 de maio de 2001 em Trivandrum. Na Hóstia apareceu o rosto de um homem similar ao de Cristo
coroado de espinhos. Sua Beatitude Cyril Mar Baselice, Arcebispo dessa Diocese escreveu sobre esse Prodígio: “…Para nós que temos fé, o que vimos é algo que desde sempre acreditamos …Se o Nosso Senhor está falando conosco através deste sinal, temos certamente que responder.”
A Hóstia está conservada num Ostensório dentro da igreja.

 

Ostensório com a Partícula na qual apareceu o Rosto

O Padre, Frei Johnson Karoor, pároco da igreja na qual ocorreu esse Milagre Eucarístico conta no seu depoimento: “no dia 28 de abril de 2001, na igreja da paróquia de St. Mary of Chirattakonam, iniciamos, como todos os anos, a novena de São Judas Tadeu. Às 8:49 da manhã, expus o Santíssimo Sacramento e comecei a Adoração pública. Depois de alguns minutos vi que apareceram três pontinhos na Santa Eucaristia. Deixei então de rezar e comecei a olhar o Ostensório. Chamei à atenção dos fiéis para os três pontos e lhes pedi que continuassem a rezar. Coloquei então o Ostensório dentro do Tabernáculo. No dia 30 de abril, celebrei a Santa Missa e no dia seguinte parti para Trivandrum. Na manhã do dia 5 de maio de 2001, que caía num sábado, abri a igreja para a celebração da missa, me preparei e fui abrir o Tabernáculo para ver que coisa tinha acontecido à Eucaristia que estava no Ostensório. Imediatamente reparei que nela estava figurado um rosto humano. Fiquei muito perturbado e pedi aos fiéis que se ajoelhassem e começassem a rezar. Pensava que só eu via o rosto e perguntei ao coroinha que coisa ele via no Ostensório. Ele respondeu: “vejo a figura de um homem.” Notei que os fiéis olhavam fixamente o Ostensório.
Começamos a Adoração e a figura do homem, com o passar do tempo era cada vez mais nítida. Não tive a coragem de falar nada e comecei a chorar. Durante a Adoração temos o costume de ler um versículo da Sagrada Escritura e a citação daquele dia era aquela do capítulo 20 do Evangelho de São João que narra a aparição de Jesus Ressuscitado a São Tomé na qual o Senhor pede que o apóstolo veja as suas chagas. Consegui dizer umas poucas palavras na Homilia e tendo que ir a celebrar a Missa na paróquia vizinha de Kokkodu, mandei chamar um fotógrafo para tirar fotos da Santa Eucaristia com o rosto humano. Duas horas depois as fotos estavam reveladas e a cada foto o rosto era sempre mais nítido.”

.7 HISTÓRIAS RELACIONADAS COM A SANTA MISSA E A EUCARISTIA

Padre Pio e a Santa Missa

São Pio de Pietrelcina (Padre Pio) por graça divina foi o primeiro sacerdote que recebeu do Senhor os estigmas da Paixão[1]. De um modo misterioso Deus quis identificá-lo com a sua Paixão e, portanto, a sua Missa era algo impressionante. Estas palavras que seguem abaixo nos ajudarão a dar mais valor ao Santo Sacrifício do Altar.

O Padre Domenico Mondrone, escreve na revista Civiltà Cattolica: “Quem assistiu a Missa do Padre Pio uma só vez, não se esquece jamais, tão viva era a impressão de ver qualquer distância de tempo e de espaço se anular entre o altar e o Calvario” (Renzo Allegri, A tu per tu con Padre Pio, Ed. Mondadori, pag. 269). Que coisa realmente acontecia na alma, no coração, do Padre Pio durante aquele rito que o colocava em contato direto com Cristo crucificado, de quem ele traz sobre o seu corpo os sinais da paixão, é um mistério. Mas um mistério que vem à luz uma vez mais através destas famosas cartas escritas a mão por Cleonice Morcaldi, com a resposta escrita do Padre Pio. Alguns destes breves diálogos escritos nos ajudam a perceber os sentimentos mais íntimos do Padre estigmatizado durante a celebração da Santa Missa:
– Padre, o que é a vossa Missa?
– Um complemento sagrado da paixão de Jesus.
– O que devo ver na vossa Santa Missa?
– Todo o Calvário.
– Padre, diga-me, quanto você sofre na Santa Missa?
– Tudo aquilo que sofreu Jesus na Paixão, de modo proporcionado, eu o sofro, quanto é possível a uma criatura humana. E isto contra todo o meu mérito e só por sua bondade.
– Padre, é verdade que durante a Missa você sofre o suplício da coroação de espinhos?
– E você tem dúvida?
– Eu o vi tremer enquanto você subia os degraus do altar. Por quê? Por aquilo que você irá sofrer?
– Não por aquilo que devo sofrer, mas por aquilo que devo oferecer.
– Por que você chora sempre, Padre, quando lê o Evangelho?
– E parece pouco a você que um Deus converse com as suas criaturas? E que seja por eles traído? E que seja continuamente ferido por eles com ingratidão e incredulidade?
– Por que você chora no Ofertório?
– Você deseja tirar-me um segredo? Pois bem. É o momento em que a alma é separada do profano.
– Diga-me, por que você sofre tanto na consagração?
– Por que é neste momento que acontece uma nova e admirável destruição e criação. Os segredos do Sumo Rei não se revelam sem profaná-los. Perguntas-me por que sofro? Não pequenas lágrimas, mas torrentes de lágrimas gostaria de derramar! Você não compreende que tremendo mistério é este? Um Deus vítima dos nossos pecados!… Nós, pois, somos os seus assassinos.
– Padre, por que você não cede também um pouco a nós esta paixão?
– As jóias do Esposo não se presenteiam a ninguém” (Renzo Allegri, A tu per tu con Padre Pio, Ed. Mondadori, pag. 270 ss.).

O Padre Pio vive a Santa Missa, sofrendo as dores do Crucificado e dando profundo sentido às orações litúrgicas da Igreja. Nos anais da Igreja, o Padre Pio é o primeiro sacerdote estigmatizado; ele foi essencialmente sacerdote, e sua santidade foi essencialmente sacerdotal. Toda a sua vida girava ao redor desta realidade na qual emprestava sua boca a Cristo, suas mãos e seus olhos. Quando dizia: “Isto é o meu Corpo… Este é o meu Sangue”, seu rosto se transfigurava. Ondas de emoção o sacudiam, todo o seu corpo se projetava numa muda imploração. “A Missa – disse uma vez a um filho espiritual – é Cristo na Cruz, com Maria e João aos seus pés e os anjos em adoração. Choremos de amor e de adoração nesta contemplação”. Enquanto o Padre Pio celebrava a Santa Missa, o tempo parecia deter-se. Uma vez perguntaram a ele como podia passar tanto tempo de pé sobre as suas chagas durante a Santa Missa. Ele respondeu: “Minha filha, durante a Missa eu não estou de pé: estou suspenso com Jesus na Cruz”.

Sobre a espiritualidade do Padre Pio e sobre a sua intensa relação afetiva com Jesus e Maria, temos o testemunho de um que esteve muitas vezes com ele: o jesuíta Padre Domenico Mondrone: “O Padre Pio foi altíssimo na união com Deus. Eu o coloco entre os maiores místicos dos nossos dias. Modelo excepcional de devoção ao Mistério eucarístico e da Paixão, faz com que a sua Missa seja o centro da atração das almas que vem a San Giovanni Rotondo. Devotíssimo de Nossa Senhora, a honrava todos os dias com a recitação de inúmeros terços” (D. Mondrone, la vera grandezza di Padre Pio, o:c: pp.25-26 in Fernando da Riese Pio X, Padre Pio da Pietrelcina, Ed. omonime).

A Santa Missa, celebrada sempre com grande devoção e recolhimento, atrai os fiéis. “Um alto personagem eclesiástico chega no convento bem na hora que o Padre Pio deve celebrar; deseja ver também ele a sua Missa e fica de tal forma impressionado e edificado que diz ao superior: “Enquanto o Padre Pio celebrava, quis meditar sobre a Santa Missa e posso dizer que, em vinte e dois anos de sacerdócio, jamais meditei com tanto recolhimento e nem assisti uma Missa celebrada com tanta devoção como nesta manhã”.

Um sacerdote bávaro por outro lado atesta: “Para mim San Giovanni Rotondo foi uma nova Assis; e assistindo a Missa do Padre Pio, vi Jesus Cristo sobre a terra reviver depois de vinte séculos!” (Alessandro Ripabottoni, Padre Pio da Pietrelcina, “Il Cireneo di tutti” Ed. Padre Pio da Pietrelcina, S.Giovanni Rotondo, pag. 162).

Para não falar do momento central da Missa: a consagração. Aqui o Padre Pio parece imergir-se num misterioso, acalorado, amorosíssimo diálogo com o invisível, e o tempo voa, enquanto todos os fiéis chegam ao estupor dos sentidos na contemplação da Eucaristia que, através do Padre Pio, torna quase visível o Cristo presente sobre o altar (…) A sua extraordinária expressão mística e a comoção que o acompanha ao pronunciar as palavras que Jesus deixou aos discípulos na Última Ceia, tiveram sempre a força de reacender o amor Eucarístico nas almas adormecidas do povo de Deus, e de provocar inumeráveis conversões (Cfr. Renzo Allegri, A tu per tu con Padre Pio, Edizioni Mondadori, pag. 128).

A Cleonice que lhe pergunta porque sempre chorou durante as três Missas celebradas no Natal, o Padre Pio responde: “E me perguntas isso? Você não pensa no tremendo mistério da Missa? Um Deus vítima pela salvação dos homens que o ofendem. Não pensa que todo o paraíso se debruça sobre o altar? E nós os sacerdotes somos os assassinos do Cordeiro de Deus? (Cleonice Morcaldi, La mia vita vicino a Padre Pio: Diario intimo spirituale. Edizioni Dehoniane, pag. 549).

As suas dores físicas e morais, causadas também pelo clima de abandono das Instituições e dos próprios frades da sua ordem, não fazem senão aguçar um dos aspectos fundamentais da sua vida: o desejo de dar tudo a Deus, em reparação pelos pecados do mundo. E esta oferta sacrificial ele a une àquela de Jesus sobre o altar. Duas cruzes que identificam dois corações. Duas vítimas que se imolam. Jesus e o Padre Pio, o Mestre do sofrimento e o discípulo mais próximo à sua paixão. Padre Pio é intimamente consciente de ser estendido sobre a cruz de Cristo, no seu Sofrimento mas também no seu Amor. E isto lhe basta. É o seu fim mais sublime: assemelhar-se em tudo e para tudo a Cristo sobre o Calvário. A Cleonice Morcaldi confidencia esta profundo aspiração que sentiu profundamente no seu coração já na infância: “Jesus me associou ao grande negócio da redenção humana. O Padre celeste me fez ascender sobre a cruz do seu Filho e estou certo que de lá não descerei jamais. Desço do altar para subir sobre a cruz; desço da cruz para estender-me sobre o altar (Cleonice Morcaldi, La mia vita vicino a Padre Pio: Diario intimo spirituale. Edizioni Dehoniane, pag. 47).

(trechos da biografia de Padre Pio extraído do site: http://www.geocities.com/athens/agora/1441/padrepio/index.htm)

Congresso Madre Teresa

Esta história mostra o valor da oração diante do Santíssimo Sacramento.

Em 1973, quando as Missionárias da Caridade eram poucas e não eram muito conhecidas, um grupo de Irmãs lhe disseram a Madre Teresa que elas não podiam dar conta do apostolado, dos trabalhos próprios da casa… Viam que eram muito poucas para todos os trabalhos que realizavam. Sentiam a falta de força, a incapacidade para levar um trabalho tão ingente. E Madre Teresa, com grande compreensão lhes perguntou: “O que vocês pensam em fazer?” E as Irmãs lhes responderam: “Sim Madre, pensamos que a solução é fazer uma hora a mais de oração”. E deste então, as Missionárias da Caridade têm uma hora a mais de adoração ao Santíssimo.

Madre Teresa quando ouviu esta resposta das Irmãs, se encheu de alegria e disse: “Estava desejando poder fazê-lo, mas não me atrevia a tomar a decisão porque não queria asfixiar vocês mais ainda, mas se são vocês quem pedem, então faça-se”. Assim, além da oração da manhã, laudes, Missa… a Madre Teresa impôs uma hora de adoração do Santíssimo todas as tardes.

É preciso ter presente que aumentar o tempo de oração supunha para elas diminuir o tempo dedicado aos seus tão queridos pobres mais pobres.

O que aconteceu com o fato de dobrarem o tempo de oração? Em pouco tempo, conta a Madre Teresa, dobraram o número de vocações (cfr. texto
colaboradores.org/palabras/Charlas%20PJM/4a%20charla.doc)

João, o leiteiro

Este episódio ocorreu com São Josemaria, fundador do Opus Dei, e reflete de um modo simples o amor que devemos ter por Jesus que está presente dia e noite no Sacrário.

Certo dia, ao estar atendendo confissões no confessionário, ouviu alguém abrir a porta da Igreja e fazer um barulho metálico um pouco estranho. Curioso por saber de quem se tratava, porque não via a porta de entrada quando estava no confessionário, certo dia se posicionou na entrada da Igreja esperando que esta pessoa chegasse. De repente se deu de cara com um leiteiro, carregado de vasilhas de leite[2]. Perguntou, então, a ele, o que fazia. E este lhe disse: “Eu, Padre, venho aqui todas as manhãs, me ajoelho e olhando para Jesus no Sacrário, digo: “Jesus, está aqui João o leiteiro”. São Josemaria ficou tão tocado com a fé e a piedade deste homem que naquele dia escreveu no seu diário: “Senhor, está aqui Josemaria que não sabe te amar como João o leiteiro!” (cfr. Prada, V., O Fundador do Opus Dei, vol. I, Ed. Quadrante, São Paulo 2004, p. 459).

O profeta Elias e Jezabel

Esta história contada na Bíblia (1 Re 19) onde mostra Elias se alimentando de um pão que lhe sustenta por quarenta dias, é vista pelos Padres da Igreja como símbolo da eucaristia e da força deste alimento.

Depois que Elias matou os sacerdotes de Baal, Jezabel, esposa do rei Acab, mandou um mensageiro a Elias para dizer-lhe: Que os deuses me tratem com o último rigor, se amanhã, a esta mesma hora, eu não fizer de tua vida o que fizeste da deles. Elias teve medo, e partiu para salvar a sua vida. Chegando a Bersabéia, em Judá, deixou ali o seu servo, e andou pelo deserto um dia de caminho.

Sentou-se debaixo de um junípero e desejou a morte: Basta, Senhor, disse ele; tirai-me a vida, porque não sou melhor do que meus pais.
Deitou-se por terra, e adormeceu debaixo do junípero. Mas eis que um anjo tocou-o, e disse: Levanta-te e come.

Elias olhou e viu junto à sua cabeça um pão cozido debaixo da cinza, e um vaso de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. Veio o anjo do Senhor uma segunda. vez, tocou-o e disse: Levanta-te e come, porque tens um longo caminho a percorrer. Elias levantou-se, comeu e bebeu e, com o vigor daquela comida, andou quarenta dias e quarenta noites, até Horeb, a montanha de Deus.

