Terminado o canto da entrada, toda a assembléia, de pé, faz o sinal da cruz, enquanto o sacerdote diz:
Em nome do Pai e † do Filho e do Espírito Santo.
T: Amém* .
Daqui em diante a letra S significa sacerdote e a letra T, todo o povo.
O sacerdote saúda o povo:
a) A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
b) A graça e a paz de Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam convosco.
T: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
c) O Senhor esteja convosco.
T: Ele está no meio de nós.
O bispo em vez de O Senhor esteja convosco, diz:
A paz esteja convosco.
T: O amor de Cristo nos uniu.
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Quando o sacerdote faz o sinal da Cruz nos diz que estamos na igreja em “Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Em nome da Santíssima Trindade estamos aqui para participarmos da Santa Missa. Estou aqui, Senhor, porque me chamaste! Que alegria poder estar contigo! Sonho com o dia em que poderei estar te vendo cara a cara!
Estamos aqui em nome da Santíssima Trindade e, agora, depois que o sacerdote fez o sinal da Cruz, com a Santíssima Trindade.
Sabendo que estaremos diante de tal presença, como não nos preocuparemos em preparar-nos! Os santos nos ensinaram a preparar este momento com todo o carinho[i]. É o momento de estarmos recolhidos, deixando de lado todas as preocupações da nossa vida ou confiando-as a Deus.
S. João Maria Vianney dava um grande conselho para assistirmos esta Santa Celebração: colocar-nos ao lado de Nossa Senhora. Ela era o apoio de Jesus no Calvário. Ela é quem mais se identificou com os sentimentos de Cristo nesta hora, quem melhor compreendeu o mistério da morte de Cristo. Peçamos a ela que nos acompanhe a partir de agora e que junto com o Espírito Santo nos vá inspirando tudo o que devemos fazer em cada momento.
FIGURA 1: famílias em atitude de recolhimento aproximando-se da igreja, do lado de dentro da igreja, junto da porta de entrada: a Santíssima Trindade, Nossa Senhora e os anjos à nossa espera; dar um tom bem celestial à igreja, contrastando com o lado de fora da igreja; como se as pessoas estivessem entrando no Céu.
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Ato Penitencial
O sacerdote convida os fiéis ao ato penitencial.
Fórmula 1
Irmãos e irmãs, reconheçamos as nossas culpas
para celebrarmos dignamente os santos mistérios.
Após um momento de silêncio, usa-se a seguinte fórmula:
S: Confessemos os nossos pecados:
T: Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omissões,
e, batendo no peito, dizem:
por minha culpa, minha tão grande culpa.
Em seguida, continuam:
E peço à Virgem Maria,
aos anjos e santos
e a vós, irmãos e irmãs,
que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.
S: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
O povo responde:
T: Amém.
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Estamos entrando na Casa de Deus. Quem de nós não sente o desejo de pedir perdão para poder estar junto deste Deus tão puro, que é suma Bondade. Já na época de Cristo, quando alguém era convidado para um banquete, assim que entrava na casa do anfitrião, um criado se encarregava de lavar-lhe as mãos e até os pés e de derramar-lhe perfume. Depois desta purificação, o convidado se sentia à vontade para participar do banquete tão delicadamente preparado.
Peçamos perdão agora dos nossos pecados. Dentro de pouco o pediremos novamente para nós e para todos os homens quando estivermos diante do Calvário. Procuremos tirar toda a mancha do nosso coração. Mais ainda: se estamos em pecado grave[ii], procuremos nos confessar agora mesmo.
FIGURA 2: as famílias estão entrando na igreja; mostrar que elas se sentem indignas de estar diante da Santíssima Trindade, na sua casa, e por isso pedem perdão dos seus pecados; Deus-Pai as acolhe com imenso carinho; mostrar as pessoas passando por Deus-Pai e tornando-se mais brancas; outras dirigindo-se ao confessionário e tornando-se brancas ao saírem; mostrar pessoas fazendo genuflexão antes de dirigirem-se ao bancos; nos bancos: pessoas sentadas e ajoelhadas em profundo recolhimento e piedade)
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Fórmula 2
S: No início desta celebração eucarística, peçamos a conversão do coração, fonte de reconciliação e comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs.
