Palavras de Jesus Cristo ditas à Maria Valtorta (mística italiana que viveu entre os anos 1897 e 1961):
Dia 6 de junho de 1943
Jesus diz:
“Hoje quero falar para você da “graça”.
O que é graça? Você a estudou e explicou muitas vezes, mas quero explicá-la à minha maneira em sua natureza e em seus efeitos.
A graça, ter a graça, é possuir a luz, a força, a sabedoria de Deus. A graça é possuir uma semelhança espiritual com Deus, sinal inequívoco de que vocês são meus filhos.
Sem a graça, vocês seriam simplesmente criaturas animais evoluídas ao ponto de terem razão, capazes de lidar com as contingências da vida terrena, mas ainda estariam no nível da terra, incapazes de subir às regiões do espírito. Vocês seriam apenas um pouco mais do que os animais que se regulam somente pelo instinto e não pela razão, apesar de que muitas vezes eles os superam no modo de se comportar.
A graça é, portanto, um dom sublime, o maior dom que Deus, meu Pai, poderia dar a vocês. E Ele dá a vocês livremente porque o amor que o Pai tem por vocês é infinito, tão infinito quanto Ele. Querer descrever todos os atributos da graça significaria escrever uma longa lista de adjetivos e substantivos, e eles ainda estariam longe de explicar perfeitamente o que é esse dom.
Lembre-se apenas disto: a graça é possuir o Pai, viver no Pai; a graça é possuir o Filho, gozar dos méritos infinitos do Filho; a graça é possuir o Espírito Santo, desfrutar de seus sete dons. A graça, numa palavra, é possuir-nos, possuir o Deus Uno e Trino, e ter ao seu redor as legiões de anjos que nos adoram.
Uma alma que perde a graça perde tudo. O Pai Inutilmente a criou, o Filho inutilmente a redimiu e lhe deu os sacramentos, o Espírito Santo inutilmente infundiu nela seus dons. Está morta. Assemelha-se a um galho que sob a ação corrosiva do pecado, apodrece, se desprende da árvore da vida e cai na lama.
Se uma alma soubesse conservar-se como ela é depois do sacramento do batismo e depois do sacramento da crisma, ou seja, quando está mergulhada na graça, essa alma seria pouco menos que Deus.
Quando vocês leem as maravilhas dos meus santos, vocês ficam surpresos. Mas, minha querida, não há nada de extraordinário. Meus santos eram criaturas que possuíam a graça e, portanto, eram deuses, pois a graça os deifica. Eu não disse no meu Evangelho que os que me seguem farão as obras maravilhosas que eu faço? Mas para me seguir é preciso viver da minha Vida, isto é, da vida de graça.
(…) O pecado mortal destrói a graça, o pecado venial a prejudica, enfraquece. Há almas que não são totalmente más, mas que por cometer imperfeições continuamente, vão debilitando cada vez mais a graça, até a tornarem uma chama muito fina, frágil, quando deveria ser uma labareda viva, bela e purificadora. O mundo desmorona porque a graça foi destruída em quase todas as almas e está definhando nas demais.
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Quando li este texto da Maria Valtorta pela primeira vez, fiquei maravilhado. Já sabia que a graça é o maior dom de Deus e já estudei muito sobre a graça. Porém, com a explicação de Jesus, vemos que o seu valor é indescritível e que só tonto não procura estar na graça de Deus e crescer em graça. Saibamos ver também quão terrível é cair no pecado mortal que nos leva a perder a graça que é, nas palavras de Jesus, perder tudo.