François Xavier X. N. Van Thuan
Esta história nos serve para darmos mais valor à Santa Missa e à Eucaristia.
François Van Thuan é um sacerdote vietnamita que chegou a ser Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz e morreu com fama de santidade. Foi perseguido por ser católico permanecendo preso durante doze anos. Escreveu um livro: “Testemunhas da esperança”, no qual relata sua experiência de prisioneiro.
Rumo à prisão, tomou uma decisão: “Vinham-me à mente muitos pensamentos confusos: tristeza, abandono, cansaço depois de três meses de tensões… Porém, em minha mente surgiu claramente uma palavra que dispersou toda a escuridão, a palavra que Monsenhor John Walsh, Bispo missionário na China, pronunciou quando foi libertado depois de doze anos de cativeiro: ‘Passei a metade da minha vida esperando’. É realmente verdade: todos os prisioneiros, inclusive eu, esperam a cada minuto sua libertação. Porém, depois decidi: ‘Eu não esperarei. Vou viver o momento presente, enchendo-o de amor”.
De fato, foi o que fez: amou, amou, amou. As condições não eram favoráveis. Durante alguns meses esteve confinado numa cela minúscula, sem janela, úmida, que para respirar passava horas com o rosto enfiado num pequeno buraco no chão. A cama era coberta de fungos.
Os nove primeiros anos foram terríveis: uma tortura mental, no vazio absoluto, sem trabalho, caminhando dentro da cela desde a manhã às nove e meia da noite para não ser destruído pela artrose, no limite da loucura.
Buscava conversar com os carcereiros, que resistiam, mas logo eram seduzidos por sua gentileza e inteligência. Contava-lhes sobre países e culturas diferentes. Isso chamava sua atenção e instigava a curiosidade. Logo começavam a fazer perguntas, o diálogo se estabelecia, a amizade se enraizava. Chegou a dar aulas de inglês e francês.
No começo, a cada semana os guardas eram substituídos, mas logo as autoridades, para evitar que o exército todo fosse “contaminado”, deixou uma dupla de carcereiros fixa. Estes espantavam-se de como o prisioneiro pudesse chamar de amigos os seus carcereiros, mas ele afirmava que os amava porque esse era o ensinamento de Jesus.
“Quando fui preso em 1975, um angustioso questionamento se apoderou de mim: Poderei ainda celebrar a Eucaristia? Foi a mesma pergunta que mais tarde os fiéis me fizeram. De fato, logo que me viram, perguntaram-me: Mas, o senhor pôde celebrar a santa missa?
No momento em que tudo veio a faltar, a Eucaristia passou a ocupar o primeiro lugar em meus pensamentos: o Pão da Vida. “Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo”(Jô 6,51).
Quantas vezes recordei-me da expressão dos mártires de Abitinas (séc. IV), os quais disseram: “Não podemos viver sem a Ceia do Senhor!” (cf. João Paulo II, 1998a, n. 46).
Em todas as épocas, especialmente em tempos de perseguição, a Eucaristia foi sempre o segredo da vida dos cristãos, o alimento das testemunhas, o pão da esperança.
Quando fui preso, tive de ir de imediato e de mãos vazias. No dia seguinte deixaram-me escrever para casa, pedindo as coisas mais urgentes: roupa, pasta de dente… Escrevi também “Por favor, mandem-me um pouco de vinho, como remédio para minhas dores de estômago”. Os fiéis entenderam para que seria.
Mandaram-me um frasco de vinha para missa, com a seguinte etiqueta: “Remédio para dores de estômago”, e algumas hóstias escondidas numa tocha para proteger contra a umidade.
A polícia me perguntou:
– O senhor sente dores de estômago?
– Sinto.
– Aqui está um pouco de remédio para o senhor.
A minha alegria naquele instante foi inexprimível: todos os dias, com três gotas de vinho e uma gota d’água na palma da mão, celebrava a missa: eis o meu altar e a minha catedral! Era autêntico remédio para o corpo e para a alma: “Remédio da imortalidade, antídoto para não morrer, mas para ter sempre a vida em Jesus”, como diz Inácio de Antioquia (PA, PP. 230-231).
Todas as vezes tinha a oportunidade de estender as mãos e pregar-me na cruz com Jesus, de beber com ele o cálice mais amargo. Todos os dias, ao recitar as palavras da consagração, confirmava com todo o coração e com toda a alma um novo pacto, um pacto eterno entre mim e Jesus, mediante o sangue misturado com o meu. Foram as mais belas missas da minha vida!” (Cfr. Van Thuan, F., Testemunhas da Esperança)
Fulton J. Sheen

Esta história nos serve para darmos valor a Jesus que permanece presente na Hóstia Santíssima.

Uns meses antes da sua morte, o bispo Fulton J. Sheen, foi entrevistado pela televisão nacional: “Senhor bispo, você inspirou milhões de pessoas em todo o mundo. Quem o inspirou? Foi por acaso o Papa?”
O bispo Sheen respondeu que a sua maior inspiração não foi um Papa, nem um cardeal, ou outro bispo, e nem sequer foi um sacerdote ou uma freira. Foi uma menina chinesa de onze anos de idade.
Explicou que quando os comunistas se apoderaram da China, prenderam um sacerdote em sua própria reitoria perto da Igreja. O sacerdote observou aterrado desde a sua janela como os comunistas entraram na Igreja e se dirigiram ao santuário. Cheios de ódio profanaram o Tabernáculo, pegaram o cibório e o jogaram no chão, espalhando as Hóstias consagradas. Eram tempo de perseguição e o sacerdote sabia exatamente quantas Hóstias continha o cibório: trinta e duas.
Quando os comunistas se retiraram, talvez não se deram conta, ou não prestaram atenção a uma menina que rezava na parte de detrás da igreja, que viu tudo o que aconteceu. Essa noite a pequena regressou e, esquivando-se da guarda postada na reitoria, entrou na igreja. Lá fez uma hora santa de oração, um ato de amor para reparar o ato de ódio. Depois de sua hora santa, se aproximou do Sacrário, se ajoelhou e inclinando-se para frente, com sua língua recebeu a Jesus na Sagrada Comunhão.
A pequena continuou retornando cada noite, fazendo sua hora santa e recebendo a Jesus Eucarístico na sua língua. Na trigésima segunda noite, depois de ter consumido a última Hóstia, acidentalmente fez um ruído que acordou o guarda. Este correu detrás dela, a agarrou, a golpeou até matá-la com a culatra do seu rifle.
Este ato de martírio heróico foi presenciado pelo sacerdote enquanto, profundamente abatido, olhava da janela do seu quarto convertido em cela.
Quando o bispo Sheen escutou o relato, se inspirou a tal ponto que prometeu a Deus que faria uma hora santa de oração diante de Jesus sacramentado todos os dias, pelo resto da sua vida. Se aquela pequenina pôde dar testemunho com a sua vida da real e formosa Presença do seu Salvador no Santíssimo Sacramento, então o bispo se via obrigado à mesma coisa. Seu único desejo a partir de então seria, atrair o mundo ao Coração Ardente de Jesus no Santíssimo Sacramento.
A pequena lhe ensinou o verdadeiro valor e zelo que se deve ter pela Eucaristia; como a fé pode superar todo o medo e como o verdadeiro amor a Jesus na Eucaristia deve transcender à própria vida.
O que se esconde na Hóstia Sagrada é a glória do Seu amor. Todo o criado é um reflexo da realidade suprema que é Jesus Cristo. O sol no céu é tão só um símbolo do Filho de Deus no Santíssimo Sacramento. Por isso é que muitas custódias[3] imitam o raio de sol. Como o sol é a fonte natural de toda energia, o Santíssimo Sacramento é a fonte sobrenatural de toda graça e amor. Jesus é o Santíssimo Sacramento, a Luz do mundo (Extraído de um artigo “Let the Son Shine”, pelo Rev. Martin Lucía).
Última comunhão de São Tomás de Aquino (1225-1274)
Esta história nos ajuda a ver que lugar deve ocupar a Eucaristia na nossa vida.

São estas as palavras que este santo pronunciou na sua última comunhão: “Recebo-Te, ó Preço da minha redenção; recebo-Te, ó Viático da minha peregrinação, por teu amor estudei, fiz vigílias, trabalhei. Foi sobre Ti que preguei e ensinei, nunca disse nada contra Ti; e se o tivesse dito, tê-lo-ia dito apenas por ignorância e não quereria ser obstinado em sustentá-lo. Mas se me exprimi mal a propósito deste Sacramento, como também dos outros, deixo tudo à correção da Santa Igreja Romana, na obediência à Qual agora deixo esta vida”.

Que bonitas estas palavras: “por teu amor estudei, fiz vigílias, trabalhei”…
Numa aldeia de Luxemburgo

Esta história nos ajuda a ver o valor que tem a Santa Missa.

Um dia, em uma pequena aldeia de Luxemburgo, um Capitão dos Guardas florestais conversava com um açougueiro, quando entrou uma velha no açougue, dizendo que precisava de um pedaço de carne, mas que não tinha dinheiro. Pagarei, acrescentou, assistindo a uma Missa por você. O açougueiro e o Capitão eram indiferentes em matéria religiosa, e por isso riram daquela mulher. Em seguida, o açougueiro lhe disse:- Então vai à Missa, e na volta te darei tanta carne quanto a Missa pesar.- A mulher voltou da Missa e o açougueiro escreveu num pedacinho de papel: “Eu assisti a Missa por você”, e o colocou num dos pratos da balança, enquanto colocava no outro um osso não muito grande, mas o papel pesava mais. Foi colocando mais e mais carne junto ao osso, mas o papel continuava a pesar mais, sempre mais. Desesperado, o homem começou a examinar a balança, para ver se estava enguiçada e nada achou de errado. Trocou de lugar os pratos, mas aquele que continha o papel sempre pesava mais. Aquilo impressionou tanto o açougueiro que se converteu a Deus na mesma hora, e prometeu oferecer à mulher, dali por diante, a sua ração diária de carne. No que concerne ao Capitão, ele deixou o açougue transformado, e tornou-se um ardente freqüentador da Missa diária. Dois de seus filhos ordenaram-se sacerdotes, um dos quais sou eu, Pe. Stanislaus, SS. CC.” (Atualizando Medjugorje, n. 143, Fev. 2000, pp.1-2).
Anjo que dá a comunhão aos videntes de Fátima (Francisco, Jacinta e Lúcia)

Esta história nos ajuda a oferecer a Hóstia Santíssima em reparação dos pecados de todos os homens.
Num dia de Primavera, abriga­dos na Loca do Cabeço, depois de comerem a merenda e reza­rem o Terço, enquanto brinca­vam, viram aproximar-se um jovem duma grande beleza, que lhes disse para não terem medo, pois era o Anjo da Paz. Ajoe­lhou-se, curvou-se até ao chão e disse-lhes que rezassem as­sim: «Meu Deus, eu creio, ado­ro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam». O Anjo voltou a aparecer-lhes uma segunda e uma terceira vez, apresentan­do-se como o Anjo de Portu­gal. Na última aparição trazia na mão um Cálice e sobre ele uma Hóstia, da qual caíam go­tas de Sangue. Com o Cálice e a Hóstia suspensos no ar, ajoelhou-se, inclinou-se e repetiu três vezes a seguinte oração:
«Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profunda­mente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido, e pêlos méritos infinitos do seu Santíssimo Coração, e do Coração Imacu­lado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores». Depois, levantando-se, deu a Hóstia à Lúcia e do Cálice deu a beber à Jacinta e ao Francisco, dizendo: «Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pêlos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus». Prostrando-se de novo por terra, repe­tiu com eles mais três vezes a mesma oração. Com esta oração, o Anjo ensinou-lhes a unirem-se ao Sacrifício Eucarístico em reparação dos pe­cados. Desde então, começou a crescer nos Pastorinhos o desejo de rece­ber a Sagrada Comunhão e de passar longos momentos diante do Sacrá­rio, para fazer companhia a “Jesus escondido”, expressão com a qual eles gostavam de O chamar (cfr. Walsh, W., Nossa Senhora de Fátima, Ed. Quadrante, São Paulo 1996, p. 56).
São João Maria Vianney e a Santa Missa

Anjo pela fé e Serafim pelo amor, tinha ao celebrar os “olhos como chamas que lhe iluminavam o rosto”. Notei muitas vezes, ao ajudar-lhe à Missa, diz André Trêve, que a sua atitude recolhida tinha todas as aparências do êxtase. Instintivamente olhavam para os seus pés para ver se ainda tocavam o solo. Ele mesmo confessou algumas vezes que as espécies eucarísticas lhe bastavam para se alimentar, como se conta de outros santos. “Que fome tinha eu durante a Missa! dizia uma manhã a Catarina Lassagne. Quando chegou o momento de comungar, disse ao Senhor: Meu Deus, alimentai o meu corpo e a minha alma. E a fome desapareceu completamente”. “Há-de vir um tempo, segundo creio, opinava um sacerdote, em que o Cura d’Ars só viverá da Eucaristia”.

Teve o nosso Santo visões durante a Missa? Contemplou Jesus sob a forma da Sua Humanidade? Segundo o P. Toccanier, “a opinião geral em Ars era de que ele gozava da presença visível do Salvador na Eucaristia”. “Depois da consagração, quando tenho Nosso Senhor nas minhas mãos, esqueço-me de mim”. Mas estas palavras para nós são ainda muito vagas; eis aqui outras mais precisas: “Quando Nosso Senhor está sobre o altar durante a Missa, logo que Lhe pedem pelos pecadores, lança raios de luz para lhes descobrir as misérias e os converter”. “Espere para logo depois da Missa”, respondia algumas vezes o Cura d’Ars às pessoas que iam consultá-lo de manhã, cedo, como se durante o santo sacrifício houvesse de receber diretamente os divinos conselhos. Deste modo predisse a uma jovem de Rive-de-Gier, a futura Ir. Maria Gabriela, da Visitação de Montluel, que, embora contra todas as aparências, seria chamada ao estado religioso. “Minha filha, disse com o rosto radiante, ao encontrá-la quando saía da igreja, como és feliz! Nosso Senhor escolheu-te para sua esposa”. Certo dia, depois da catequese, enquanto de pé tomava a ligeira refeição sobre o pequeno armário que lhe servia de mesa, pensando talvez estar só – não tinha visto que Joana Maria Chanay se achava na cozinha-, começou a dizer entre suspiros: “Na verdade, não tenho visto Deus desde domingo”. Sobressaltou-se quando Joana Maria, que tudo tinha ouvido, lhe perguntou: “Antes de domingo Vossa Reverência tinha-O visto?” O bom do Santo, todo confusão, ao ver-se traído pelas suas próprias palavras, não respondeu. Em 1850, dizia numa instrução das onze horas: “Eis que somos todos terrenos e a nossa fé apresenta-nos os objetos a trezentas léguas de distância, como se Deus estivesse no outro lado dos mares. Se tivéssemos uma fé viva, eu vos asseguro que O veríamos ali, no Santíssimo Sacramento. Há… Mas se o Cura d’Ars “via Deus”, de que maneira O via? Não cremos que se tratasse de aparições externas; era somente no seu espírito onde contemplava o inefável e o invisível. Além disso, o Cura d’Ars manifestou-o bem claramente num momento de cordial intimidade com o seu querido amigo, o P. Tailhades. Recordava diante dele os seus primeiros anos de vida apostólica, o “tempo das graças extraordinárias”, como ele dizia: “No santo altar eu gozava de insignes consolações: via o bom Deus.- Via-O Vossa Reverência? – Não digo que fosse de uma maneira sensível… Mas que graça!… que graça!” (Trochu, F., O Cura d’Ars, Ed. Vozes, São Paulo 1960, pp. 440-441).

São Tarcísio, Mártir da Eucaristia (séc.III)

Esta história nos ajuda a vermos o valor que os primeiros cristãos davam à Eucaristia

Durante a perseguição de Valeriano, o jovem Tarcísio quis se encarregar de levar a comunhão a alguns cristãos que estavam presos.
Informa-nos a seu respeito e sobre o seu martírio o Papa Damaso I: “Tarcísio levava os Mistérios de Cristo (termo que na Antiguidade indicava as Hóstias consagradas), quando uma mão criminosa tentou profaná-l’Os; Tarcísio, porém, preferiu deixar-se massacrar em vez de entregar o Corpo do Senhor àqueles malvados”. De fato, foi apedrejado e espancado até à morte e, quando os assassinos viraram o seu corpo, deram-se conta que as Hóstias tinham desaparecido prodigiosamente das suas mãos. Seu corpo foi sepultado no cemitério de São Calixto em Roma.

6. CATECISMO DA SANTA MISSA

PERGUNTAS GERAIS:

Como podemos definir a Santa Missa?

Pode ser definida como a atualização da Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão de Jesus Cristo aos Céus[4] que de um modo misterioso se torna presente cada vez que se celebra a Santa Missa.