Após um momento de silêncio, usa-se a seguinte fórmula:
S: Tende compaixão de nós, Senhor.
T: Porque somos pecadores.
S: Manifestai, Senhor, a vossa misericórdia.
T: E dai-nos a vossa salvação.
S: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
T: Amém.
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A Igreja nos ensina que não devemos permanecer um dia em pecado mortal[iii]. Se não há meios de confessar-nos agora, façamos o propósito de que seja o quanto antes. Não deixemos para depois este bem infinito que é tê-lo dentro da nossa alma, conviver com o Amor dos amores. Sem Ele só há trevas, escuridão.
São justamente os nossos pecados a causa da Paixão de Cristo. Daí se entende quão importante é o Ato Penitencial na Santa Missa. Procuremos olhar para a Cruz de Cristo agora, adiantando-nos ao Sacrifício que será realizado daqui a pouco. Talvez ouçamos as palavras de Cristo do alto da Cruz: “Ó meu povo! Que te fiz eu, em que te contristei? Responde-me! Fiz-te sair do Egito, livrei-te da escravidão, e mandei diante de ti Moisés, Aarão e Maria” (Miq 6,3-4).
Que duras são estas palavras para quem quer amar a Deus. Como cortam o nosso coração. Ele que nada merece e que nos deu tudo: a existência, a saúde, a inteligência, a vontade, os talentos (facilidade para falar, capacidade de iniciativa, compreensão mais fácil das coisas, determinação, etc), e nós o ofendemos. Deixamos de dar a glória que lhe é devida. Deixamos de colocá-lo em primeiro lugar. Desprezamos os seus mandamentos, que na verdade são caminhos para alcançarmos a plenitude, a felicidade que tanto sonhamos. Ofendemos o próximo que são suas obras primas.
A verdade é que somos uns pobres pecadores. Como diz a Sagrada Escritura o justo peca sete vezes por dia[iv]. Não se deve tomar esta frase ao pé da letra quanto ao número, mas sim quanto à nossa debilidade. Somos pecadores, mas nem por isso deixamos de ser amados por Deus. Como Nosso Senhor disse, muito se ama aquele a quem mais se perdoa[v]. Foi o que aconteceu com Maria Madalena a quem Jesus expulsou sete demônios e depois se converteu da sua má vida e tornou-se uma das santas mulheres que o seguiram até o fim, acompanhando-o nas horas amargas.
FIGURA 3: mostrar Cristo na Cruz com gesto sereno, todo cheio de sangue, como seria a realidade, com ar de acolhimento; diante da Cruz uma pessoa chorando ao ver que seus pecados levaram Cristo a estar na Cruz.
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Fórmula 3
S: Em Jesus Cristo, o Justo, que intercede por nós e nos reconcilia com o Pai, abramos o nosso espírito ao arrependimento para sermos menos indignos de aproximar-nos da mesa do Senhor.
Após um momento de silêncio:
S: Senhor, que viestes salvar os corações arrependidos, tende piedade de nós.
T: Senhor, tende piedade de nós.
S: Cristo, que viestes chamar os pecadores, tende piedade de nós.
T: Cristo, tende piedade de nós.
S: Senhor, que intercedeis por nós junto do Pai, tende piedade de nós.
T: Senhor, tende piedade de nós.
S: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
T: Amém.
Seguem-se as invocações Senhor, tende piedade de nós, caso já não tenham ocorrido no ato penitencial:
S: Senhor, tende piedade de nós.
T: Senhor, tende piedade de nós.
S: Cristo, tende piedade de nós.
T: Cristo, tende piedade de nós.
S: Senhor, tende piedade de nós.
T: Senhor, tende piedade de nós.
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Somos pecadores, Deus não deixa de amar pelos nossos pecados, por maiores que sejam, mas temos que fazer o propósito sempre de recomeçar. O propósito de lutar com todas as forças para não ofendê-lo, como dizia S. Paulo: “ainda não resististes até o sangue na vossa luta contra o pecado”[vi]. Talvez possa nos ajudar ter um pouco mais de consciência da gravidade do pecado mortal e do pecado venial, lendo algum livro que fale da sua gravidade[vii].