Do ponto de vista do sacrifício de Cristo, a Missa pode ser definida como a atualização do sacrifício da Cruz. De um modo misterioso nos transportamos até Jerusalém para presenciarmos a sua Paixão e Morte na Cruz. É como se este sacrifício fosse eterno, e de fato o é, e a Missa nos permitisse aproximar-nos dele[5].

De que modo é feita esta atualização do sacrifício da Cruz?

Repetindo o rito memorial (sacramento) instituído pelo Senhor. O rito memorial é o centro da Santa Missa e é constituído pelas palavras de Jesus Cristo na Última Ceia: “Tomai, todos, e comei: isto é o meu Corpo que será entregue por vós; Tomai, todos, e bebei: este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim”[6].

Em cada Missa Jesus realiza um novo sacrifício ou morre novamente

Não, a Missa o que faz é tornar presente o sacrifício da Cruz. Não é mais um, nem o multiplica. O que se repete é o rito memorial, de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se atualiza incessantemente no tempo[7].

Quem celebra a Santa Missa?

Quem celebra a Santa Missa é Jesus Cristo na pessoa do sacerdote (ou bispo)[8].

Quem mais toma parte no sacrifício de Cristo no Calvário atualizado na Santa Missa?

Todos nós que pertencemos à Igreja. Pois o sacrifício de Cristo é o sacrifício do seu Corpo Místico, onde Ele é a cabeça e nós somos os seus membros[9].

Que sacrifício, então, podemos oferecer na Santa Missa?

Podemos oferecer a nossa vida e todas as ações boas que fizemos ao longo da semana: todas as horas de estudo ou trabalho santificado; todas as obras de caridade que tenhamos feito ao próximo: um pequeno serviço, um sorriso, uma atenção a quem necessitava, uma ajuda a quem estava precisando, etc.; todas as pequenas ou grandes cruzes que soubemos carregar alegremente: uma dor de cabeça, uma gripe, uma doença, um contratempo, uma humilhação, etc.

Qual é o valor da Santa Missa?

Seu valor é infinito, pois é a maior obra de Deus realizada aos homens. Nela ele mostra o maior amor: morrer para nos salvar. Como já havia dito na sua vida pública: “não há maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus” (Jo 15, 13). Por isso, o maior acontecimento que ocorre cada dia na terra é a celebração da Santa Missa. Por isso, as pessoas piedosas costumam acompanhar com o coração as Missas que estão sendo celebradas ao longo do dia em todas as partes do mundo[10].

Quais são os fins da Santa Missa?

Os fins da Missa são os fins pelos quais Jesus Cristo oferece o seu sacrifício: adoração (latrêutico), ação de graças (eucarístico), petição (impetratório) e reparação (propiciatório). Adora ao Pai em nome de todos aqueles que não o adoram, ou não souberam adorá-lo em determinados momentos; agradece ao Pai tudo o que Ele faz por nós em nome de todos aqueles que não o agradecem, ou não souberam agradecer em alguma ocasião; pede ao Pai toda a sorte de graças para cada um de nós; repara, pede perdão, por todos os nossos pecados[11].

Qual é a relação entre os fins da Santa Missa e a alma sacerdotal?

A alma sacerdotal[12] é a alma de Cristo por excelência, mas também é nossa alma, desde o dia em que fomos batizados e configurados com Cristo. O sacerdote e os bispos vivem essa alma sacerdotal de modo mais intenso. Ter alma sacerdotal é viver como Cristo, ser como que uma ponte entre os homens e o Deus. Essa ponte é estabelecida levando orações ao Pai e trazendo dons ao homens. É aquela escada que Jacó[13] viu em sonhos: ligava o Céu à terra e havia anjos que subiam e desciam. E quais são as orações que sobem ao Pai: a adoração e a ação de graças. E quais são dons que descem do Pai aos homens: graça (obtida pela petição) e perdão (obtido pelo desagravo). Ora, o que é isso senão os fins da Santa Missa?

Quem está presente durante a celebração da Santa Missa?

Está presente a Igreja inteira: a Igreja militante, que somos nós; a Igreja padecente, que são as almas que estão no Purgatório; a Igreja triunfante: que são os anjos e os santos que estão na glória. As almas do Purgatório assistem a Missa muito felizes porque serão aliviadas nos seus sofrimentos e muitas, graças à sua realização, irão ao Céu. Os anjos e os santos assistem admirando esta maravilhosa obra de Deus e rezam por cada um de nós[14].

Que lugar deve ocupar a Santa Missa na nossa vida espiritual?

Devido à sua importância, deve ocupar o centro da nossa vida, o momento mais importante de cada semana[15].

Por quem o sacerdote oferece a Santa Missa? Por quem nós podemos oferecer?

O sacerdote se une a Cristo e oferece a Santa Missa pela salvação de todas as almas. Também o sacerdote oferece por intenções concretas que lhe são confiadas ou encomendadas. Nós também devemos nos unir às intenções de Cristo e do sacerdote, e depois podemos oferecer por qualquer outra intenção.

Por quem são aplicados os frutos da Santa Missa?

Os frutos da Santa Missa, que são infinitos, são aplicados à toda a Igreja, no entanto, costuma-se fazer as seguintes distinções:

a) fruto geral: fruto aplicado a todo fiel, pelo fato de ser membro da Igreja, tendo assistido ou não a celebração. Alcançam estes frutos toda a Igreja, os fiéis vivos e defuntos.

b) fruto particular ou ministerial: fruto aplicado a quem o sacerdote oferece a Missa.

c) fruto especialíssimo: fruto aplicado ao próprio sacerdote que celebra a Missa

d) fruto especial: fruto aplicado aos fiéis que participam da Santa Missa. É superior ao fruto geral. O fruto aumente, naturalmente, mediante a comunhão, que é a máxima participação no sacrifício eucarístico[16].

CUMPRIMENTO DO PRECEITO

Com que freqüência devemos assistir à Santa Missa?

No mínimo devemos assistir à Santa Missa nos dias de preceito: todos os domingos  e outras festividades estabelecidas pela Igreja que não caem necessariamente no domingo. A Igreja também recomenda vivamente a assistência da Santa Missa em outros dias da semana e até todos os dias[17].

Além do domingo, quais são as festas que estamos obrigados a assistir à Santa Missa?

As festas são as seguintes: Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, Epifania, Ascensão do Senhor, Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Santa Maria Mãe de Deus, Imaculada Conceição de Maria, Assunção de Nossa Senhora, São José, São Pedro e Paulo e, por fim, Todos os Santos.

No entanto, no Brasil, quase todas as festas de preceito foram transladadas pra o domingo. As festas que não foram transladadas e estamos obrigados a assistir são:
– Dia 1 de janeiro, festa de Santa Maria Mãe de Deus
– Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi)
– Dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora
– Dia 25 de dezembro, Natal do Senhor Jesus Cristo[18].

Por que devemos assistir à Santa Missa todo domingo e nestas festas estabelecidas pela Igreja?

Por vários motivos:
a) porque é uma vontade divina manifestada no terceiro preceito do decálogo: “guardar domingos e festas de guarda”. Deixaríamos de fazer uma vontade divina sabendo que é Ele quem nos criou e sabe o que é mais conveniente para nós? Quem cria uma máquina, por exemplo, faz o seu manual de instruções e indica o que é mais conveniente para aquela máquina. Cada um é livre de seguir essas instruções, mas não segui-las causará necessariamente dano ao equipamento.
b) porque a Santa Missa, a morte de Cristo na Cruz, é a fonte de todas as graças. É como se a Santa Missa distribuísse de graça, como já dissemos anteriormente, lingotes de ouro e podemos pegá-los a quantia que quisermos. Quem não necessita de graça para si ou para os seus familiares e conhecidos? Quantas pessoas no mundo estão necessitando de graças (pessoas afastadas de Deus, nos hospitais, padecendo qualquer privação) e nós podemos obter essas graças para elas assistindo à Santa Missa.
c) porque podemos receber a Comunhão que é, junto com a Missa, o maior alimento para a nossa alma. A Missa e a comunhão valem infinitamente mais do que nossas orações pessoais.
d) porque é o momento da semana que vamos visitar o nosso Pai na sua casa. O que há de mais humano e natural do que isto? Quem filho não visita seus pais, se possível, toda semana? Jamais diria: eu já penso em você na minha casa e, portanto, não necessito ir até à tua casa. Quem dissesse isto, diríamos com toda razão que não ama seu pai ou, com certeza, irá perdendo este amor, se continuar se comportando deste jeito.

O que dizer a essas pessoas que dizem não necessitar ir à Missa porque já rezam em casa?

Diríamos que esta pessoa não ama a Deus em primeiro lugar, pois:
a) amar é fazer a vontade da pessoa amada (desde que seja razoável) e Deus pediu que assistíssemos a Santa Missa. Não podemos dizer que o seu pedido não é razoável.
b) não visita a Deus na sua casa, no dia em que nos espera de modo especial

O que dizer a essas pessoas que não vão à Missa porque preferem rezar sozinhas?

Diríamos que rezar sozinho é algo muito bom, mas nós temos que perguntar a Deus o que ele prefere. Ele prefere, como já deixou indicado, que assistamos à Missa nos dias de preceito, sem que deixemos de fazer nossas orações pessoais.

O que dizer a essas pessoas que diziam não ir à Missa porque conhecem pessoas que vão e fazem muitas coisas erradas?

A essas pessoas se podem dizer várias coisas:
a) primeiro, que se essas pessoas vão à Missa e fazem muitas coisas erradas, imaginem o que fariam essas pessoas se não fossem à Missa.
b) segundo, que ajudem essas pessoas a serem melhores. Esse é o espírito cristão: não apontar quem tem defeitos, mas ajudar quem tem defeitos.
c) todos temos defeitos. Portanto, tem defeitos, neste caso, a pessoa que acusa e a pessoa que está sendo acusada. Ora, quem está sendo acusada tem uma vantagem: tem defeitos, mas pelo menos faz uma vontade que para Deus é importantíssima que é de ir à Missa todos os domingos e festas de preceito.

Quem deixa de assistir à Missa em dia de preceito, sem ter um motivo grave, que pecado comete? Por quê?

Comete um pecado mortal, pois Deus considera deixar de ir à Missa uma falta de amor e de justiça grave. Se já é grave deixar de visitar nossos pais se não há um motivo razoável (distância, doença), quanto mais a Deus que é nosso Criador e dEle depende toda a nossa vida[19].

Quais são os motivos que justificam o não cumprimento do preceito?

Motivos graves como a razoável distância da Igreja mais próxima,  um infortúnio (ficar preso num engarrafamento), uma doença ou situação física que não permita sairmos de casa, ter que cuidar de um doente ou idoso que não pode ficar sozinho e não há ninguém que nos substitua, etc[20].

Quem não pode assistir à Missa no domingo o que deve fazer?

Quem, por motivos graves, não pode assistir à Missa no domingo deve se unir de longe a ela e, se possível, repassar as leituras e orações previstas no Missal para aquele dia          , e fomentar o desejo de receber a comunhão, espiritualmente ou recebendo-a através de um ministro extraordinário da Eucaristia. Recomenda-se também, se possível, acompanhar alguma Missa transmitida por algum meio de comunicação[21].

O preceito dominical vale também para o sábado à tarde?

Sim, o preceito dominical começa a valer a partir do sábado à tarde. Isto vale também para as festas de preceito, desde que seja celebrada a Missa desta festa na véspera[22].

Assistir à Missa em outro dia da semana vale pelo domingo?

É louvável a iniciativa de assistir à Missa em outro dia da semana, mas não vale pela Missa do domingo, pois o preceito estabelecido por Deus é de cumprir o preceito semanal no Dia do Senhor, que é o domingo[23].

Para que a Missa seja válida, a partir de que momento devemos assisti-la? E se não foi possível chegar a tempo?

Apesar de que não há nenhum documento da Igreja que fale explicitamente sobre isto, tudo leva a crer que deve ser assistida a partir das Leituras (Liturgia da Palavra), pois a partir do Concílio Vaticano II a Igreja tem deixado claro que as Leituras junto com a Liturgia Eucarística formam um único ato de culto[24].

Se por algum acaso chegarmos depois de começada a Liturgia da Palavra, devemos assistir outra missa até a parte que foi perdida.

OBJETOS UTILIZADOS NA SANTA MISSA

Quais são os materiais que compõem a Santa Missa?

Nas Missas comuns os materiais são os seguintes: altar, missal, lecionário, ambão, cálice e seu conjunto, galhetas, purificatório, bandeja para a comunhão dos fiéis[25]. Nas missas mais solenes ou com procissão de entrada, acrescentam-se os seguintes materiais: Evangeliário, que é um livro que contém o Evangelho que será cantado; turíbulo, que é um objeto utilizado para incensar; naveta, que é um recipiente com incenso; cruz processional, que é uma cruz grande que é levada na procissão e se coloca ao lado do altar[26].

O que é o altar?

É o lugar onde se atualiza o sacrifício de Cristo no Calvário e o lugar da mesa da Comunhão. É ornado com toalhas, castiçais com suas velas e um crucifixo (sobre ele ou perto dele)[27].

O que é o missal?

É o livro que o sacerdote utiliza para a celebração da Santa Missa. Nele estão contidas todas as orações necessárias para a celebração.

O que é o lecionário? E o ambão?

Lecionário é o livro que contém as leituras da Sagrada Escritura que são lidas na Santa Missa. As leituras estão subdivididas em ano A, B e C e também em ano par e ano ímpar, de tal maneira a poder-se abranger em três anos quase todo o Antigo e o Novo Testamento. O ambão é o lugar onde se coloca o lecionário e se profere as leituras[28].

O que é o cálice e seu conjunto?

O cálice é um recipiente onde se coloca o vinho para ser consagrado. O conjunto completo que acompanha o cálice é o sanguinho que é colocado sobre ele e é um pequena toalha de linho que servirá para limpar as partículas que se desprenderam da hóstia e as gotas de vinho que foram consagrados[29]; a patena, que é uma pequena bandeja circular onde se coloca a hóstia grande que será consagrada; a pala, que cobre a patena com a hóstia; o véu do cálice que cobre todo esse conjunto. Em cima de todo esse conjunto coloca-se uma bolsa para o corporal com o respectivo corporal, que é uma pequena toalha de linho que se estende no centro do altar onde se deposita o cálice, a patena e, eventualmente os cibórios[30] (que são recipientes onde se colocam hóstias pequenas que serão consagradas).

O que são as galhetas?

As galhetas são recipientes que contém água e vinho. São utilizados no Ofertório quando o sacerdote coloca vinho no cálice e um pouquinho de água. São utilizados também no final da Missa para se fazer a purificação do cálice. Junto com as galhetas acompanha uma pequena toalha que servirá para o sacerdote enxugar os dedos na hora do lavabo, no final do Ofertório. Esta toalha se chama manustérgio. Pode acompanhar também este conjunto, uma pequena colher que serve para derramar aquele pouquinho de água no cálice com o vinho.

O que é o purificatório?

O purificatório é um pequeno recipiente que servirá para o sacerdote lavar as mãos no Ofertório.

O que é a bandeja para a comunhão dos fiéis?

É uma bandeja que serve impedir que as partículas da hóstia consagrada caiam no chão na hora da distribuição da comunhão[31].

A MISSA E SUAS PARTES

Como devo me preparar para assistir a Santa Missa?

Sendo tão grande o seu valor, devemos nos preparar intensamente para a sua celebração. O santos nos ensinam a prepará-la, por exemplo, desde a noite anterior, conversando com Deus sobre a Santa Missa: meditando, se possível, nos seus textos, nas suas leituras; pensando que vamos estar diante de um grande mistério, junto com os anjos e os santos; agradecendo de antemão o que Deus fará por nós na Santa Cruz; já ir pensando o que iremos pedir a Ele, o que iremos agradecer; preparando-nos para receber a comunhão, etc.

Nesse sentido, é importante que indo para a Igreja estejamos em clima de recolhimento. Está indicado, por exemplo, que os sacerdotes não deixem de fazer um tempo de oração antes de celebrar a Santa Missa[32].

Como devo assistir a Santa Missa?

Devemos assistir à Santa Missa unidos a Cristo, identificando-nos em cada momento com os seus sentimentos e com as orações que Ele estaria fazendo durante a sua Paixão[33]. Em outras palavras, devemos assistir a Santa Missa “vivendo” cada uma das suas partes, como um verdadeiro encontro pessoal com Deus.

Quais são as partes principais da Santa Missa?

A Missa está dividida em quatro partes: Ritos iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística e Ritos finais. Apesar de se fazer esta subdivisão, é preciso ter presente que a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística estão estreitamente unidas entre si e formam um único ato de culto[34].

A) Ritos iniciais

O que são os Ritos iniciais?

Os Ritos iniciais, como diz o próprio nome, dão início à celebração da Santa Missa. É constituído pela entrada, que pode ser cantada (canto de entrada) ou recitada pelos fiéis (antífona de entrada); pela saudação (beijo do sacerdote ao altar, sinal da cruz e saudação ao povo); ato penitencial (momento que pedimos perdão dos nossos pecados); Glória (nos domingos e dias de festa); oração do dia (oração coleta)[35].

O que podemos fazer nos Ritos iniciais?

Os Ritos iniciais significam a nossa entrada na casa de Deus, onde Ele irá, dentro de pouco, realizar obras grandiosas: instruir-nos com suas palavras, morrer por nós na Cruz e dar-nos como alimento para a nossa alma. Qual é a reação que devemos ter ao saber que estamos entrando num lugar tão sagrado e vamos nos encontrar com o Senhor dos senhores? Cumprimentá-lo, antes de mais nada, (canto de entrada, saudação inicial); cumprimentar a Santíssima Trindade, pois é Ela quem nos recebe na porta e realizará esta obra maravilhosa de salvação (por isso, podemos acompanhar toda a Missa unidos à Santíssima Trindade e vendo a ação de cada uma das três Pessoas em cada momento da celebração); e logo a seguir pedir perdão porque não somos dignos de estar neste lugar (ato penitencial). Uma vez que pedimos perdão, sentimos a vontade de louvá-lo (Glória) e terminar dizendo umas palavras (oração coleta). Como se vê, o que sentimos vontade de fazer ao entrarmos na casa de Deus é o que está indicado nos Ritos iniciais.

b) Liturgia da Palavra

O que é a Liturgia da Palavra?

Nos Ritos iniciais nós falamos a Deus. Agora é a vez de Deus nos falar. E o que de melhor Ele tem para nos dizer do que o que deixou escrito na Bíblia, que é a palavra da sabedoria. Desta forma, também, Cristo continua a sua catequese que começou desde que veio à terra. É como se Ele quisesse prolongar a sua pregação, que ela não ficasse restrita às pessoas que a ouviram quando esteve na terra[36].

Como está composta a Liturgia da Palavra?

Está composta pela primeira leitura (do Antigo ou do Novo Testamento), pelo canto ou recitação do Salmo (pertence ao Antigo Testamento), pela segunda leitura (caso seja domingo ou um dia de festa), pela leitura do Evangelho, pela homilia (durante a semana não é obrigatória), pela Oração dos fiéis, pela recitação ou canto do Credo (caso seja domingo ou um dia de festa).

O que podemos fazer na Liturgia da Palavra?

Ouvir as leituras e a homilia com atenção, sabendo que Deus quererá dizer-nos coisas concretas através delas. Quantas pessoas se converteram ouvindo as leituras da Santa Missa! É nessa hora que devemos experimentar que a “Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes” (Heb 4, 12). Rezar, tornando-a própria a Oração dos fiéis e o Credo.

Quem pode fazer as leituras da Missa?

Qualquer leigo idôneo pode fazer as leituras da Santa Missa. Por fiel idôneo entender o que diz um documento da Igreja: ” O fiel leigo que é chamado para prestar uma ajuda nas Celebrações litúrgicas e deve estar devidamente preparado e ser recomendado por seu vida cristã, fé, costumes e sua fidelidade para o Magistério da Igreja. Convém que haja recebido a formação litúrgica correspondente a sua idade, condição, gênero de vida e cultura religiosa. Não se eleja a nenhum cuja designação possa suscitar o escândalo dos fiéis[37]“. Uma recomendação boa que se costuma dar é que leia bem e esteja vestido dignamente.

Quem pode ler o Evangelho e fazer a homilia da Missa?

Somente os bispos, os sacerdotes e os diáconos podem ler o Evangelho[38].

A homilia é proferida pelo próprio sacerdote celebrante ou é por ele delegada a um sacerdote concelebrante ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um leigo. Em casos especiais e por motivo razoável a homilia também pode ser feita pelo Bispo ou presbítero que participa da celebração sem que esteja concelebrando[39].

c) Liturgia Eucarística

O que é a Liturgia Eucarística?

A Liturgia Eucarística é a parte da Missa que tem como centro o sacrifício de Cristo no Calvário e a comunhão.

Como está composta a Liturgia Eucarística?

A Liturgia Eucarística está composta das seguintes partes: Ofertório, Oração sobre as oferendas, Oração Eucarística (dividida por sua vez no Prefácio e na Oração Eucarística propriamente dita)[40].

O que é o Ofertório?

Uma vez que já ouvimos a Palavra de Deus, Jesus nos leva agora para dar início ao seu sacrifício. E o primeiro que faz é oferecer ao Pai o seu Corpo e o seu Sangue que serão imolados[41]. Só que o que se tornará o seu Corpo será o pão (hóstia ainda não consagrada) e o vinho. Então, o que faz é oferecer ao Pai o pão e o vinho[42].

O que podemos fazer no Ofertório? O que significa a água colocada no vinho?

Como nos sacrificaremos junto com Cristo, devemos nos unir à oferenda de Jesus ao Pai do pão e do vinho, oferecendo nossa vida e nossas boas obras realizadas desde o último domingo. De um modo material nós nos unimos a Cristo na oferenda quando o sacerdote coloca um pouquinho de água no cálice com vinho. A água significa a nossa união com Cristo no seu sacrifício.

O que é o Prefácio? Quantos são os Prefácios?

O Prefácio é uma oração que Cristo faz na iminência de começar o seu sacrifício. E o que faz nesta hora? O que faz um filho de Deus sabendo que vai morrer dentro de pouco? Agradecer a Deus por tudo. É o que Cristo faz. Por isso, o Prefácio é uma oração de ação de graças onde Cristo se une a toda a Igreja, aos anjos e aos santos.

O que podemos fazer no Prefácio?

Unir-nos ao agradecimento de Cristo, em nome de todas as pessoas que existem no mundo.

O que é a Oração Eucarística?

É o ápice da celebração da Santa Missa. É o momento que o sacrifício da Cruz, de um modo misterioso se tornará presente. A Oração Eucarística vai tornar presente toda a Paixão de Cristo, desde a oração no horto das oliveiras até a sua morte dolorosa na Cruz. E o que Jesus estaria rezando nessa hora? Estaria, de um modo intensíssimo, adorando ao Pai, agradecendo, desagravando e pedindo por cada um de nós. Esses são os fins da Santa Missa e o cerne dos desejos da alma sacerdotal.

Quantas são as Orações Eucarísticas?

As Orações Eucarísticas são diversas, sendo que as mais comuns são quatro:
– Oração Eucarística I ou Cânon Romano: tem origem provável no séc. IV[43]; até o Concílio Vaticano II[44] foi a única Oração Eucarística rezada nas missas; pode ser rezada em qualquer ocasião[45].
– Oração Eucarística II: é a Oração Eucarística mais antiga, pois tem a sua origem em Santo Hipólito, que viveu no séc. III[46]; por suas características particulares é mais apropriada para ser usada nos dias de semana ou em circunstâncias especiais[47].
– Oração Eucarística III: elaborada no Concílio Vaticano II; rezada normalmente nos domingos e recomendada também para os dias de festa[48].
– Oração Eucarística IV: elaborada no Concílio Vaticano II; possui um Prefácio imutável e apresenta um resumo mais completo da história da salvação; pode ser usada quando a Missa não possui Prefácio próprio, bem como nos domingos do Tempo comum[49].

Que invocações ou orações aparecem nas Orações Eucarísticas?

Como já dissemos anteriormente, a Oração Eucarística está permeada das orações sacerdotais: adoração, agradecimento, desagravo e petição. No entanto, no meio dessas orações, aparecem as seguintes partes:
– epiclese (invocação): é o momento em que na Oração Eucarística, Cristo, na pessoa do sacerdote, invoca o Espírito Santo para que consagre o pão e o vinho, isto é, se tornem o seu Corpo e o seu Sangue.
– narrativa da instituição e consagração: é o momento em que Cristo diz as palavras da instituição da Eucaristia, pronunciadas na Última Ceia, consagrando o pão e o vinho.
– anamnese (lembrança): é o momento em que Cristo relembra a sua bem-aventurada paixão, gloriosa ressurreição e ascensão aos céus.
– oblação (entrega, oferenda): é o momento em que Cristo oferece ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada
– intercessões: é o momento em que Cristo intercede por nós, pelos vivos e defuntos
– doxologia (glorificação) final: é a última oração da Oração Eucarística em que Cristo nos move à glorificação do Pai, dEle e do Espírito Santo, confirmada e concluída pela aclamação “Amém” do povo[50].

O que quer dizer consagrar o pão e o vinho?

Consagrar o pão e o vinho significa torná-los o Corpo e o Sangue de Cristo. Só os sacerdotes e os bispos têm esse poder, que na verdade é dado por Cristo. A consagração ocorre quando o sacerdote pronuncia as palavras da Última Ceia: “Tomai, todos, e comei: isto é o meu Corpo que será entregue por vós”. Depois: “Tomai, todos, e bebei: este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim”. Nessa hora ocorre o milagre da transubstanciação[51], isto é, permanecem milagrosamente os acidentes de pão e de vinho, mas a substância deles, passando a ser a de Cristo. Não podemos esquecer que tanto no pão consagrado como no vinho consagrado está Cristo inteiro com seu Corpo, Sangue, Alma e divindade. Também não podemos esquecer que Cristo está todo inteiro em cada uma das partes que se divide a hóstia ou em cada uma das partes que se separa o vinho[52].

O que podemos fazer durante a Oração Eucarística?

Devemos nos unir a Cristo na sua Paixão. De que forma podemos fazer isto?

De várias formas:
a) acompanhando simplesmente as orações da Oração Eucarística, mas com toda a inteligência e com todo o coração
b) procurando reviver toda ou parte da Paixão de Cristo: oração no horto, prisão, julgamento, flagelação, coroação de espinhos, subida ao Calvário, crucifixão
c) vivendo os quatro fins da Santa Missa ou um deles em cada Missa que assistimos: adorar ao Pai por todos aqueles que não o adoram, agradecer ao Pai por todos aqueles que não o agradecem, desagravar os nossos pecados e de todos os homens, pedir graças e mais graças
d) imaginando-nos ao lado de Nossa Senhora e identificando-nos com os seus sentimentos

Sejam quais forem as formas que escolhermos cada vez para viver a Oração Eucarística, o importante é ter presente que o sacrifício de Cristo se inicia a partir da consagração e dura, até onde se pode depreender dos documentos da Igreja, até a hora da comunhão do sacerdote[53] e, portanto, durante este momento essas formas, ou outras, devem ser vividas intensamente, sabendo que estamos presenciando “realmente” a sua Paixão.

De modo concreto, como podemos viver os quatro fins durante a Oração Eucarística?

a) com relação ao fim da adoração, podemos adorar:
                – por todos aqueles que não o reconhecem como Senhor
                – por todos aqueles que não querem colocá-lo em primeiro lugar na sua vida
                – por todos aqueles que não querem reconhecer que são criaturas e que dependem totalmente do Criador
                – por todos aqueles que não reconhecem que o céu, a terra, a água, o sol, as montanhas e tudo o que nos cerca provém de Deus
                – por aqueles que não reconhecem que a nossa vida, a nossa saúde, o termos acordado hoje, provém de Deus, etc.
                Para adorarmos a Deus pode nos servir também, por exemplo, o início da oração Te Deum: A Vós ó Deus, vos glorificamos! A vós, Senhor, vos reconhecemos! A Vós, Eterno Pai, venera toda a criação! Os Anjos todos, os céus, todas as Potestades vos honram! Os Querubins e Serafins cantam sem cessar; Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus do universo!

b) com relação ao fim da ação de graças ou agradecimento, podemos agradecer:
– por tudo: ter-nos criado, junto com toda a criação; ter-nos elevado à ordem sobrenatural (poder conviver intimamente com Ele); depois do pecado dos nossos primeiros pais, estabelecer novamente a Aliança com os homens prometendo o perdão; enviar os profetas para anunciar a salvação; ter vindo à terra para nos salvar, nascendo no seio da Virgem Santíssima; assumindo a natureza humana, ser modelo para nós em tudo; ter-nos transmitido seus ensinamentos maravilhosos; ter-nos deixado esses canais extraordinários da graça que são os sacramentos; ter-nos aberto as portas do Céu morrendo na Cruz
– podemos agradecer em nome de todos: por todos os dons que se referem a cada vida humana: por terem nascido; terem uma razoável condição de vida; estarem vivendo até agora; não terem nenhuma doença grave; não terem sofrido nenhum acidente sério até agora que comprometa a saúde; poderem estudar, estudar em determinada escola; terem uma família muito unida: irmãos, parentes; terem tido uma boa educação em casa; poderem abrigar-se do frio e do calor; não terem experimentado o drama da guerra ou uma grande catástrofe; etc.

c) com relação ao fim do desagravo, podemos pedir perdão:
– por todos os nossos pecados já cometidos; graves e menos graves; renovando a dor, o arrependimento e o propósito de nunca mais voltar a ofender a Deus que é tão bom
– pensando nos outros: por aqueles que não o amam sobre todas as coisas
– por aqueles que tomam o seu Santo Nome em vão
– por aqueles que não vão à Missa aos domingos e dias de guarda
– por aqueles filhos que ofendem os seus pais e pelos pais que maltratam os seus filhos
– por aqueles que tiram a vida de pessoas inocentes
– por aqueles que pecam contra a castidade, contra o sexto e o nono mandamentos: por pensamentos, palavras, atos e omissões
– por aqueles que se apropriam de bens que não lhe pertencem
– por aqueles que mentem, caluniam e difamam o próximo
– por aqueles que desejam as coisas alheias
– por aqueles que recebem a comunhão indignamente.

d) com relação ao fim da petição, podemos pedir ao Pai tudo o que quisermos e pode lhe agradar:
– pedir ao Pai por cada um de nós
– pedir pelo Papa, pelos bispos, pelos sacerdotes, diáconos, seminaristas, pelos religiosos e religiosas, pelas instituições da Igreja, pelas vocações,
– pedir a paz
– pedir a salvação do mundo inteiro, de todos os parentes e conhecidos
– pedir que muitos se aproximem da nossa fé
– pedir que os católicos amem de verdade a Deus e sejam praticantes
– pedir que todos se esforcem por viver em estado de graça e por crescer no amor a Deus
– pedir para que todos vivam fielmente os mandamentos que Deus nos deixou
– pedir pela saúde de todos os homens, parentes e amigos; para que todos tenham um lugar onde morar, alimentos, emprego, amor fraterno, esperança, paciência, fortaleza, fidelidade, constância, responsabilidade, alegria, bom-humor, respeito pelo próximo, etc.
– pedir pelos governantes
– pedir pelas vítimas de violência e catástrofes, por todos os que sofrem física e moralmente

Para facilitar essa tarefa, algumas pessoas costumam anotar essas e outras intenções num papel e as acompanham durante a Oração Eucarística.

Há alguma relação entre a imposição da mãos do sacerdote sobre as oferendas um pouco antes da consagração e a imposição das mãos que os sacerdotes faziam sobre a vítima que iria ser sacrificada no Antigo Testamento?