Talvez possa nos ajudar ter muita devoção ao crucifixo. Foi olhando para um crucifixo piedoso que Santa Teresa se converteu depois de passar vinte anos dentro do convento tentando, como ela mesma dizia, servir a dois senhores[viii].
FIGURA 4: mostrar uma pessoa pedindo perdão dos seus pecados, batendo no peito, vendo Cristo na Cruz mostrando alegria por este gesto.
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Quando for prescrito, canta-se ou recita-se o hino Glória:
Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados. Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: nós vos louvamos,
nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças por vossa imensa glória. Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. Só vós sois o Santo, só vós, o Senhor, só vós, o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém.
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Uma vez que pedimos perdão a Deus e Ele nos perdoa, a alegria é tanta que nosso coração irrompe a glorificá-lo. Glória a Deus nas alturas… nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças por vossa imensa glória.
Nessa hora olhamos para Nossa Senhora, ela não teve necessidade de pedir perdão a Deus pelos seus pecados, mas agora a vemos glorificar a Deus com um olhar que nos faz experimentar o Céu. Ao vê-la, vem também à nossa memória o seu Magnificat[ix]. “Minha alma glorifica o Senhor e meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador” (Lc 1, 46-47).
Quantos e quantos santos sentiam o desejo de dar glória a Deus. No Céu, os que alcançaram a glória, não cessam de louvá-lo. Que esta seja uma oração que saia inúmeras vezes da nossa boca. “Habitua-te a elevar o coração a Deus em ação de graças, muitas vezes ao dia. – Porque te dá isto e aquilo. – Porque te desprezaram. – Porque não tens o que precisas, ou porque o tens. Porque fez tão formosa a sua Mãe, que é também tua Mãe. – Porque criou o Sol e a Lua e este animal e aquela planta. – Porque fez aquele homem eloqüente e a ti te fez difícil de palavra… Dá-Lhe graças por tudo, porque tudo é bom”[x].Que Deus não possa dizer, no dia em que o encontrarmos face a face, que nós não lhe demos toda a glória que podíamos dar. Logicamente Ele não pedirá que lhe demos toda a glória que merece, pois somos incapazes de lhe dar. Ele só pede o que somos capazes.
Peçamos perdão agora por toda a glória que não lhe demos, por toda a glória que lhe roubamos ao envaidecer-nos das nossas qualidades, ao não referir a Ele um elogio recebido. Que este Glória da Missa seja um recomeço. Prestemos atenção nas suas palavras e as digamos sinceramente. “Só vós sois o Santo, só vós o Senhor, só vós, o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém”.
FIGURA 5: mostrar a glorificação de todas as criaturas a Deus, à Santíssima Trindade: a multidão dos anjos e dos santos, as almas do purgatório, as pessoas da terra.
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S: Oremos.
E todos oram em silêncio, por algum tempo.
Então o sacerdote, abrindo os braços, reza a oração do dia; ao terminar, o povo aclama:
T: Amém.
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Ao estarmos um bom tempo conversando com Deus, é normal que em algumas ocasiões lhe dirijamos alguma súplica: Senhor, não se esqueça de mim! Senhor, gostaria tanto que os meus, os que me são caros, alcancem o Céu!
O “Oremos” que agora rezamos tem este sentido. É uma súplica pedindo por alguma intenção normalmente relacionada com a Missa a qual assistimos e relacionada ao Sacrifício de Cristo que vamos tomar parte dentro de alguns instantes. Senhor, que sejamos dignos de assistir ao teu Sacrifício; que ele nos conceda a salvação; que ele nos seja uma fonte de graças. Na Missa de Nossa Senhora: Mãe que experimentemos o poder da tua intercessão. Na Missa dos Anjos da Guarda: que eles nos protejam dos perigos que nos assaltam no caminho. Na Missa de defuntos: que eles alcancem o quanto antes a glória celestial.