Sim. Quando os sacerdotes do Antigo Testamento impunham as mãos sobre a vítima[54], este gesto simbolizava que todos os pecados dos homens passavam para aquele animal que iria ser sacrificado. Da mesma forma, quando o sacerdote impõe as mãos sobre as oferendas antes da consagração, este gesto significa que todos os nossos pecados estão sendo passados para Cristo que os assumirá em nosso nome e morrerá para expiá-los.

Durante a elevação da hóstia consagrada e do cálice que orações podemos dizer?

Podemos dizer qualquer oração que manifeste a nossa fé e a nossa devoção. Por exemplo: Meu Senhor e meu Deus! Aumenta-nos a fé, a esperança e a caridade! Adoro-te com devoção, Deus escondido!

Alguns dizem esta oração na elevação da hóstia: “Meu Senhor e meu Deus. Adoro-te preciosíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo que na árvore da Cruz foste crucificado, imolado e oferecido ao Eterno Pai para a redenção do mundo. Ó, Senhor, não permitais que um Corpo de tão grande valor seja em vão crucificado por mim”.

E esta oração na elevação do cálice: “Adoro-te preciocíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, que na árvore da Cruz foste derramado, imolado e oferecido ao Eterno Pai para a redenção do mundo. Ó, Senhor, não permitais que um Sangue de tanto valor seja derramado em vão por mim. O Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo guardem minha alma para a vida eterna. Amém”.

O que é o Rito da comunhão?

O Rito da comunhão é o momento em que se começa a preparação para recebermos o Corpo de Cristo. De alguma maneira nós vivemos neste momento o mistério da Ressurreição de Cristo, já que o Corpo de Cristo que receberemos é o seu Corpo glorioso e ressuscitado[55].

Como se divide o Rito da comunhão?

O Rito da Comunhão é dividido nas seguintes partes: recitação do Pai-Nosso, Rito da paz, Fração do Pão e comunhão.

O que podemos fazer no Rito da comunhão?

Preparar-nos intensamente para recebermos a comunhão. Recebê-la como dizia um sacerdote santo: com uma fé grande, com um amor que queime, como se fosse a última vez da nossa vida[56]. De modo concreto, de acordo com as partes:
a) no Pai-Nosso: rezá-lo com fervor, vendo na sua recitação uma preparação para receber Nosso Senhor.
b) no Rito da paz: ver que a comunhão é fonte da paz que desejamos ao próximo.
c) na Fração do Pão: na fração do pão o sacerdote coloca uma parte da hóstia no cálice, para significar a unidade do Corpo e do Sangue do Senhor na obra da salvação; ver nessa união do Corpo com o Sangue a nossa união que será realizada dentro de alguns instantes.

O que é a comunhão?

É a recepção do Corpo e Sangue de Cristo. É a máxima expressão do amor que leva à união total com a pessoa amada. Ao recebê-la nos tornamos uma só coisa com Cristo.

Quem pode receber a comunhão na Santa Missa?

Para se receber a comunhão é preciso ter as seguintes condições:
– ser batizado e ter feito a primeira comunhão[57]
– não estar em pecado grave[58]
– estar em jejum de ao menos uma hora antes de receber a comunhão[59]

Qual é o valor da comunhão?

É infinito, pois com ela estamos não só recebendo a graça, mas o autor da graça que é o próprio Cristo. Podemos ver também o seu valor pelos seus frutos. Eis alguns[60]:
– conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batis
mo
– nos dá a Vida com maiúscula: “”Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos” (Jo 6, 53).
– apaga os pecados veniais; preserva-nos dos mortais
– somos alimentados na virtude da fé, esperança e caridade
– somos fortalecidos nas virtudes humanas
– fortalece-nos contra os ataques do demônio
– enche a alma de serenidade e paz
– torna-nos merecedores das promessas divinas: “Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo” (Jo 6, 51). “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6, 56).

Como devemos receber a comunhão: de joelhos ou de pé?

Um documento da Igreja diz que: “Os fiéis comunguem de joelhos ou de pé, de acordo com o que estabelece a Conferência de Bispos», com a confirmação da Sé apostólica. «Quando comungarem de pé, recomenda-se fazer, antes de receber o Sacramento, a devida reverência, que devem estabelecer as mesmas normas”[61].

Como podemos receber a comunhão: nas mãos ou na boca?

Podemos recebê-la tanto na boca como na mão[62]. Quem receber a comunhão na mão deve cuidar para que não fique nela nenhuma partícula da hóstia consagrada. Se a comunhão for feita sob as duas espécies (pão e vinho) deverá ser na boca[63].

Sobre a comunhão na mão vale a pena lembrar estas palavras tão bonitas de São Cirilo de Jerusalém, escritas no séc. IV: “Quando te aproximes, pois, (a comungar) não te aproximes com as maõs estendidas nem com os dedos separados, senão fazendo com a mão esquerda um trono para a direita, como se esta fosse receber um Rei; e com a cavidade da mão recebe o Corpo de Cristo, respondendo: Amém. Depois de ter santificado os teus olhos com o contato com o Santo Corpo, toma-o com cuidado e procura que não se perca nada dEle. Se perdesses algo seria como se prejudicasses a um dos teus próprios membros. Por que diga-me: se alguém te desse algumas limalhas de ouro, não as guardarias com todo amor, cuidando para não perder nada delas nem que sofressem dano algum? E não velarias com muito mais diligência por algo mais valioso que o ouro e que as pedras preciosas, para que não se perca nenhuma migalha?[64]“.

Também é importante levar em conta o que diz um documento da Igreja sobre a comunhão na mão: “Ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se desloque (retorne) tendo na mão as espécies eucarísticas. Se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão”[65].

Como devemos nos preparar para receber a comunhão?

Como se fôssemos receber a coisa mais preciosa da nossa vida, isto é, com toda a preparação de que formos capazes. Nesse sentido, pode nos ajudar começar a prepará-la até antes da Missa recitando “comunhões espirituais”, ou mesmo durante a Santa Missa. Podemos também preparar-nos fazendo atos de fé, esperança, amor, gratidão e humildade perante este grande mistério.

Quem tem a consciência de estar em pecado grave, deve se preparar fazendo antes uma boa confissão.

O que são as comunhões espirituais?

São orações muito recomendadas pela Igreja onde se fomenta o desejo de receber a comunhão. São tão valiosas que a Igreja concede indulgência parcial a quem a recita[66]. É recomendada por santos mestres de vida espiritual. Escreve S. Teresa de Jesus a seu respeito: “Quando não comungais e não participais na Missa, comungai espiritualmente, porque é muito vantajoso. […] Deste modo, imprime-se em vós muito do amor de nosso Senhor “[67].

Podem ser recitadas em qualquer momento do dia como um simples ato de devoção ou para preparar a comunhão. Aquelas pessoas que estão impedidas de receber a comunhão, podem recitá-la quando ela está sendo distribuída na Missa.

Eis alguns exemplos de Comunhões espirituais: a) Ó meus Jesus, creio que estás no Santíssimo Sacramento; vos amo sobre todas as coisas e desejo receber-vos dentro da minha alma. Já que agora não posso fazê-lo sacramentalmente, vinde ao menos espiritualmente ao meu coração. Como se já tivesses vindo, vos abraço e me uno todo a vós, não permitais jamais que eu volte a abandonar-vos. b) Eu quisera Senhor receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que vos recebeu a vossa santíssima Mãe, com o espírito e o fervor dos santos.

O que está recomendado fazer depois de receber a comunhão?

Está recomendado que façamos um tempo de ação de graças pelo imenso dom que recebemos[68]. Muitos santos ficavam após a Missa, por um tempo, em profunda oração de agradecimento[69]. Está indicado aos sacerdotes que não deixem de fazer um tempo agradecimento no final da Santa Missa[70].

Com que freqüência podemos receber a comunhão?

A Igreja, como Mãe, manda aos seus fiéis que pelo uma vez por ano, se possível no tempo pascal[71], recebam a comunhão. É uma recomendação de Mãe, pois a comunhão é “o alimento” por excelência da nossa alma e, assim como alimentamos o corpo várias vezes por dia para mantê-lo, da mesma forma a alma necessita receber o seu alimento com muita freqüência. Por isso, a Igreja recomenda vivamente que, aqueles que podem, recebam a comunhão diariamente[72].

Quantas vezes podemos receber a comunhão num único dia?

Pode haver algum motivo que nos leve a assistir a Santa Missa mais de uma vez por dia. Nesses casos, a Igreja diz que podemos recebê-la novamente desde que seja dentro da celebração eucarística[73].

É possível receber a comunhão fora da Missa?

É recomendável que se receba dentro da Santa Missa, no entanto, se houver justa causa qualquer fiel, preparado, pode pedi-la[74]. Em perigo de morte, não só é recomendável, como muito conveniente recebê-la. Neste caso a comunhão se chama viático[75].

d) Ritos finais

O que são os Ritos finais?

Como o próprio nome diz, são os ritos que encerram este mistério tão grande que é a Santa Missa.

Como está dividido os Ritos finais?

Está dividida nas seguintes partes: breves comunicações, se forem necessárias; saudação e bênção do sacerdote; despedida do povo pelo diácono ou sacerdote; beijo do altar e inclinação profunda ao altar[76].

O que podemos fazer durante os Ritos finais?

Temos que ter presente que é a Santíssima Trindade que se despede de nós. Por isso, acompanhemos esses últimos instantes com toda a nossa atenção, alimentando-nos da Oração final e da bênção que receberemos para irmos em paz.

OUTRAS PERGUNTAS

A Missa deve se prolongar no nosso coração?

A Missa deve se prolongar no nosso coração, pois pela alma sacerdotal que recebemos no batismo estamos chamados a ser Cristo, oferecer toda a nossa vida pela salvação das almas, não só no momento da Santa Missa. Estamos chamados a ser essa ponte que falávamos anteriormente: através das nossas obras, passar o dia, a semana, adorando o Pai por todos aqueles que não o adoram, agradecendo o Pai por todos aqueles que não o agradecem, pedindo perdão pelos pecados de todos os homens, pedindo graças para todos.

As almas piedosas fazem oração com os textos da Santa Missa?

Sim, e é de grande utilidade para entender e amar cada vez mais as partes e as orações da Santa Missa.

Quais são as cores dos paramentos que os sacerdotes utilizam na Santa Missa?

São seis e os seus usos são indicados a seguir:
a) branca: é usada nos Ofícios e Missas do Tempo pascal e do Natal do Senhor; além disso, nas celebrações do Senhor (exceto as de sua Paixão), da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos Santos não Mártires, nas solenidades de Todos os Santos (1º de novembro), de São João Batista (24 de junho), nas festas de São João Evangelista (27 de dezembro), da Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro) e da Conversão de São Paulo (25 de janeiro).
b) vermelha: é usada no domingo da Paixão e na Sexta-feira da Semana Santa, no domingo de Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos Apóstolos e Evangelistas e nas celebrações dos Santos Mártires.
c) verde: se usa nos Ofícios e Missas do Tempo comum.
d) roxa: é usada no tempo do Advento e da Quaresma. Pode também ser usado nos Ofícios e Missas dos Fiéis defuntos.
e) preta: pode ser usada, onde for costume, nas Missas dos Fiéis defuntos.
f) rosa: pode ser usada, onde for costume, nos domingos Gaudete (III do Advento) e Laetare (IV na Quaresma).

As diferentes cores das vestes sagradas visam manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados, e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico[77].

Com que roupa devemos assistir à Santa Missa?

Como diz o Catecismo da Igreja, “a atitude corporal (gestos, roupa) deve traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo se torna nosso hóspede”[78].

Como nos vestiríamos para receber um hóspede de grande importância aqui na terra? Dessa mesma forma, no mínimo, devemos nos arrumar. Além disso, como diz acima, com o respeito que Deus merece. Sabendo que Deus estará nos vendo.

Qual é a importância do canto na Santa Missa?

O canto tem um grande valor na celebração da Santa Missa. Ele apresenta-se como um meio de elevação do espírito a Deus, como ajuda para os fiéis na participação ativa nos sacrossantos mistérios e na oração pública e solene da Igreja. Como parte integrante da solene liturgia, tem como finalidade geral a glória de Deus e a santificação e edificação dos fiéis[79]. Além disso, é o que confere à Santa Missa o caráter festivo que convém ao dia comemorativo da Ressurreição do Senhor. E o canto é particularmente apto para exprimir a alegria do coração[80].

Quais são as músicas que se podem tocar na Santa Missa?

Não há uma resposta concreta para esta pergunta. No entanto, convém ter presente alguns critérios gerais estabelecidos pela Igreja:
                – a música destinada aos sagrados ritos deve, acima de tudo, ter como ponto de referência a santidade: ela, de fato, será tanto mais santa quanto mais estreitamente for unida à ação litúrgica. Nesse sentido, se a música instrumental e vocal não possuírem ao mesmo tempo o sentido de oração, de dignidade e de beleza, não serão convenientes para as cerimônias religiosas
– deve possuir singeleza das formas
                – deve ter plena adesão aos textos que apresenta, consonância com o tempo e o momento litúrgico para o qual é destinada, adequada correspondência aos gestos que o rito propõe. Os vários momentos litúrgicos exigem, de fato, uma expressão musical própria, sempre apta a fazer emergir a natureza própria de um determinado rito, ora proclamando as maravilhas de Deus, ora manifestando sentimentos de louvor, de súplica ou ainda de melancolia pela experiência da dor humana, uma experiência, porém, que a fé abre à perspectiva da esperança cristã
– deve evitar qualquer concessão à leviandade e à superficialidade
– jamais deve tornar-se um laboratório de experiências ou de práticas de composição e de execução, introduzidas sem uma verificação atenta
– em igualdade de condições, o canto gregoriano deve ocupar o primeiro lugar, como próprio da Liturgia romana
– além do canto gregoriano e da polifonia, pode-se admitir nas celebrações também a música moderna, desde que seja respeitosa com o espírito litúrgico e aos verdadeiros valores da arte[81].

Qual é o modo correto de cumprimentar Jesus Cristo quando entramos numa Igreja?

Em primeiro lugar, quando entramos numa Igreja temos que procurar o Sacrário, ou o Santíssimo (Sacramento), que é onde ficam guardadas as hóstias consagradas. Ao lado do Sacrário sempre há uma vela acesa indicando a presença de Cristo. Nem sempre o Santíssimo está no altar principal das Igrejas. Muitas vezes está numa capela lateral. O modo correto de cumprimentar Nosso Senhor no Sacrário é o próprio da adoração: dobrando o joelho direito até o chão[82]. Devemos cumprimentá-lo desta forma ao entrarmos na Igreja, ao sairmos e todas as vezes que passarmos diante do Sacrário.

O que é a Celebração da Palavra? Qual o seu valor?

A celebração da palavra é uma forma de viver o domingo, que está estabelecido que seja o dia do Senhor e os cristãos se reúnam em assembléia, na ausência do sacerdote. Seu valor é grande no sentido de que permite os fiéis rezarem em comunidade nos domingos e festas de preceito. No entanto, para que a “Celebração da Palavra” ocupe o seu devido lugar e não substitua jamais a “Celebração eucarística” (Santa Missa) devem ser levados em conta os seguinte critérios estabelecidos no “Diretório para celebrações dominicais na ausência do presbítero”, publicado no dia 2 de junho de 1988, nos seguintes pontos:

18. Quando em alguns lugares não for possível celebrar a Missa no domingo, veja-se primeiro se os fiéis não podem deslocar-se à igreja dum lugar mais próximo e participar aí na celebração do mistério eucarístico.

20. (…) quando a celebração da Missa não é possível, é muito recomendada a celebração da palavra de Deus, que, se for oportuno, pode ser seguida da comunhão eucarística.

21. É necessário que os fiéis percebam com clareza que tais celebrações têm caráter supletivo, e não venham a considerá-las como a melhor solução das novas dificuldades ou concessão feita à comodidade. Por isso as reuniões ou assembléias deste gênero nunca podem realizar-se no domingo naqueles lugares onde a Missa já foi ou será celebrada nesse dia, ou foi celebrada na tarde do dia anterior, mesmo noutra língua; e não convém repetir tal assembléia.

22. (…) Tais reuniões não devem diminuir mas aumentar nos fiéis o desejo de participar na celebração eucarística e devem torná-los mais diligentes em freqüentá-la.

23. Compreendam os fiéis que não é possível a celebração do sacrifício eucarístico sem o sacerdote e que a comunhão eucarística, que eles podem receber em tais reuniões, está intimamente unida ao sacrifício da Missa. Partindo daqui pode mostrar-se aos fiéis quão necessário é orar “para que se multipliquem os dispensadores dos mistérios de Deus, e sejam perseverantes no seu amor”.

                29. Para dirigir estas reuniões dominicais chamem-se os diáconos, como primeiros colaboradores dos sacerdotes. Ao diácono, ordenado para apascentar o povo de Deus e para o fazer crescer, compete dirigir a oração, proclamar o Evangelho, fazer a homilia e distribuir a Eucaristia.

                30. Quando estão ausentes quer o presbítero quer o diácono, o pároco deve designar leigos, aos quais confiará o cuidado das celebrações, isto é, a responsabilidade da oração, o serviço da Palavra, e a distribuição da sagrada comunhão. Sejam eleitos por ele em primeiro lugar os acólitos e os leitores, instituídos para o serviço do altar e da palavra de Deus. Na falta destes, podem ser designados outros leigos, homens e mulheres, que pela força do Batismo e da Confirmação podem exercer este múnus. Devem ser escolhidos tendo em atenção as suas qualidades de vida, em consonância com o Evangelho, e tenha-se também em conta que possam ser aceitos pelos fiéis. Habitualmente a designação será feita por um período determinado de tempo e deve ser manifestada publicamente à comunidade. Convém que se faça por eles uma oração a Deus numa celebração. O pároco tenha o cuidado de dar a estes leigos uma formação adaptada e contínua, e prepare com eles celebrações dignas.

                32. Se no domingo não for possível fazer a celebração da palavra de Deus com distribuição da sagrada comunhão, recomenda-se vivamente aos fiéis “que se entreguem durante um tempo razoável, pessoalmente ou em família ou, segundo as circunstâncias, em grupos de famílias” à oração. Nestes casos as transmissões televisivas das celebrações sagradas podem ser uma boa ajuda.

33. Tenha-se sobretudo presente a possibilidade de celebrar alguma parte da Liturgia das Horas, por exemplo Laudes matutinas ou Vésperas, nas quais podem inserir-se as leituras do domingo. Com efeito, quando “os fiéis são convocados e se reúnem para celebrar a Liturgia das Horas, pela união das vozes e dos corações manifestam a Igreja que celebra o mistério de Cristo”. No fim desta celebração pode ser distribuída a comunhão eucarística[83].

O que são ministros extraordinários da comunhão?

São leigos que podem auxiliar na distribuição da comunhão. Para conhecer melhor a sua função e em que casos eles podem atuar, veja a seguir o que diz a Instrução “Ecclesiae de mysterio, acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes, publicado no dia 15 de agosto de 1997:

Os fiéis não-ordenados, já há tempos, vêm colaborando com os ministros sagrados, em diversos âmbitos da pastoral, para que « o dom inefável da Eucaristia seja cada vez mais profundamente conhecido e para que se participe da sua eficácia salvífica com uma intensidade cada vez maior ».
Trata-se de um serviço litúrgico que responde a necessidades objetivas dos fiéis, destinado sobretudo aos enfermos e às assembléias litúrgicas nas quais são particularmente numerosos os fiéis que desejam receber a sagrada comunhão.
§ 1. A disciplina canônica sobre o ministro extraordinário da sagrada comunhão deve, porém, ser corretamente aplicada para não gerar confusão. Ela estabelece que ministros ordinários da sagrada comunhão são o Bispo, o presbítero e o diácono, enquanto é ministro extraordinário o acólito instituído ou o fiel para tanto deputado conforme a norma do cân. 230, § 3.
Um fiel não-ordenado, se o sugerirem motivos de real necessidade, pode ser deputado pelo Bispo diocesano, com o apropriado rito litúrgico de bênção, na qualidade de ministro extraordinário, para distribuir a Sagrada comunhão também fora da celebração eucarística, ad actum vel ad tempus, ou de maneira estável. Em casos excepcionais e imprevistos, a autorização pode ser concedida ad actum pelo sacerdote que preside a celebração eucarística.
§ 2. Para que o ministro extraordinário, durante a celebração eucarística, possa distribuir a sagrada comunhão, é necessário ou que não estejam presentes ministros ordinários ou que estes, embora presentes, estejam realmente impedidos. Pode igualmente desempenhar o mesmo encargo quando, por causa da participação particularmente numerosa dos fiéis que desejam receber a Santa Comunhão, a celebração eucarística prolongar-se-ia excessivamente por causa da insuficiência de ministros ordinários.
Este encargo é supletivo e extraordinário e deve ser exercido segundo a norma do direito. Para este fim é oportuno que o Bispo diocesano emane normas particulares que, em íntima harmonia com a legislação universal da Igreja, regulamentem o exercício de tal encargo. Deve-se prover, entre outras coisas, que o fiel deputado para esse encargo seja devidamente instruído sobre a doutrina eucarística, sobre a índole do seu serviço, sobre as rubricas que deve observar para a devida reverência a tão augusto Sacramento e sobre a disciplina que regulamenta a admissão à comunhão.
Para não gerar confusão, devem-se evitar e remover algumas práticas que há algum tempo foram introduzidas em algumas Igrejas particulares, como por exemplo:
— o comungar pelas próprias mãos, como se fossem concelebrantes;
— associar à renovação das promessas sacerdotais, na Santa Missa Crismal da Quinta – Feira Santa, também outras categorias de fiéis que renovam os votos religiosos ou recebem o mandato de ministros extraordinários da comunhão eucarística;
— o uso habitual de ministros extraordinários nas Santas Missas, estendendo arbitrariamente o conceito de « numerosa participação »[84].

[1] Os estigmas são as chagas da Paixão de Cristo que aparecem de modo misterioso no corpo de alguns santos. São as chagas das mãos, dos pés e do costado. Costumam vertem sangue continuamente.

[2] Na época o leite era entregue nas casas com vasilhas de metal.

[3] Objeto de precioso valor onde se coloca a Hóstia para adoração.

[4] Cfr. Oração Eucarística I: ” Celebrando, pois, a memória da paixão do vosso Filho, da sua ressurreição dentre os mortos e gloriosa ascensão aos céus”.

[5] Este tema é contemplado na Lumen Gentium, n. 28: “(Os sacerdotes) (…) no sacrifício da missa, renovam e aplicam, até à vinda do Senhor (cf. 1Cor 11, 26) o único sacrifício do Novo Testamento, no qual Cristo, uma vez por todas, se ofereceu ao Pai como hóstia imaculada (cf. Hb 9, 11-28)”.

Também é abordado na Ecclesia de Eucharistia, nn 11-12: “11. « O Senhor Jesus (…) instituiu o sacrifício eucarístico (…) (A Santa Missa) tem indelevelmente inscrito nela o evento da paixão e morte do Senhor. Não é só a sua evocação, mas presença sacramental. É o sacrifício da cruz que se perpetua através dos séculos. Esta verdade está claramente expressa nas palavras com que o povo, no rito latino, responde à proclamação « mistério da fé » feita pelo sacerdote: « Anunciamos, Senhor, a vossa morte ». (…) (A Santa Missa)  não fica circunscrita no passado, pois « tudo o que Cristo é, tudo o que fez e sofreu por todos os homens, participa da eternidade divina, e assim transcende todos os tempos e em todos se torna presente ». Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento central de salvação torna-se realmente presente e « realiza-se também a obra da nossa redenção ». Este sacrifício é tão decisivo para a salvação do gênero humano que Jesus Cristo realizou-o e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos como se tivéssemos estado presentes. Assim cada fiel pode tomar parte nela, alimentando-se dos seus frutos inexauríveis. Esta é a fé que as gerações cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o magistério da Igreja tem continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão inestimável. É esta verdade que desejo recordar mais uma vez, colocando-me convosco, meus queridos irmãos e irmãs, em adoração diante deste Mistério: mistério grande, mistério de misericórdia. Que mais poderia Jesus ter feito por nós? Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-nos um amor levado até ao « extremo » (cf. Jo 13, 1), um amor sem medida.

  1. (…) A Igreja vive continuamente do sacrifício redentor, e tem acesso a ele não só através duma lembrança cheia de fé, mas também com um contacto atual, porque este sacrifício volta a estar presente, perpetuando-se, sacramentalmente, em cada comunidade que o oferece pela mão do ministro consagrado. Deste modo, a Eucaristia aplica aos homens de hoje a reconciliação obtida de uma vez para sempre por Cristo para humanidade de todos os tempos. Com efeito, « o sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício ». Já o afirmava em palavras expressivas S. João Crisóstomo: « Nós oferecemos sempre o mesmo Cordeiro, e não um hoje e amanhã outro, mas sempre o mesmo. Por este motivo, o sacrifício é sempre um só. […] Também agora estamos a oferecer a mesma vítima que então foi oferecida e que jamais se exaurirá »”.

[6] Veja-se o que diz o Catecismo da Igreja a este respeito no n. 1362: “A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e a oferta sacramental de seu único sacrifício na liturgia da Igreja, que é o corpo dele”.

[7] Veja-se o que a Ecclesia de Eucharistia diz a este respeito no n. 12: “A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais um, nem o multiplica. O que se repete é a celebração memorial, a « exposição memorial » (memorialis demonstratio), de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se actualiza incessantemente no tempo. Portanto, a natureza sacrificial do mistério eucarístico não pode ser entendida como algo isolado, independente da cruz ou com uma referência apenas indireta ao sacrifício do Calvário”. Veja-se também o Catecismo da Igreja, n. 1367: “O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: “É uma só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer difere”. “E porque neste divino sacrifício que se realiza na missa, este mesmo Cristo, que se ofereceu a si mesmo uma vez de maneira cruenta no altar da cruz, está contido e é imolado de maneira incruenta, este sacrifício é verdadeiramente propiciatório”. Veja-se também o Compêndio do Catecismo da Igreja na pergunta 280: “Como é que a Eucaristia é memorial do sacrifício de Cristo? A eucaristia é memorial no sentido que torna presente e atual o sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai, uma vez por todas, na cruz, em favor da humanidade. O caráter sacrificial da Eucaristia manifesta-se nas próprias palavras da instituição: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós» e «este cálice é a nova aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós» (Lc 22,19-20). O sacrifício da cruz e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício. Idênticos são a vítima e Aquele que oferece, diverso é só o modo de oferecer-se: cruento na cruz, incruento na Eucaristia”.

[8] Veja-se a este respeito o Catecismo da Igreja, n. 1348: “Todos se reúnem. Os cristãos acorrem a um mesmo lugar para a Assembléia Eucarística, encabeçados pelo próprio Cristo, que é o ator principal da Eucaristia. Ele é o sumo sacerdote da Nova Aliança. É ele mesmo quem preside invisivelmente toda Celebração Eucarística. É representando-o que o Bispo ou o presbítero (agindo “em representação de Cristo-cabeça”) preside a assembléia, toma a palavra depois das leituras, recebe as oferendas e profere a oração eucarística”.

[9] Veja-se a este respeito o que diz o Catecismo da Igreja, n. 1368: “A Eucaristia é também o sacrifício da Igreja. A Igreja, que é o corpo de Cristo, participa da oferta de sua Cabeça. Com Cristo, ela mesma é oferecida inteira. Ela se une à sua intercessão junto ao Pai por todos os homens. Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo se toma também o sacrifício dos membros de seu Corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e à sua oferenda total, e adquirem assim um valor novo. O sacrifício de Cristo, presente sobre o altar, dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à sua oferta”.

[10] Veja-se neste sentido o que diz a Encíclica Mediator Dei no n. 69: “Também o apóstolo das gentes, proclamando a superabundante plenitude e perfeição do sacrifício da cruz, declarou que Cristo com uma só oblação, tornou perfeitos para sempre os santificados. Os infinitos e imensos méritos desse sacrifício, com efeito, não têm limites: estendem-se à universalidade dos homens de todo lugar e de todo tempo, porque, nele, o sacerdote e a vítima é Deus Homem; porque a sua imolação como a sua obediência à vontade do Eterno Pai foi perfeitíssima, e porque foi como Cabeça do gênero humano, que ele quis morrer”. Veja-se também o que diz o Catecismo da Igreja no n. 1324: “A Eucaristia é “fonte e ápice de toda a vida cristã”. “Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa.””. Veja-se também o que diz o Compêndio do Catecismo na pergunta n. 274: “O que significa a Eucaristia na vida da Igreja? É fonte e cume da vida cristã. Na Eucaristia, atingem o auge a ação santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja: o próprio Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são significadas e realizadas na Eucaristia. Pela celebração eucarística unimo-nos desde já à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna”.

[11] Veja-se a este respeito o diz a Encíclica Mediator Dei nos nn. 64 a 67: “64. Idênticos, finalmente, são os fins, dos quais o primeiro é a glorificação de Deus. Do nascimento à morte, Jesus Cristo foi abrasado pelo zelo da glória divina e, da cruz, a oferenda do sangue chegou ao céu em odor de suavidade. E porque este cântico não havia de cessar, no sacrifício eucarístico os membros se unem à Cabeça divina e com ela, com os anjos e os arcanjos, cantam a Deus louvores perenes,dando ao Pai onipotente toda honra e glória.

  1. O segundo fim é a ação de graças a Deus. O divino Redentor somente, como Filho de predileção do Eterno Pai de quem conhecia o imenso amor, pôde entoar-lhe um digno cântico de ação de graças. A isso visou e isso desejou “rendendo graças”na última ceia, e não cessou de fazê-lo na cruz, não cessa de realizá-lo no augusto sacrifício do altar, cujo significado é justamente a ação de graças ou eucaristia; e porque isso é “verdadeiramente digno e justo e salutar”.
  2. O terceiro fim é a expiação e a propiciação. Certamente ninguém, fora Cristo, podia dar a Deus onipotente satisfação adequada pelas culpas do gênero humano; ele, pois, quis imolar-se na cruz, “propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas ainda pelos de todo o mundo”.Nos altares se oferece igualmente cada dia pela nossa redenção, afim de que, libertados da eterna condenação, sejamos acolhidos no rebanho dos eleitos. E isso não somente por nós que estamos nesta vida mortal, mas ainda “por todos aqueles que repousam em Cristo, os quais nos precederam com o sinal da fé, e dormem o sono da paz”, pois, quer vivamos, quer morramos, “não nos separamos do único Cristo”.
  3. O quarto fim é a impetração. Filho pródigo, o homem malbaratou e dissipou todos os bens recebidos do Pai celeste, por isso está reduzido à suprema miséria e inanição; da cruz, porém, Cristo, “tendo em alta voz e com lágrimas oferecido orações e súplicas… foi ouvido pela sua piedade”, e nos sagrados altares exercita a mesma mediação eficaz; a fim de que sejamos cumulados de toda bênção e graça.

[12] Conhecida também como “sacerdócio comum”. Sobre o sacerdócio comum veja-se o Catecismo da Igreja, n. 1268: “Os batizados tornaram-se “pedras vivas” para a “construção de um edifício espiritual, para um sacerdócio santo” (1Pd 2,5). Pelo Batismo, participam do sacerdócio de Cristo, de sua missão profética e régia; “sois a raça eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo de sua particular propriedade, a fim de que proclameis as excelências daquele que vos chamou das trevas para sua luz maravilhosa” (1Pd 2,9). O Batismo faz participar do sacerdócio comum dos fiéis. Veja-se também a Constituição dogmática Lumen Gentium, n. 10: “Cristo Senhor, Pontífice tomado de entre os homens (cf. Hb 5, 1-5), fez do novo povo “um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai” (cf. Ap 1, 6; Cf. 5, 9-10). Com efeito, pela regeneração e unção do Espírito Santo, os batizados são consagrados para serem edifício espiritual e sacerdócio santo, a fim de, por todas as obras do cristão, oferecerem sacrifícios espirituais e proclamarem as grandezas daquele que das trevas os chamou para a sua luz maravilhosa (cf. 1Pd 2, 4-10). Assim, todos os discípulos de Cristo, perseverando juntos na oração e no louvor de Deus (cf. At 2, 42-47), ofereçam-se a si mesmos como hóstia viva, santa, agradável a Deus (cf. Rm 12, 1); dêem testemunho de Cristo em toda a parte; e, àqueles que por isso se interessarem, falem da esperança, que está neles, da vida eterna (cf. 1Pd 3, 15).