A presença desta oração na Missa, conhecida como “Oração Coleta”, remonta ao séc. V. “Com ela se pretende que os fiéis percebam que agora a sua oração deve ser mais intensa, pois a celebração alcança um dos seus cumes. O silêncio serve para que os fiéis tomem mais consciência de estarem diante de Deus e formulem suas petições interiormente. A oração do sacerdote reúne as petições da comunidade e as apresenta a Deus em sua qualidade de ministro de Cristo”[xi].
Esta oração também nos prepara para ouvir a Palavra de Deus. De certo modo, até este momento, fomos nós quem falamos. Agora é Deus quem vai nos falar. Como nos sentiríamos ao estarmos prestes a ouvir a sua voz? Um profundo silêncio invadiria a nossa alma. Teríamos a sensação de estarmos entrando, agora mais do que nunca, na Casa de Deus… Tudo a partir deste instante nos parecerá sagrado. Estejamos recolhidos em união com toda a pátria celestial, com Nossa Senhora, os anjos, os santos e as almas do Purgatório.
FIGURA 6: mostrar as pessoas todas na Igreja olhando para o altar e no altar o sacerdote e junto dele a Santíssima Trindade acolhendo a oração que lhe dirigimos.
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[i] S. Josemaría Escrivá, por exemplo, nos dizia que podíamos prepará-la dizendo no trajeto comunhões espirituais. Um exemplo de comunhão espiritual está nas orações para antes da Missa.
[ii] ” Quem está consciente de um pecado grave deve receber o sacramento da reconciliação antes de receber a comunhão” (CIC, n. 1385). Para que um pecado seja grave deve haver matéria grave, pleno conhecimento e pleno consentimento (cfr. CIC, n. 1859). Alguns pecados graves que são importante saber são (para ver os outros pecados graves consulte o exame para a confissão no final do livro):
– faltar à missa aos domingos e dias de preceito sem que haja um motivo grave (cfr. CIC, n. 2180). Os dias de preceito que não caem normalmente no domingo são: dia 1 de janeiro, festa de Nossa Senhora Mãe da Igreja; Corpus Christi; dia 8 de dezembro, festa de Nossa Senhora Imaculada Conceição; dia 25 de dezembro, Natal;
– os pecados contra a castidade: a masturbação (cfr. CIC, n. 2352), a fornicação (cfr. CIC, n. 2353), a pornografia (cfr. CIC, n. 2354), a prostituição (cfr. CIC, n. 2355), o estupro (cfr. CIC, n. 2356), os atos de homossexualidade (cfr. CIC, n. 2357);
– os pecados contra o matrimônio: “o adultério; a poligamia, porque em contradição com a igual dignidade do homem e da mulher e com a unicidade e exclusividade do amor conjugal; a rejeição da fecundidade, que priva a vida conjugal do dom dos filhos; e o divórcio, que se opõe à indissolubilidade” (Compêndio do Catecismo da Igreja, n. 347);
[iii] cfr. CIC, n. 1033
[iv] “Porque o justo cai sete vezes, mas ergue-se, enquanto os ímpios desfalecem na desgraça” (Prv 24, 16).
[v] “Então Jesus lhe disse: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Fala, Mestre, disse ele. Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinqüenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais? Simão respondeu: A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou. Jesus replicou-lhe: Julgaste bem (Lc 7, 40-43).
[vi] “Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado” (Heb 12, 4).
[vii] Os melhores livros que falam sobre a gravidade do pecado são a própria Paixão de Jesus Cristo descrita pelos Evangelistas. Temos que ver a cada um de nós naqueles que o ofendem na Paixão. Também a Via-Sacra é um excelente livro para ver a gravidade do pecado.
[viii] cfr. Teresa de Jesus, Livro da vida, cap. 9
[ix] Famoso cântico de Nossa Senhora dito quando se encontrou com sua prima Santa Isabel (cfr. Lc 1, 46-55).
[x] S. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 268.
[xi] Abad Ibáñez, J. A., La celebración del Misterio cristiano, Eunsa, Pamplona, 1996.