O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, apesar de diferirem entre si essencialmente e não apenas em grau, ordenam-se um para o outro; de fato, ambos participam, cada qual a seu modo, do sacerdócio único de Cristo. O sacerdote ministerial, pelo poder sagrado de que é investido, organiza e rege o povo sacerdotal, oferece o sacrifício eucarístico na pessoa de Cristo em nome de todo o povo; por seu lado os fiéis, em virtude do seu sacerdócio régio, têm também parte na oblação da eucaristia, e exercem o sacerdócio na recepção dos sacramentos, na oração e na ação de graças, no testemunho de uma vida santa, na abnegação e na caridade operante”.

[13] ” E teve um sonho: via uma escada, que, apoiando-se na terra, tocava com o cimo o céu; e anjos de Deus subiam e desciam pela escada. No alto estava o Senhor” (Gen 28, 12).

[14] Veja-se a este respeito o ponto 1370 e 1371 do Catecismo da Igreja: “1370. À oferenda de Cristo unem-se não somente os membros que estão ainda na terra, mas também os que já estão na glória do céu: é em comunhão com a santíssima Virgem Maria e fazendo memória dela, assim como de todos os santos e santas, que a Igreja oferece o Sacrifício Eucarístico. Na Eucaristia, a Igreja, com Maria, está como que ao pé da cruz, unida à oferta e à intercessão de Cristo”. “1371 O Sacrifício Eucarístico é também oferecido pelos fiéis defuntos “que morreram em Cristo e não estão ainda plenamente purificados”, para que possam entrar na luz e na paz de Cristo”. Veja-se também o que diz a Encíclica Ecclesia de Eucharistia no n. 19: ” (…) Ao celebrarmos o sacrifício do Cordeiro unimo-nos à liturgia celeste, associando-nos àquela multidão imensa que grita: « A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro » (Ap 7, 10). A Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho”.

[15] Veja-se a este respeito a Encíclica Ecclesia de Eucharistia, n. 1: “1. (…) O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é « fonte e centro de toda a vida cristã »”.

[16] Cfr. Sayés, J.A., El misterio eucarístico, Palabra 2003, pp. 282-283.

[17] Veja-se nesse sentido o que diz o Catecismo da Igreja no ponto n. 1389: “A Igreja obriga os fiéis “a participar da divina liturgia aos domingos e nos dias festivos” e a receber a Eucaristia pelo menos uma vez ao ano, se possível no tempo pascal, preparados pelo sacramento da reconciliação. Mas recomenda vivamente aos fiéis que recebam a santa Eucaristia nos domingos e dias festivos, ou ainda com maior freqüência, e até todos os dias”. Veja-se também o que diz a Encíclica Mediator Dei, n. 107: “Queira, pois, Deus que todos, espontânea e livremente, correspondam a esses solícitos convites da Igreja; queira Deus que os fiéis, mesmo todos os dias se o puderem, participem não só espiritualmente do sacrifício divino, mas ainda da comunhão do augusto sacramento, recebendo o corpo de Jesus Cristo, oferecido por todos ao Pai Eterno. Estimulai, veneráveis irmãos, nas almas confiadas aos vossos cuidados, a apaixonada e insaciável fome de Jesus Cristo; vosso ensinamento cerque os altares de crianças e de jovens que ofereçam ao Redentor divino a sua inocência e o seu entusiasmo: aproximem-se freqüentemente os cônjuges para que, nutridos na sagrada mesa e graças a ela, possam educar no espírito e na caridade de Jesus Cristo a prole que lhes foi confiada; sejam convidados os operários para que possam receber o alimento eficaz e indefectível que lhes restaura as forças e prepara às suas fadigas a recompensa eterna no céu; aproximai enfim os homens de todas as classes e “compeli-os a entrar”, porque este é o pão da vida do qual todos têm necessidade. A Igreja de Jesus Cristo só dispõe desse pão para saciar as aspirações e os desejos das nossas almas, para uni-las intimamente a Jesus Cristo, afim de, por ele, se tornarem “um só corpo” e confraternizarem quantos se sentam à mesma mesa para tomar o remédio da imortalidade com a fração do pão único”.

[18] cfr. CIC, 2177 e cfr. Diretório da Liturgia da CNBB, n. 3. Pode haver diferença nos outros países, pois alguns deles transferem estas festas grandes para o domingo seguinte.

[19] cfr. CIC, n. 1389 citado acima.

[20] Veja-se a este respeito o Catecismo da Igreja Católica, n. 2181: “A Eucaristia do domingo fundamenta e sanciona toda a prática cristã. Por isso os fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser por motivos muito sérios (por exemplo, uma doença, cuidado com bebês) ou se forem dispensados pelo próprio pastor. Aqueles que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado grave”.

[21] Veja-se nesse sentido a Carta Apostólica Dies Domini, n. 54: “Por fim, os fiéis que, por causa de doença, infortúnio ou por qualquer outra razão grave, estão impedidos de participar na Missa dominical, terão o cuidado de se unirem de longe à celebração da mesma, de preferência repassando as leituras e orações previstas no Missal para aquele dia, e também através do desejo da Eucaristia. Em muitos países, a televisão e a rádio oferecem a possibilidade de unir-se a uma Celebração eucarística na própria hora em que está a realizar-se num lugar sagrado. Obviamente, este gênero de transmissões não permite, por si mesmo, satisfazer o preceito dominical, que requer a participação na assembléia dos irmãos, congregando-se num mesmo lugar, e a conseqüente possibilidade da comunhão eucarística. Mas, para aqueles que estão impedidos de participar na Eucaristia e, por isso mesmo, dispensados de cumprir o preceito, a transmissão televisiva ou radiofônica constitui uma ajuda preciosa, sobretudo quando completada pelo generoso serviço dos ministros extraordinários que levam a Eucaristia aos doentes, transmitindo-lhes também a saudação e a solidariedade de toda a comunidade. Assim, também para estes cristãos, a missa dominical produz abundantes frutos e eles podem viver o domingo como verdadeiro « dia do Senhor » e « dia da Igreja »”.

[22] Veja-se a este respeito o que diz a Carta Apostólica Dies Domini, n. 49: “(…) o tempo útil para o cumprimento do preceito começa já na tarde de sábado em coincidência com as primeiras Vésperas do domingo”.

[23] Veja-se a este respeito o Catecismo da Igreja, n. 1166: “Devido à tradição apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou domingo.” O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo “o primeiro dia da semana”, memorial do primeiro dia da criação, e o “oitavo dia”, em que Cristo, depois de seu “repouso” do grande sábado, inaugura o dia “que o Senhor fez”, o “dia que não conhece ocaso. O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação. Veja-se também o n. 1167: “O domingo é o dia por excelência da assembléia litúrgica, em que os fiéis se reúnem “para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os `regenerou para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos”: Quando meditamos, ó Cristo, as maravilhas que foram operadas neste dia de domingo de vossa santa ressurreição, dizemos: Bendito é o dia do domingo, pois foi nele que se deu o começo da criação Ç:..) a salvação do mundo (…) a renovação do gênero humano. (…) E nele que o céu e a terra rejubilaram e que o universo inteiro foi repleto de luz. Bendito é o dia do domingo, pois nele foram abertas as portas do paraíso para que Adão e todos os banidos entrem nele sem medo”.

[24] A razão deste fato vem que a Liturgia da Palavra na Santa Missa junto com a Liturgia Eucarística, formam um único ato inseparável. Veja-se nesse sentido o Catecismo da Igreja, n. 1346: “(…) Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística constituem juntas “um só e mesmo ato do culto”; com efeito, a mesa preparada para nós na Eucaristia é ao mesmo tempo a da Palavra de Deus e a do Corpo do Senhor”. Veja-se também o que diz a Constituição Sacrosanctum Concilium, n. 56: “As duas partes de que se compõe de certa forma a Missa, isto é, a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, estão tão estreitamente unidas, que formam um só ato de culto. Por isso, o sagrado Concílio exorta com veemência os pastores de almas a instruírem bem os fiéis, na catequese, para que participem na Missa inteira, especialmente nos domingos e festas de preceito”. Veja-se também: Fernández, A., Teologia Moral, vol. II, Ediciones Aldecoa, Burgos 1996, p. 134.

[25] Veja-se neste sentido o que diz a IGMR 2002, n. 118: “Preparem-se também:

  1. a) junto à cadeira do sacerdote: o missal e, se for oportuno, um livro de cantos;
  2. b) no ambão: o Lecionário;
  3. c) na credência: cálice, corporal, purificatório e, se for oportuno, pala; patena e, se necessário, cibórios; pão para a Comunhão do sacerdote que preside, do diácono, dos ministros e do povo; galhetas com vinho e água, a não ser que todas estas coisas sejam apresentadas pelos fiéis na procissão das oferendas; recipiente com água a ser abençoada se houver aspersão; patena para a Comunhão dos fiéis; e o que for necessário para lavar as mãos.

O cálice, como convém, seja coberto com um véu, que pode ser da cor do dia ou de cor branca.

[26] Veja-se nesse sentido o que diz a IGMR, n. 119, ítem c: “(…) Quando se realiza a procissão da entrada preparem-se também o Evangeliário; nos domingos e dias festivos, o turíbulo e a naveta com incenso, quando se usa incenso; cruz a ser levada na procissão e castiçais com velas acesas”.

[27] Veja-se a este respeito o Catecismo da Igreja, n. 1383: “O altar, em torno do qual a Igreja está reunida na celebração da Eucaristia, representa os dois aspectos de um mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais porque o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembléia de seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida por nossa reconciliação e como alimento celeste que se dá a nós. “Com efeito, que é o altar de Cristo senão a imagem do Corpo de Cristo?” – diz Sto. Ambrósio; e alhures: “O altar representa o Corpo [de Cristo], e o Corpo de Cristo está sobre o altar”. A liturgia exprime esta unidade do sacrifício e da comunhão em muitas orações”. Veja-se também a IGMR, n. 117: “117. O altar seja coberto ao menos com uma toalha de cor branca. Sobre ele ou ao seu redor, coloquem-se, em qualquer celebração, ao menos dois castiçais com velas acesas, ou então quatro ou seis, sobretudo quando se trata de Missa dominical ou festiva de preceito, ou quando celebrar o Bispo diocesano, colocam-se sete. Haja também sobre o altar ou em torno dele, uma cruz com a imagem do Cristo crucificado. Os castiçais e a cruz, ornada com a imagem do Cristo crucificado, podem ser trazidos na procissão de entrada. Pode-se também colocar sobre o altar o Evangeliário, distinto do livro das outras leituras”.

[28] Veja-se neste sentido a IGMR, n. 309: “A dignidade da palavra de Deus requer na igreja um lugar condigno de onde possa ser anunciada e para onde se volte espontaneamente a atenção dos fiéis no momento da liturgia da Palavra. De modo geral, convém que esse lugar seja uma estrutura estável e não uma simples estante móvel. O ambão seja disposto de tal modo em relação à forma da igreja que os ministros ordenados e os leitores possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fiéis. Do ambão são proferidas somente as leituras, o salmo responsorial e o precônio pascal; também se podem proferir a homilia e as intenções da oração universal ou oração dos fiéis. A dignidade do ambão exige que a ele suba somente o ministro da palavra. Convém que o novo ambão seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico conforme o rito proposto no Ritual Romano”.

[29] O sanguinho é engomado para impedir que as partículas da hóstia consagrada entrem nos fios do tecido de linho.

[30] O corporal é engomado para impedir que as partículas da hóstia consagrada entrem nos fios do tecido de linho.

[31] Ela é recomendada pela Redemptionis Sacramentum, n. 93: ” A bandeja para a Comunhão dos fiéis se deve manter, para evitar o perigo de que caia a hóstia sagrada ou algum fragmento”.

[32] Veja-se nesse sentido o que diz o Código de Direito Canônico: ” Cân. 909 O sacerdote não deixe de se preparar devidamente, pela oração, para a celebração do Sacrifício eucarístico e de

agradecer a Deus no final”.

[33] Veja-se neste sentido a Encíclica Mediator Dei, n. 94: “Considerem, pois, os fiéis a que dignidade os eleva a sagrada água do batismo; e não se contentem em participar do sacrifício eucarístico com a intenção geral que convém aos membros de Cristo e filhos da Igreja, mas livre e intimamente unidos ao sumo sacerdote e ao seu ministro na terra, segundo o espírito da sagrada liturgia, se unam a ele de modo particular no momento da consagração da hóstia divina, e a ofereçam junto com ele quando são pronunciadas aquelas solenes palavras “por ele, com ele, nele, a ti, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória por todos os séculos dos séculos”; à essas palavras o povo responde: Amém. Nem se esqueçam os cristãos de oferecer-se, com a divina Cabeça crucificada, a si mesmos e as suas preocupações, angústias, dores, misérias e necessidades.

[34] Veja-se nesse sentido o que diz a Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, n. 44: “Antes de mais nada, é necessário refletir sobre a unidade intrínseca do rito da Santa Missa, evitando, tanto nas catequeses como na modalidade de celebração, que se dê ensejo a uma visão justaposta das duas partes do rito: a liturgia da palavra e a liturgia eucarística – para além dos ritos iniciais e conclusivo – “estão entre si tão estreitamente ligadas que constituem um único ato de culto””.

[35] cfr. IGMR, nn. 46-54.

[36] Veja-se nesse sentido o que diz o Catecismo da Igreja, n. 1349: “A Liturgia da Palavra comporta “os escritos dos profetas”, isto é, o Antigo Testamento, e “as memórias dos Apóstolos”, isto é, as epístolas e os Evangelhos; depois da homilia, que exorta a acolher esta palavra como ela verdadeiramente é, isto é, como Palavra de Deus, e a pô-la em prática, vêm as intercessões por todos os homens, de acordo com a palavra do Apóstolo: “Eu recomendo, pois, antes de tudo, que se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens, pelos reis e todos os que detêm a autoridade”” (1Tm 2,1-2).

[37] Cfr. Redemptionis Sacramentum, n. 46.

[38] Veja-se o que diz a IGMR, n. 59: “(…) o Evangelho seja anunciado pelo diácono ou, na sua ausência, por outro sacerdote. Na falta, porém, do diácono ou de outro sacerdote, o próprio sacerdote celebrante leia o Evangelho; igualmente, na falta de outro leitor idôneo, o sacerdote celebrante proferirá também as demais leituras”.

[39] Cfr. IGMR, n. 66.

[40] cfr. IGMR, n. 72.

[41] Sacrificados.

[42] Veja-se a este respeito o que diz o Catecismo da Igreja, nn. 1350 e 1351 :”1350. A apresentação das oferendas (o ofertório): trazem-se então ao altar, por vezes em procissão, o pão e o vinho que serão oferecidos pelo sacerdote em nome de Cristo no Sacrifício Eucarístico e ali se tomarão o Corpo e o Sangue de Cristo. Este é o próprio gesto de Cristo na Ultima ceia, “tomando pão e um cálice”. “Esta oblação, só a Igreja a oferece, pura, ao Criador, oferecendo-lhe com ação de graças o que provém de sua criação.” A apresentação das oferendas ao altar assume o gesto de Melquisedec e entrega os dons do Criador nas mãos de Cristo. E ele que, em seu sacrifício, leva à perfeição todos os intentos humanos de oferecer sacrifícios.

  1. Desde os inícios, os cristãos levam, com o pão e o vinho para a Eucaristia, seus dons para repartir com os que estão em necessidade. Este costume da coleta, sempre atual, inspira-se no exemplo de Cristo que se fez pobre para nos enriquecer”. Cfr. também a IGMR, n. 73-76.

[43] Cfr. Abad Ibáñez, J.A., Iniciación a la Liturgia de la Iglesia, Ed. Palabra, Madri 1997, p. 324.

[44] O Concílio Vaticano II foi de 1962 a 1965. O Documento sobre as Orações Eucarísticas, “Preces eucharisticae”, foi publicado no dia 23 de maio de 1968.

[45] Cfr. IGMR, n. 365, a.

[46] Cfr. Abad Ibáñez, J.A., Iniciación a la Liturgia de la Iglesia, Ed. Palabra, Madri 1997, p. 325.

[47] Cfr. IGMR, n. 365, b.

[48] Cfr. IGMR, n. 365, c.

[49] Cfr. IGMR, n. 365, d.

[50] Cfr. IGMR, n. 79.

[51] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 1376.

[52] Veja-se nesse sentido o Catecismo da Igreja Católica, n. 1377: “A presença eucarística de Cristo começa no momento da consagração e dura também enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Cristo está presente inteiro em cada uma das espécies e inteiro em cada uma das partes delas, de maneira que a fração do pão não divide o Cristo”.

[53] Veja-se a este respeito a Encíclica Mediator Dei, n. 63: “(…) a divina sabedoria encontrou o modo admirável de tornar manifesto o sacrifício de nosso Redentor com sinais exteriores que são símbolos de morte. Já que, por meio da transubstanciação do pão no corpo e do vinho no sangue de Cristo, têm-se realmente presentes o seu corpo e o seu sangue; as espécies eucarísticas, sob as quais está presente, simbolizam a cruenta separação do corpo e do sangue. Assim o memorial da sua morte real sobre o Calvário repete-se sempre no sacrifício do altar, porque, por meio de símbolos distintos, se significa e demonstra que Jesus Cristo se encontra em estado de vítima”. Veja-se também o n. 103: “(…) o sacrifício eucarístico consiste essencialmente na imolação incruenta da vítima divina, imolação que é misticamente manifestada pela separação das sagradas espécies e pela sua oblação feita ao Pai Eterno. A santa comunhão pertence à integridade do sacrifício, e à participação nele por meio da recepção do augusto sacramento; e enquanto é absolutamente necessária ao ministro sacrificador, aos fiéis é vivamente recomendável”.

[54] Cfr. Lev 8, 14.18.22. “Então mandou vir o touro do sacrifício pelo pecado, e Aarão e seus filhos puseram as mãos sobre a sua cabeça” (Lev 8, 14). “Mandou vir o carneiro do holocausto, sobre cuja cabeça Aarão e seus filhos impuseram as mãos” (Lev 8, 18). “Mandou que se aproximasse o outro carneiro, o carneiro de empossamento, sobre cuja cabeça Aarão e seus filhos impuseram as mãos” (Lev 8, 22).

[55] Veja-se a este respeito o que diz a Encíclica Ecclesia de Eucharistia, n. 14: “A Páscoa de Cristo inclui, juntamente com a paixão e morte, a sua ressurreição. Assim o lembra a aclamação da assembléia depois da consagração: « Proclamamos a vossa ressurreição ». Com efeito, o sacrifício eucarístico torna presente não só o mistério da paixão e morte do Salvador, mas também o mistério da ressurreição, que dá ao sacrifício a sua coroação. Por estar vivo e ressuscitado é que Cristo pode tornar-Se « pão da vida » (Jo 6, 35.48), « pão vivo » (Jo 6, 51), na Eucaristia”.

[56] Cfr. S. Josemaria Escrivá, Forja, n. 829.

[57] Veja-se neste sentido o Código de Direito Canônica, nn. 912 e 913: “Cân. 912 Qualquer batizado, não proibido pelo direito, pode e deve ser admitido à sagrada comunhão. Cân. 913 § 1. Para que a santíssima Eucaristia possa ser administrada às crianças, requer-se que elas tenham suficiente conhecimento e cuidadosa preparação, de modo que, possam compreender o mistério de Cristo, de acordo com sua capacidade, e receber o Corpo do Senhor com fé e devoção. § 2. Contudo, pode-se administrar a santíssima Eucaristia às crianças que estiverem em perigo de morte, se puderem discernir o Corpo de Cristo do alimento comum e receber a comunhão com reverência”.

[58] Veja-se a este respeito o Catecismo da Igreja Católica, n. 1385: “Para responder a este convite, devemos preparar-nos para este momento tão grande e tão santo. S. Paulo exorta a um exame de consciência: “Todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Por conseguinte que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação” (1Cor 11,27-29). Quem está consciente de um pecado grave deve receber o sacramento da reconciliação antes de receber a comunhão”. Para saber quais são os pecados graves, veja-se a nota de fim de página n. 7.

[59] Veja-se nesse sentido o Código de Direito Canônico, n. 919: “Cân. 919 § 1. Quem vai receber a santíssima Eucaristia abstenha-se de qualquer comida ou bebida, excetuando-se somente água e remédio no espaço de ao menos uma hora antes da sagrada comunhão. § 2. O sacerdote que no mesmo dia celebra duas ou três vezes a santíssima Eucaristia pode tomar alguma coisa antes

da segunda ou terceira celebração, mesmo que não haja o espaço de uma hora. § 3. Pessoas idosas e doentes, bem como as que cuidam delas, podem receber a santíssima Eucaristia, mesmo que tenham tomado alguma coisa na hora que antecede”.

[60] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, nn. 1391-1405.

[61] Cfr. Redemptionis Sacramentum, n. 90.

[62] Veja-se a este respeito o que diz a IGMR, n. 161: “Se a Comunhão é dada sob a espécie do pão somente, o sacerdote mostra a cada um a hóstia um pouco elevada, dizendo: O Corpo de Cristo. Quem vai comungar responde: Amém, recebe o Sacramento, na boca ou, onde for concedido, na mão, à sua livre escolha. O comungante, assim que recebe a santa hóstia, consome-a inteiramente”. Veja-se também o que indicou a Congregação para o Culto Divino no dia 3 de abril de 1985 sobre a comunhão na mão (Prot. n. 720/85):

  1. A comunhão na mão deve manifestar, tanto como a comunhão recebida na boca, o respeito pela presença real de Cristo na Eucaristia.
  2. De acordo com os ensinamentos dos Santos Padres, insista-se no “Amém” que o fiel pronuncia como resposta à fórmula do ministro: “O Corpo de Cristo”. O amém deve ser uma afirmação de fé.
  3. O fiel que receber a comunhão a leva à boca, ficando com o rosto voltado para o altar, antes de regressar ao seu lugar.
  4. É da Igreja que o fiel recebe a Eucaristia, por isso deve recebê-la sempre do ministro que distribui a comunhão e não se servir a si mesmo.
  5. Recomenda-se a todos, em particular às crianças, a limpeza das mãos, como sinal de respeito para com a Eucaristia.
  6. Recomenda-se vigiar para que pequenos fragmentos do pão eucarístico não se percam.
  7. Jamais se obrigará algum fiel a adotar a prática da comunhão na mão. Deixar-se-á a liberdade de receber a comunhão na mão ou na boca, em pé ou de joelhos.

[63] Veja-se nesse sentido o que diz a IGMR, n. 287: “Se a Comunhão do cálice é feita por intinção, o comungando, segurando a patena sob a boca, aproxima-se do sacerdote, que segura o vaso com as sagradas partículas e a cujo lado tem o ministro sustentando o cálice. O sacerdote toma a hóstia, mergulha-a parcialmente no cálice e, mostrando-a, diz: O Corpo e o Sangue de Cristo; o comungando responde: Amém, recebe do sacerdote o Sacramento, na boca, e se retira”. Quanto aos casos em que se pode dar a comunhão sob duas espécies, veja-se a IGMR, n. 283: “Além dos casos previstos nos livros rituais, a Comunhão sob as duas espécies é permitida nos seguintes casos:

  1. a) aos sacerdotes que não podem celebrar ou concelebrar o santo sacrifício;
  2. b) ao diácono e a todos que exercem algum ofício na Missa;
  3. c) aos membros das comunidade na Missa conventual ou na Missa chamada “da comunidade”, aos alunos dos Seminários, a todos os que fazem exercícios espirituais ou que participam de alguma reunião espiritual ou pastoral.

O Bispo diocesano pode baixar normas a respeito da Comunhão sob as duas espécies para a sua diocese, a serem observadas inclusive nas igrejas dos religiosos e nos pequenos grupos. Ao mesmo Bispo se concede a faculdade de permitir a Comunhão sob as duas espécies, sempre que isso parecer oportuno ao sacerdote a quem, como pastor próprio, a comunidade está confiada, contanto que os fiéis tenham boa formação a respeito e esteja excluído todo perigo de profanação do Sacramento, ou o rito se torne mais difícil, por causa do número de participantes ou por outro motivo”.

[64] São Cirilo de Jerusalém, V Catequese, em: “Catequesis para a los recién baurizados”, Barcelona 2001, pp. 30-31.

[65] Cfr. Redemptionis Sacramentum, n. 92.

[66] Cfr. Ench. Indul. n. 15.

[67] Cfr. Ecclesia de Eucharistia, n. 34.

[68] É o que recomenda, por exemplo, a Encíclica Mediator Dei nos seguintes pontos: “110. Finda a sagrada ação, regulada pelas normas litúrgicas particulares, não dispensa a ação de graças de quem saboreou o alimento celeste; é, aliás muito conveniente que, recebido o alimento eucarístico e terminados os ritos públicos, se recolha e, intimamente unido com o divino Mestre, se entretenha com ele tanto quanto as circunstâncias lho permitam, em dulcíssimo e salutar colóquio. Afastam-se, pois, do reto caminho da verdade aqueles que, baseando-se nas palavras mais que no sentido, afirmam e ensinam que, terminada a missa, não se deve prolongar a ação de graças, não só porque o sacrifício do altar é por natureza uma ação de graças mas ainda porque isso pertence à piedade privada, pessoal e não ao bem da comunidade. Pelo contrário, a própria natureza do Sacramento requer do cristão que o recebe, que se locuplete com abundantes frutos de santidade.

  1. (…) quem ousaria repreender e desaprovar a Igreja que aconselha aos seus sacerdotes e aos fiéis entreterem-se ao menos um pouco de tempo depois da comunhão em colóquio com o divino Redentor, e que inseriu nos livros litúrgicos oportunas orações enriquecidas de indulgências com as quais os sagrados ministros se possam convenientemente preparar antes de celebrar e de comungar e, acabada a santa missa, manifestar a Deus a sua ação de graças?
  2. (…) Falava deveras segundo os preceitos e espírito da liturgia o autor do áureo livrinho a “Imitação de Cristo”, quando aconselhava a quem tivesse comungado: “Recolhe-te em segredo e goza de teu Deus para que possuas aquele que o mundo inteiro não poderá tirar-te”.

[69] Vide as orações que estão recomendadas neste livro para serem feitas após a comunhão.

[70] Veja-se nesse sentido o que diz o Código de Direito Canônico no cânon já citado acima: ” Cân. 909 O sacerdote não deixe de se preparar devidamente, pela oração, para a celebração do Sacrifício eucarístico e de agradecer a Deus no final”.

[71] O tempo pascal dura desde o Domingo de Páscoa até o Domingo de Pentecostes. São cerca de 50 dias.

[72] Veja-se neste sentido o que diz o Catecismo da Igreja, no n. 1389: “A Igreja obriga os fiéis “a participar da divina liturgia aos domingos e nos dias festivos” e a receber a Eucaristia pelo menos uma vez ao ano, se possível no tempo pascal, preparados pelo sacramento da reconciliação. Mas recomenda vivamente aos fiéis que recebam a santa Eucaristia nos domingos e dias festivos, ou ainda com maior freqüência, e até todos os dias”.

[73] Veja-se neste sentido os seguintes cânones do Código de Direito Canônico: ” Cân. 917 Quem já recebeu a santíssima Eucaristia pode recebê-la novamente no mesmo dia, somente dentro da

celebração eucarística em que participa, salva a prescrição do can. 921, § 2.

Cân. 921 § 1. Os fiéis em perigo de morte, proveniente de qualquer causa, sejam confortados com a sagrada comunhão como viático. § 2. Mesmo que já tenham comungado nesse dia, recomendase vivamente que comunguem de novo aqueles que vierem a ficar em perigo de morte. § 3. Persistindo o perigo de morte, recomenda-se que seja administrada a eles a sagrada comunhão mais vezes em dias diferentes.

[74] Veja-se a este respeito o Código de Direito Canônico, n. 918: “Recomenda-se vivamente que os fiéis recebam a sagrada comunhão na própria celebração eucarística; seja-lhes, contudo, administrada fora da missa quando a pedem por justa causa, observando-se os ritos litúrgicos.

[75] Veja-se neste sentido o que diz o Catecismo da Igreja, n. 1524: “Aos que estão para deixar esta vida, a Igreja oferece, além da Unção dos Enfermos, a Eucaristia como viático. Recebida neste momento de passagem para o Pai, a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo tem significado e importância particulares. E semente de vida eterna e poder de ressurreição, segundo as palavras do Senhor: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54). Sacramento de Cristo morto e ressuscitado, a Eucaristia é aqui sacramento da passagem da morte para a vida, deste mundo para o Pai”.

[76] Cfr. IGMR, n. 90.

[77] Cfr. IGMR, n. 345.

[78] Cfr. Catecismo da Igreja, n. 1387.

[79] Veja-se neste sentido o Quirógrafo do sumo pontífice João Paulo II no centenário do motu proprio « Tra le sollicitudini » sobre a música sacra, publicado no dia 22 de Novembro de 2003, n. 1. Veja-se também a IGMR, nn. 39-41: “39. O Apóstolo aconselha os fiéis, que se reúnem em assembléia para aguardar a vinda do Senhor, a cantarem juntos salmos, hinos e cânticos espirituais (cf. Cl 3, 16), pois o canto constitui um sinal de alegria do coração (cf. At 2, 46). Por isso, dizia com razão Santo Agostinho: “Cantar é próprio de quem ama”48, e há um provérbio antigo que afirma: “Quem canta bem, reza duas vezes”.

  1. Portanto, dê-se grande valor ao uso do canto na celebração da Missa, tendo em vista a índole dos povos e as possibilidades de cada assembléia litúrgica. Ainda que não seja necessário cantar sempre todos os textos de per si destinados ao canto, por exemplo nas Missas dos dias de semana, deve-se zelar para que não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações dos domingos e festas de preceito.

Na escolha das partes que de fato são cantadas, deve-se dar preferência às mais importantes e sobretudo àquelas que o sacerdote, o diácono, o leitor cantam com respostas do povo; ou então àquelas que o sacerdote e o povo devem proferir simultaneamente.

  1. Em igualdade de condições, o canto gregoriano ocupa o primeiro lugar, como próprio da Liturgia romana. Outros gêneros de música sacra, especialmente a polifonia, não são absolutamente excluídos, contanto que se harmonizem com o espírito da ação litúrgica e favoreçam a participação de todos os fiéis.

Uma vez que se realizam sempre mais freqüentemente reuniões internacionais de fiéis, convém que aprendam a cantar juntos em latim ao menos algumas partes do Ordinário da Missa, principalmente o símbolo da fé e a oração do Senhor, empregando-se melodias mais simples.

[80] Cfr. Carta apostólica Dies Domini, n. 50.

[81] Cfr. o Quirógrafo do sumo pontífice João Paulo II no centenário do motu proprio « Tra le sollicitudini » sobre a música sacra, publicado no dia 22 de Novembro de 2003.

[82] Veja-se neste sentido a IGMR, n. 274: “A genuflexão, que se faz dobrando o joelho direito até o chão, significa adoração; por isso, se reserva ao Santíssimo Sacramento, e à santa Cruz, desde a solene adoração na Ação litúrgica da Sexta-feira na Paixão do Senhor até o início da Vigília pascal (…)”.

[83] Para um aprofundamento maior deste assunto, consultar este documento. Consulte-se também a Redemptionis Sacramentum, nn. 162-167.

[84] Cfr. também o Catecismo da Igreja, nn. 903 e 910 e a IGMR, n. 162.